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terça-feira, 27 de dezembro de 2011

08 Estudar e... Estudar




08  Estudar e... Estuda
por J D Innocêncio

“Reformador” (FEB)  -   Outubro de 1981

"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec

Emmanuel, através da psicografia de Francisco Cândido Xavier, na página intitulada "Pelo Evangelho", prefaciando a obra "Vida de Jesus", de Antônio Lima (FEB, 1979, págs. 12 a 21), afirmou:

“Fora ridículo proibir-se a elucidação. O que será de evitar-se, zelosamente, é a azedia da polêmica.”

           É, exatamente, o que temos procurado fazer nesta série de artigos em que, na realidade, a nossa parte é mínima, pois se resume no trabalho de pesquisa e de transcrição, movendo-nos o intuito único de colaborar com os que se interessam pelo conhecimento da Boa Nova, trazida pelo Senhor Jesus.


           Recentemente encontramo-nos com um confrade e companheiro de labuta numa repartição pública. Assunto principal, como não poderia deixar de ser, a doutrina que ambos esposamos.


Relembradas atividades desenvolvidas em conjunto no passado, focalizados alguns eventos recentes, em destaque as últimas publicações espíritas, vem à baila o "Estudar e. .. estudar", com a observação: Tenho lido (diz-nos o confrade), mas, não concordo. Sou kardecista e você roustanguista ... Ao que lhe respondemos, de pronto: Também somos seguidores da Doutrina codificada por Allan Kardec.

Não há lugar para confronto!

           O fato de alguns espíritas não aceitarem as ideias constantes de "Os Quatro Evangelhos" é questão de foro íntimo, é o uso do direito inalienável de cada um pensar livremente. Tanto assim que, embora se digam seguidores de Kardec, não levam em consideração os pronunciamentos do Codificador aceitando a obra, deixando para homologação futura apenas um ponto: o corpo fluídico ("agênere") do Senhor Jesus, assunto hoje superado com os pronunciamentos repetidos da Espiritualidade Superior, inclusive do próprio Allan Kardec, como temos focalizado nesta série de artigos.


O Codificador, e ninguém melhor do que ele, afirmou que a obra "Os Quatro Evangelhos" "( ... ) É um trabalho considerável e que tem, para os espíritas, o mérito de não estar, em nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada pelo "O Livro dos Espíritos" e o dos "Médiuns" ("Revista Espírita", junho de 1866, págs. 188/190). É ainda o Codificador que, coerente com o que escrevera na "Revista Espírita", de fevereiro de 1859, pág. 40: "Interrogado a respeito, um Espírito superior respondeu que efetivamente podemos encontrar seres de tal natureza ("agêneres"), sem que o suspeitemos; acrescentou que isto é raro, mas que se vê." Na pág. 42, do mesmo artigo, transcreve as 16 perguntas feitas a S. Luiz a respeito do assunto e as respectivas respostas, das quais destacamos um trecho: "(. .. ) por vezes existem na Terra Espíritos que revestiram essa aparência ("agêneres") e são tomados como homens", coerente repetimos, acrescenta no citado artigo da "Revista Espírita", de junho de 1866, apreciando a ideia de que o corpo do Senhor Jesus era um "agênere" (págs. 188/190):

"Nisso nada há de materialmente impossível PARA QUEM QUER QUE CONHEÇA AS PROPRIEDADES DO ENVOLTÓRIO PERISPIRITUAL"  (o destaque é nosso).

Da mesma forma existem os que pretendem uma Doutrina Espírita sem os Espíritos! Também a estes o Codificador orientou na devida oportunidade, o que não impede que aqui e ali surjam apologistas de tal ideia. Na "Revista Espírita", de abril de 1866, o insigne Codificador focalizou o assunto num artigo intitulado "O Espiritismo Sem os Espíritos". Desse artigo (págs. 108/111) transcrevemos três trechos:

"Os Espíritos podem dividir-se em duas grandes categorias: os que, chegados ao mais alto ponto da escola, deixaram definitivamente os mundos materiais, e os que, pela lei da reencarnação, ainda pertencem ao turbilhão da humanidade terrena:"

 (... ) O Espiritismo é o resultado do ensinamento dos Espíritos; de tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos não haveria Espiritismo."

            (. .. ) Coma dissemos, as comunicações dos Espíritos fundavam o Espiritismo. Repeli-Ias depois de as haver aclamado é querer sapar o Espiritismo pela base, tirar-lhe o alicerce."


