A Transfiguração
17,1
Seis dias depois, Jesus tomou consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e conduziu-os à parte a uma
alta montanha.
17,2 Lá,
se transfigurou na presença deles: Seu rosto brilhou como o sol, Suas vestes
tornaram-se resplandecentes de brancura.
17,3 E,
eis que apareceram Moisés e Elias conversando com Ele.
17,4 Pedro tomou a palavra e disse-lhe: “
-Senhor, é bom estarmos aqui. Se queres, farei aqui três tendas, uma para Ti,
uma para Moisés, uma para Elias.
17,5 Falava Pedro ainda, quando veio uma nuvem
luminosa e os envolveu. E, daquela nuvem
fez-se ouvir uma voz que dizia: “ Eis o Meu Filho muito amado: Ouví-O!”
17,6 Ouvindo esta voz, os discípulos caíram com
a face por terra e tiveram medo.
17,7 Mas Jesus aproximou-se deles e
tocou-os, dizendo: “ -Levantai-vos e não temais!” 17,8 Eles levantaram
os olhos e não viram mais ninguém, senão unicamente Jesus.
17,9 E,
quando desciam, Jesus lhes fez esta proibição: “ Não conteis a ninguém o que
vistes até que o Filho ressuscite dos mortos.”
Para Mt (17,3),
-Moisés e Elias
conversando com Jesus - leiamos Kardec, em “A Gênese”, no seu Cap.
XIV:
“Os fluidos espirituais, que
constituem um dos estados do fluido cósmico universal, são, a bem dizer, a
atmosfera dos seres espirituais; o elemento donde eles tiram os materiais sobre
que operam; o meio onde ocorrem os fenômenos especiais, perceptíveis à visão e
à audição do Espírito, mas que escapam aos sentidos carnais, impressionáveis
somente à matéria tangível; o meio onde se forma a luz peculiar ao mundo
espiritual, diferente, pela causa e pelos efeitos da luz ordinária; finalmente,
o veículo do pensamento, como o ar o é do som.
Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, não
manipulando-os como os homens manipulam os gases, mas empregando o pensamento e
a vontade. Para os Espíritos, o pensamento e a vontade são o que é a mão para o
homem. Pelo pensamento, eles imprimem àqueles fluidos tal ou qual direção, os
aglomeram, combinam ou dispersam, organizam com eles conjuntos que apresentam
uma aparência, uma forma, uma coloração determinadas; mudam-lhes as
propriedades, como um químico muda a dos gases ou de outros corpos,
combinando-os segundo certas leis. É a grande oficina ou laboratório da vida
espiritual.
Algumas vezes, essas transformações
resultam de uma intenção; doutra, são produto de um pensamento inconsciente.
Basta que o Espírito pense uma coisa, para que esta se produza, como basta que
modele uma ária, para que esta repercuta na atmosfera.
É assim, por exemplo, que um
Espírito se faz visível a um encarnado que possua a vista psíquica, sob as
aparências que tinha quando vivo na época em que o segundo o conheceu, embora
haja ele tido, depois dessa época, muitas encarnações. Apresenta-se com o
vestuário, os sinais exteriores -enfermidades,
cicatrizes etc. - que tinha então.”
Agora no Cap.XV , lemos:
“ De todas as faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar
estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens,
porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua
essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele
proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o seu envoltório
carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.”
Sobre a Transfiguração, leiamos Luiz Sérgio ,
por Irene Pacheco Machado, em “Dois Mundos Tão Meus”:
“Para provar aos queridos discípulos que a morte não existe,
Cristo, ao anoitecer, chamou para junto de Si três dos Seus discípulos: Pedro,
Tiago e João, e os conduziu por acidentada vereda a uma deserta encosta da
montanha. Aos fariseus hipócritas Cristo não deu sinal algum, mas aos Seus
irmãos Ele provou a imortalidade da alma: Diante daqueles três fatigados
discípulos, realizou a primeira sessão espírita disciplinada e cristã; orou,
curvado sobre o pedregoso solo. Jesus brilhava como o sol e os apóstolos se
davam conta de que estavam diante do Governador do Planeta. Seu semblante
resplandecia; suas vestes tornaram-se brancas, transluzentes, e todo o monte
iluminou-se; com temor e espanto fitavam a figura radiante de Jesus. Os
apóstolos não compreendiam por que Moisés e Elias ali se encontravam. Mas
Cristo quis dizer-lhes que os dois eram
um único espírito e que Ele, Jesus, também não morreria, porque os
Espíritos do Senhor não morrem, passam de uma vida para a outra. Muita coisa
importante aconteceu no momento em que Jesus pôs os discípulos a par da
reencarnação. Elias, em outra época,
fora Moisés e, no tempo de Jesus, João
Batista. Passaram a noite toda naquele monte e o nascer do sol encontrou
Jesus e os discípulos a caminho da planície. João, Pedro e Tiago seguiam
pensativos. Quando desceram, um grupo os aguardava ao pé do monte, juntamente
com os outros discípulos que não foram convidados. Ali mesmo Jesus falou para
os discípulos sobre a morte e a reencarnação. Ao conviver com o espírito de
Elias quis Jesus ensinar aos discípulos tudo sobre o intercâmbio mediúnico, mas
eles não compreenderam e indagaram o que queria dizer “ressuscitar dentre os mortos”. ”
Para Mt (17,5) - Eis o meu filho
muito amado, ouvi-O! - Emmanuel / Chico Xavier, em
“Caminho, Verdade e Vida”, nos apresentam o que segue:
“O homem, quase sempre, tem a mente
absorvida na contemplação das nuvens que lhe surgem no horizonte. São nuvens de
contrariedades, de projetos frustrados, de esperanças desfeitas. Por vezes, desespera-se envenenando as
fontes da própria vida. Desejaria, invariavelmente, um céu azul a distância, um
Sol brilhante no dia e luminosas estrelas que lhe embelezassem a noite. No
entanto, aparece a nuvem e a perplexidade o toma, de súbito.
Conta-nos o Evangelho a formosa
história de uma nuvem.
Encontravam-se os discípulos
deslumbrados com a visão de Jesus transfigurado, tendo junto de si Moisés e
Elias, aureolados de intensa luz. Eis, porém, que uma grande sombra comparece.
Não mais distinguem o maravilhoso quadro. Todavia, do manto de névoa espessa,
clama a voz poderosa da revelação divina: “Este é o meu amado Filho, a Ele
ouvi!”
Manifestara-se a palavra do céu, na
sombra temporária. A existência terrestre, efetivamente impõe angústias
inquietantes e aflições amargosas. É conveniente, contudo, que as criaturas
guardem serenidade e confiança, nos momentos difíceis.
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