            Há os que negam valor às preces. O que não impede que se considerem cristãos e espíritas. No entanto, em "O Evangelho segundo o Espiritismo", capítulo XXVII, "Pedi e obtereis", Allan Kardec, partindo de passagens evangélicas, enaltece o valor da prece e, no item 6, primeiro parágrafo, escreve:


“Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus."

             É, ainda, nesse capítulo (item 8, último parágrafo) que encontramos esta extraordinária passagem elucidativa, no que tange à existência de "agêneres" de longa duração:


“Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvera dito: “Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e te preservar de todo perigo", nenhum mérito teria tido Tobias. Fiando-se no seu companheiro, nem sequer de pensar precisava. Essa a razão por que o anjo só se deu a conhecer ao regressarem." (FEB, 82ª edição, 1981.)

Os três assuntos: a natureza extra-humana de Jesus (sem confundi-Ia com Deus), a mediunidade entre os dois planos de vida e a eficácia da prece estão presentes na história da Humanidade, de todas as épocas.

Registrados em o Velho Testamento.

Confirmados em o Novo Testamento.

Consolidados com a Doutrina Espírita.

"Portanto o mesmo Senhor vos dará um sinal: Eis que uma virgem conceberá e dará à luz um filho, e será o seu nome Emanuel" (Isaías, cap. 7, verso 14.)

"Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-Ia. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai."  (João, cap. 10, verso 17 e 18.)

"E Pilatos se maravilhou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou--lhe se já havia muito que tinha morrido. E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José." (Marcos, cap. 15, verso 44 e 45.)

"Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos." (1º e 2º parágrafos do Prefácio, do Espírito de Verdade, em "O Evangelho segundo o Espiritismo".)

As transcrições do Velho e do Novo Testamento são da Bíblia editada pela Sociedade Bíblica do Brasil, em 1947, tradução de João Ferreira de AImeida, e a de "O Evangelho segundo o Espiritismo", da 82ª edição da FEB, em 1981.

Encerramos o presente artigo repetindo com Emmanuel:


         "Fora ridículo proibir-se a elucidação, O que será de evitar-se, zelosamente, é a azedia da polêmica." 


07 Estudar e ... Estudar


07  Estudar e... Estuda
por J D Innocêncio

“Reformador” (FEB)  -   Setembro de 1981

"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec

            Emmanuel, através da psicografia de diversos médiuns, em especial de Francisco Cândido Xavier, tem trazido à Humanidade muito esclarecimento e muito alento.

            Quem não conhece os romances históricos: "Há 2000 anos ... ", "50 Anos Depois", "Ave, Cristo!" e "Paulo e Estêvão"? As interpretações evangélicas constantes das obras: "Caminho, Verdade e Vida" "Pão Nosso" "Vinha de Luz" e "Fonte Viva"'? Os livros que ajudam o estudo das obras básicas: "Religião dos Espíritos" ("O Livro dos Espíritos"), "Seara dos Médiuns" ("O Livro dos Médiuns"), "O Espírito da Verdade" ("O Evangelho segundo o Espiritismo") e "Justiça Divina" ("O Céu e o Inferno")?

            E a obra "O Consolador"? Dividida em três partes, ou seja, os três aspectos da Doutrina Espírita: Ciência, Filosofia e Religião. "Podemos tomar o Espiritismo, simbolizado desse modo, como um triângulo de forças espirituais", diz Emmanuel em resposta à pergunta que lhe fora feita: "( ... ) qual desses aspectos é o maior?" E acrescenta: "A Ciência e a Filosofia vinculam à Terra essa figura simbólica, porém, a Religião é o ângulo divino que a liga ao céu. No seu aspecto científico e filosófico, a doutrina será sempre um campo nobre de investigações humanas, como outros movimentos coletivos, de natureza intelectual, que visam o aperfeiçoamento da Humanidade. No aspecto religioso, todavia, repousa a sua grandeza divina, por constituir a restauração do Evangelho de Jesus-Cristo, estabelecendo a renovação definitiva do homem, para a grandeza do seu imenso futuro espiritual."

            Na 3ª parte, Religião, da obra enfocada, encontramos três quesitos que, pela sua importância e atentos à autoridade do autor, transcrevemos integralmente.

            "Os Espíritos elevados, como os profetas antigos, devem ser considerados como anjos ou como Espíritos eleitos?

            - Como missionários do Senhor, junto à esfera de atividade propriamente material,  os profetas antigos eram também dos "chamados" à luminosa sementeira.

            Para a nossa compreensão, a palavra "anjo", neste passo, deve designar somente as entidades que já se elevaram ao plano superior plenamente redimidas, onde são "escolhidas" na tarefa sagrada dAquele cujas palavras não passarão. O Eleito, porém, é aquele que se elevou para Deus em linha reta, sem as quedas que nos são comuns, sendo justo afirmar que o orbe terrestre só viu um eleito, que é Jesus Cristo. (Destaques nossos.)

            A compreensão do homem, todavia, em se tratando de angelitude, generalizou a definição, estendendo-a a todas as almas virtuosas e boas, nos bastidores da sua literatura" ( ... ). (FEB) 8ª edição, 1980, págs. 164/5.)

            "Com referência a Jesus, como interpretar o sentido das palavras de João: - E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e verdade”?

            - Antes de tudo, precisamos compreender que Jesus não foi um filósofo e nem poderá ser classificado entre os valores propriamente humanos tendo-se em conta os valores divinos de sua hierarquia espiritual na direção das coletividades terrícolas. (Destaques nossos.)

            Enviado de Deus, Ele foi a representação do Pai junto do rebanho de filhos transviados do seu amor e da sua sabedoria, cuja tutela lhe foi confiada nas ordenações sagradas da vida no Infinito.

            Diretor angélico do orbe, seu coração não desdenhou a permanência direta entre os tutelados míseros e ignorantes, dando ensejo às palavras do apóstolo acima referidas." (Obra citada) pág. 168.)

            "Numerosos discípulos do Evangelho consideram que o sacrifício do Gólgota não teria sido completo sem o máximo de dor material para o Mestre Divino. Como conceituar essa suposição em face da intensidade do sofrimento moral que a cruz lhe terá oferecido?

            - A dor material é um fenômeno como o dos fogos de artifício, em face dos legítimos valores espirituais. (Destaques nossos.)

            Homens do mundo, que morreram por uma idéia, muitas vezes não chegaram a experimentar a dor física, sentindo apenas a amargura da incompreensão do seu ideal.

            Imaginai, pois, o Cristo, que se sacrificou pela Humanidade inteira, e chegareis a contemplá--Lo na imensidão da sua dor espiritual, augusta e indefinível para a nossa apreciação restrita e singela. (Destaques nossos.)

            De modo algum poderíamos fazer um estudo psicológico de Jesus} estabelecendo dados comparativos entre o Senhor e o homem.

            Em sua exemplificação divina, faz-se mister considerar, antes de tudo, o seu amor, a sua humildade, a sua renúncia por toda a Humanidade.

            Examinados esses fatores, a dor material teria significação especial para que a obra cristã ficasse consagrada? A dor espiritual, grande demais para ser compreendida, não constituiu o ponto essencial da sua perfeita renúncia pelos homens? (Destaques nossos.)

            Nesse particular, contudo, as criaturas humanas prosseguirão discutindo, como as crianças  que somente admitem as realidades da vida de um adulto, quando se lhes fornece o conhecimento tomando para imagens o cabedal imediato dos seus brinquedos» (Obra citada) págs. 169/170.)

            É, ainda, de Emmanuel ("Pelo Evangelho", psicografia de Francisco Cândido Xavier, em 28 de outubro de 1936, contida na obra "Vida de Jesus", de Antônio Lima, edição de 1979, da FEB, às págs. 16/17) o que, a seguir, transcrevemos:

            "Os homens devem saber que o Missionário Divino não viveu a mesma lama de suas existências de inquietações e de amarguras (destaques nossos), mas, para que discutirmos semelhantes assuntos, tão profundos e tão delicados na sua essência íntima, se mesmo nos Espaços, vizinhos da Terra, onde me encontro, sobram as polêmicas e as vacilações dos Espíritos?”
..............................................................................................

            Cada qual, à maneira de Antônio Lima, poderá trazer o fruto de suas meditações e de seus estudos para a grande oficina da Fé. Fora ridículo proibir-se a elucidação. O que será de evitar-se, zelosamente, é a azedia da polêmica."  (Destaques nossos.)

            Encerramos, o presente artigo, relembrando a recomendação do Espírito de Verdade, dada em Paris, 1860 ("O Evangelho segundo o Espiritismo", cap. VI, item 5):

            “Espíritas! amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, este o segundo."

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

26 de Dezembro




26 Dezembro

Queres esmolas do Céu?
Não te fartes de saber
Que o Senhor guarda o quinhão
Que venhas a merecer.

 Casimira Cunha 
por Chico Xavier
in ‘Antologia Mediúnica do Natal”  (3ª Ed FEB 1990)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Palavras de Abigail em "Paulo e Estevão"



Palavras de Abigail em "Paulo e Estevão"
(Págs. 379/380 44ª Ed. FEB 2008)


            "Reclamas companheiros concordes contigo nas edificações evangélicas. Mas é preciso lembrar que Jesus não os teve. Os apóstolos não puderam concordar com o Mestre senão com o auxílio do Céu depois da Ressurreição e do Pentecostes. Os mais amados dormiam, enquanto Ele, agoniado, orava no horto. Uns negaram-no, outros fugiram na hora decisiva. Concorda com Jesus e trabalha. O caminho para Deus está  subdividido em verdadeira infinidade de planos. O espírito passará sozinho de uma esfera para outra. Toda elevação é difícil, mas somente aí encontramos a vitória real. Recorda a "porta estreita" das lições evangélicas e caminha. Quando seja oportuno, Jesus chamará ao teu labor os que possam concordar contigo, em seu nome. Dedica-te ao Mestre em todos os instantes da tua vida. Serve-o com energia e ternura, como quem sabe que a realização espiritual reclama o concurso de todos os sentimentos que enobreçam a alma."

25 de Dezembro


25 Dezembro

 Meu amigo, não te esqueças,
pelo Natal de Jesus,
De cultivar na lembrança
A paz, a verdade e a luz.


Casimiro Cunha 
por Chico Xavier
in ‘Antologia Mediúnica do Natal”  (3ª Ed FEB 1990)

sábado, 24 de dezembro de 2011

Gratidão a Deus

Gratidão a Deus

Quando a sombra da tristeza, cobrir seus olhos de ventura
Quando você quiser chorar diante da taça da amargura
Quando a dor bater na porta, ferindo bem fundo o coração
Quando a esperança é morta, e a vida amarga ilusão

Olhe para traz, veja quanta dor
Súplicas de paz, clamando amor

Olhos sempre em trevas, mãos mendigam pão
Bocas que não falam, e risos sem razão

Deixe de chorar, volte a sorrir
Você é tão feliz, volte a cantar

Faça uma prece, seja grato a Deus
Ele sempre abençoa os filhos Seus.


João Cabete
(letra e música)
             

A Marcha do Espiritismo

A Marcha do Espiritismo


            Vemos, com tristeza, que grande parte dos religiosos não compreendem, ainda, o sentido verdadeiro dos ensinamentos do Divino Mestre, apesar de decorridos dois milênios de Sua estada entre nós.

            Os templos, em determinados dias, regorgitam-se de fiéis que para lá se dirigem a fim de adorá-Io de maneiras as mais diversas, através de cerimoniais os mais custosos, como se Jesus tivesse baixado à Terra para criar uma seita de Seus adoradores.

            É de estarrecer a preocupação constante desses nossos irmãos em ampliar, solidificar e enriquecer, indefinidamente, esses templos para, segundo, eles, maior glória de Deus.

            Com os conhecimentos que possuímos hoje, graças ao Espiritismo, não cremos que os céus andem tão pobres, a ponto de Jesus se comprazer com as gloríolas humanas que Lhe são tributadas, nunca feitas sem sacrifício da gente paupérrima.

            Jesus quer obreiros para a Sua divina seara, e não adoradores. É' o que ressalta dos Evangelhos. Daí o nosso dever de cooperarmos com Ele buscando concretizar, na Terra, o Seu ideal divino resumido neste Seu sublime ensinamento: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo.

            O nosso próximo, como exprime a própria palavra, é aquele que está perto de nós. Pode ser um nosso amigo, ou inimigo; conhecido ou não, os quais, consoante os ensinos de Jesus, devemos amar fazendo-lhes todo o bem ao nosso alcance, ainda que não possamos dedicar afeição a alguns deles. O nosso amor deve ser extensivo, ainda, aos seres das escalas inferiores que a Divina Providência colocou junto de nós, a fim de os atendermos em suas necessidades, e transmitir-lhes os atributos humanos para prosseguirem na sua longa caminhada de humanização.

            Quando todos praticarem essa máxima divina, que encerra todos os ensinamentos de Jesus e dos profetas, então estará próximo o Reino de Deus na Terra.

            Até lá, certamente, muito teremos que ensinar e realizar.

            Passada que for a negra nuvem que tolda o firmamento do mundo, prenunciadora de terríveis dias para a humanidade, esta, exausta de ódios e de lutas fratricidas geradas pelo egoísmo e pela ambição desenfreada, compreenderá, enfim, o amor exemplificado por Jesus e o abraçará como assecuratório que é da felicidade humana, inutilmente buscada por outros meios.

            Por isso, cremos na proximidade do Reino de Deus na Terra, cujo apressamento vem sendo realizado, a passos de gigante, pelo Espiritismo, ou o Cristianismo Redivivo.

           
Demetri Abrão Nami
in “Páginas Espiritas” (Ed. Alarico – 1960)

24 de Dezembro


 24 Dezembro

...Seja portanto, o Natal
festa de Paz e de Luz
aos filhos todos de Deus
que caminham com JESUS!

 Inaldo Lacerda Lima 
in ‘Lira da Redenção”  (1ª Ed  1998  G E E Paulo de Tarso Goiânia Go)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

O Espiritismo e o Evangelho


O Espiritismo e o Evangelho
           
             Onde mais se fez sentir a importância do Espiritismo como libertador da consciência humana foi, sem dúvida, no Evangelho do Cristo. Com as poderosas luzes que lançou no Evangelho é que nos foi possível compreender o maravilhoso papel que o Divino Mestre desempenhou na Terra, a sublimidade dos seus ensinamentos e a vontade do Pai da qual foi o maior revelador,

            Da realização da vontade de Deus, consubstanciada nos dois grandes mandamentos cristãos, dependerá a felicidade, vãmente buscada por meios escusos.

            Não é desconhecido, nem do próprio irreligioso, que a confusão ideológica reinante, prenunciadora de sombrios dias, provém da falta de compreensão e de fraternidade entre os homens. Enquanto a fraternidade cristã não se estabelecer entre as criaturas, tudo o mais que se fizer nesse setor não passará de mera fantasia.

            Cultua-se muito o Cristo, pouco importando aos seus cultuadores o que ele realmente deseja de todos.

            Elaboram em erro os que acham que os ensinos do Mestre não foram eficientes na moralização dos povos, a despeito de inúmeras igrejas terem s ido edificadas em Seu nome. Se a culpa existe, esta deve ser atribuída única e exclusivamente aos seus pretensos seguidores, por lhe terem falseado os ensinamentos. Porque, à manjedoura de Belém, preferiram o trono de ouro; à humildade do Cristo, desejaram a vaidade do mundo. Eis a causa primacial.

            Hoje, os tempos são outros. O homem já começa a despertar para a realidade espiritual, farto que se acha dos engodos dogmátícos, O Espiritismo, Consolador prometido por Jesus c que deveria restabelecer todas as coisas, vem, a passos largos, cumprindo a sua alta missão de revelador do destino do homem e do futuro bom ou mau que o aguarda no Além, consoante as suas obras. Veio demonstrar, palpavelmente, que o homem não é esse barro que há ele transformar-se, mais tarde, em pó; mas, que nele habita algo de divino que sobreviverá ao perecimento do corpo somático, algo este que é ele mesmo.

            Quem quer que tenha estudado o Espiritismo, pela base, compreenderá, de pronto, a poderosa contribuição que ele oferece à elucidação do Evangelho. Com o florescimento do Espiritismo, a Boa-Nova, num futuro próximo, deixará de ser esse instrumento das ambições clericais, para ser, como realmente é, fator de alevantamento moral do homem e do seu encontro com o próprio Cria dor. Por isso, a tarefa do momento é a tarefa do Evangelho.

            Para que o Evangelho alcance o seu objetivo, torna-se necessário que saia dos lábios dos seus pregadores e lhes penetre o coração, exteriorizando-se em obras.

            É' grande, pois, o papel dos seus propugnadores na hora que passa. É mister que se revistam da humildade ensinada pelo Cristo e da indispensável vigilância para o seu feliz desempenho.

            E estejam certos que não caminharão sozinhos, porque esta tarefa conta com a simpatia do Alto.


           
Demetri Abrão Nami
in “Páginas Espiritas” (Ed. Alarico – 1960)

23 de Dezembro





23 Dezembro

Quem segue para Jesus
Vive na escola do bem,
Prestando serviço aos outros,
Sem fazer mal a ninguém.

 Jair Presente 
por Chico Xavier
in ‘Revelação”  (1ª Ed  GEEM 1992)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

06 Estudar e ... Estudar



06  Estudar e... Estuda
por J D Innocêncio

“Reformador” (FEB)  -   Agosto de 1981

"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec
          
              Os Espíritos, respondendo ao nosso inesquecível Allan Kardec, quesito 625, de "O Livro dos Espíritos", que lhes perguntara:

            “Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem) para lhe servir de guia e modelo?", esclareceram: "Jesus."

            À resposta, acrescentou o Codificador da Doutrina Espírita o seguinte comentário:

            "Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. Quanto aos que, pretendendo instruir o homem na lei de Deus, o têm transviado, ensinando-lhe falsos princípios, isso aconteceu por haverem deixado que os dominassem sentimentos demasiado terrenos e por terem confundido as leis que regulam as condições da vida da alma, com as que regem a vida do corpo. (Destaques nossos.) Muitos hão apresentado como leis divinas simples leis humanas estatuídas para servir às paixões e dominar os homens." (52ª ed. FEB, 1981.)

            Do capítulo I, da Parte Segunda, da mencionada obra básica do Espiritismo, item VI, "Escala espírita", Primeira ordem. - Espíritos puros, destacamos:

            112. Caracteres gerais. - Nenhuma influência da matéria. Superioridade intelectual e moral absoluta, com relação aos Espíritos das outras ordens.

            113. Primeira classe. Classe única. - Os Espíritos que a compõem percorreram todos os graus da escala e se despojaram de todas as impurezas da matéria. Tendo alcançado a soma de perfeição de que é suscetível a criatura, não têm mais que sofrer provas, nem expiações. Não estando mais sujeitos à reencarnação em corpos perecíveis, realizam a vida eterna no seio de Deus. (Destaques nossos.)

            Gozam de inalterável felicidade, porque não se acham submetidos às necessidades, nem às vicissitudes da vida material. Essa felicidade, porém, não é a de ociosidade monótona, a transcorrer em perpétua contemplação. Eles são os mensageiros e os ministros de Deus, cujas ordens executam para manutenção da harmonia universal.”

            Segundo o relato de Mateus, Jesus afirmou:

            “Em verdade vos digo: Nenhum dentre quantos hão nascido de mulher foi maior que João Batista, mas aquele que for o menor no reino dos céus é maior que ele." (Cap. XI , v. 11.)

            Lucas faz idêntico registro (cap. VII v. 28).

            Na passagem evangélica, ora transcrita, temos a afirmativa do próprio Mestre e Senhor Jesus, de que não nascera de mulher. Afirmar o contrário é admitir que Ele fosse inferior a João Batista ou que se enganara.

            Mais uma vez buscamos, no bom senso e na autoridade do Codificador, apoio para o que focalizamos, transcrevendo:

            “Que autoridade maior se pode pretender, do que a das suas próprias palavras? Quando ele diz categoricamente: eu sou ou não sou isto ou aquilo, quem ousaria arrogar-se o direito de desmenti-Io, embora para colocá-lo mais alto do que ele a si mesmo se coloca? Quem pode racionalmente pretender estar mais esclarecido do que ele sobre a sua própria naturezas" ("Obras Póstumas", 17ª ed. FEB, 1978, Primeira Parte, item IV.)

            Na introdução do livro "Instruções Práticas sobre as Manifestações Espíritas", obra depois substituída por "O Livro dos Médiuns", orienta o Codificador que "para os estudos complementares, indicamos "O Livro dos Espíritos", a "Revista Espírita", o que nos deixa à vontade para as referências que, seguidamente, temos feito à citada Revista.

            Assim, recordamos que ele, ao analisar a obra "Os Quatro Evangelhos" ("Revista Espírita" de junho de 1866, pp. 188/190), escreveu: "É um trabalho considerável e que tem, para os espíritas, o mérito de não estar, em nenhum ponto, em contradição com a doutrina ensinada pelo "O Livro dos Espíritos" e o dos "Médiuns". Que, referindo-se ao ensino de que o corpo de Jesus era um agênere, escreveu: "Nisso nada há de materialmente impossível para quem quer que conheça as propriedades do envoltório perispiritual." Que registrou: "Esperamos, pois, os numerosos comentários que ela não deixará de provocar da parte dos Espíritos, e que contribuirão para elucidar a questão."

            Os comentários não se fizeram esperar e, entre eles, os do próprio Codificador, confirmando os ensinamentos contidos na obra de responsabilidade de J.-B. Roustaing e mediunidade da Sra. CoIlignon.

            De uma das 18 mensagens de Allan Kardec (1913/1914) inseridas na obra mediúnica "Diário dos Invisíveis", pela médium Zilda Gama, transcrevemos:

            "Pode-se, pois, para os espíritos superiores, estabelecer as duas seguintes leis metafísicas:

                        I - Possuem a faculdade de produzir voluntariamente, com eflúvios ódicos, todos os corpos.

                        II - Podem decompor, com a potência psíquica, o que Ihes apraz.  

            Aplicando-se a Jesus, que as executava com facilidade) estão elucidados todos os fenômenos, que parecem incompreensíveis, dos seus chamados milagres:

            Provam sua faculdade organizadora:

                        a)         O seu corpo tangível.
                        b)         A transformação da água em vinho; nas bodas de Canã ;
                        c)         O acréscimo dos pães;
                        d)         Fazer aumentar, com o seu corpo materializado, as suas vestes inconsúteis ou
fluídicas.
                        Provam sua faculdade de desagregar a matéria, tornando-a invisível ou imponderável:
                       
                        a)         A perda de peso, a fim de poder equilibrar-se sobre as águas;
                        b)         A transfiguração no Tabor, em que ficou patente apenas seu radioso perispírito;
                        c)         A desaparição de seu corpo "material" depois de sepulto;
                        d)         Surgir e desaparecer onde se achavam os discípulos reunidos, com as portas cerradas, depois da ressurreição;
                        e)         Tomar parte na ceia dos Apóstolos parecendo ingerir alimentos, quando em realidade, ram eles desmaterializados ou decompostos ao contato de suas mãos puríssimas." (Editora "O Pensamento”, 1943, 2ª edição, pp. 210/211.)

            Continuemos, pois, a estudar e... estudar.





22 de Dezembro

22 Dezembro

 Do verbo usado no mundo,
Nasce a guerra, nasce a paz.
Com palavras edificas,
Com palavras matarás.

Casimiro Cunha 

por Chico Xavier
in ‘Gotas de Luz”  (FEB  4ª Edição 1977)


quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

05 Estudar e... Estudar


05  Estudar e... Estuda
por J D Innocêncio

“Reformador” (FEB)  -   Julho de 1981

"Fé inabalável só o é a que pode encarar de frente a razão,
em todas as épocas da Humanidade."
Allan Kardec

            Nesta série de artigos enfocando o entrosamento entre Kardec e Roustaing, temos procurado  focalizar pronunciamentos referentes ao único ponto em que haveria discordância (que sabemos ser apenas aparente), entre os ensinamentos trazidos pelos dois missionários acima citados, ou seja, o de que o corpo do Mestre Jesus era um "agênere".

            É compreensível que alguns leitores julguem desnecessário voltar ao assunto, pois o que deveria ser escrito já o foi e, sem dúvida, por pessoas de maior gabarito. Acontece, porém, que muitas pessoas que se estão aproximando da Doutrina Espírita agora, principalmente jovens, não tiveram acesso à literatura específica. E, portanto, desconhecem os ensinamentos contidos na obra "Os Quatro Evangelhos", de responsabilidade de Roustaing e mediunidade da Sra. Collignon, Por isso, relevem-nos a repetição.

            Exemplificaremos com um caso recente. Uma jovem ligada à "Mocidade" de uma Instituição Espírita procurou inteirar-se do assunto na residência de um casal espírita (onde se estuda regularmente o Evangelho do Senhor Jesus, à luz da Doutrina Espírita, com base nos ensinamentos codificados por Kardec-Roustaing). Jamais tivera oportunidade de ler, e muito menos de estudar, a respeito. Obras como "Os Quatro Evangelhos", de Roustaíng : "Elucidações Evangélicas", de Antônio Luiz Sayão; "Jesus perante a Cristandade", de Bittencourt Sampaio: "A Personalidade de Jesus", de Leopoldo Cirne ; "Elos Doutrinários", de Ismael Gomes Braga e tantas outras, jamais foram focalizadas nessa "Mocidade". Tem grande admiração por Bezerra de Menezes, outro missionário da Seara do Cristo, mas, ignorava que ele seguia a orientação Kardec-Roustaing,

            Desconhecem essas pessoas, provavelmente, o pronunciamento de Bezerra de Menezes, através da "Gazeta de Notícias", de 22 de abril de 1897, inserto em "Elucidações Evangélicas", de Antônio Luiz Sayão, 4ª ed. FEB, 1957, pp. 36 e 37, do qual extraímos o trecho a seguir transcrito:

            "Eis aí que já apareceu Roustainq, o mais moderno missionário da lei, que em muitos pontos vai além de Allan Kardec, porque é inspirado como este, mas teve por missão dizer o que este não podia, em razão do atraso da Humanidade.

            Não divergem no que é essencial, mas sim nos modos de compreender a verdade, porque esta, sendo absoluta, nos aparece sob mil fases relativas - relativas ao nosso grau de adiantamento intelectual e moral, que um não pode dispensar o outro, como as asas de um pássaro não se podem dispensar, para o fim de ele se elevar às alturas. (Destaques nossos.)

            Roustaing confirma o que ensina Allan Kardec, porém adianta mais que este, pela razão que já foi exposta acima.

            É, pois, um livro precioso e sagrado o de Roustaing; mas o autor, não possuindo, como homem, a vantagem que faz sobressair o trabalho de Kardec, de clareza e concisão, torna-o bem pouco acessível às inteligências de um certo grau para baixo."         .

            Possivelmente desconhecem, também, o pronunciamento de Leymarie (sucessor de Allan Kardec, na direção da "Revista Espírita"), em outubro de 1883:

            "Os discípulos de Allan Kardec, sem nada prejulgarem a tal respeito, deixando a cada um o cuidado de apreciar, estão, não obstante, convencidos de que esse lógico emérito, Allan Kardec saberia hoje tirar partido mais racional, mais avançado de uma revelação que lhe foi especialmente feita, se tivesse tido à mão as experiências decisivas dos sábios de todas as ordens, tais como Wallace, Zoellner, William Crookes com Katie King e outros médiuns, que lhes forneciam provas da materialização e desmaterialização quase instantânea de um espírito.
            Allan Kardec não possuía então, para a sua demonstração, senão bases inteiramente hipotéticas, não se tendo ainda os fenômenos de materialização e tangibilidade produzido sob os aspectos que a ciência tem podido abranger depois da morte material do mestre." ("A Personalidade de Jesus", de Leopoldo Cirne, 3ª ed. FEB, 1976, pp. 67/68.)

            Talvez não tenham lido mensagens de Allan Kardec, desencarnado. Mensagens sobre diversos assuntos doutrinários, inclusive quanto à "corporeidade" do nosso Mestre Jesus, Através de vários médiuns, em diferentes lugares, inclusive no Brasil.

            Em 1893, à Federação Espírita Brasileira publicou com o título "Ditados de Allan Kardec", diversas mensagens do Codificador, agrupando-as em dois capítulos:

I) "Exortação ao Estudo, à Caridade e à Unificação" e

II) "Estudos sobre Obsessões". Recebidas na "Sociedade Espírita Fraternidade", no Rio de Janeiro, nos anos de 1888 e 1889, através do médium Frederico Júnior. Após algumas edições, para distribuição gratuita, foram as mencionadas mensagens incluídas na obra "A Prece", cuja tiragem alcançou, em 1980, o 648º milheiro, computadas apenas as edições da FEB e em português! (FEB, 1980, 34ª edição.)

            Há uma comunicação de Allan Kardec, ditada em 30 de março de 1924, confiada à "Revista Espírita", pelos "Anais do Espiritismo", de Rochefort-sur-Mer (França), inserida no seu número de julho do mesmo ano, analisando os progressos feitos pela Doutrina (citado no "Diário dos Invisíveis", pp. 12/13). Nela colhemos o trecho :

            "Com grande alegria eu vejo um raio luminoso aclarando alguns sábios que, tendo, a princípio, repelido os fatos com desdém, depois, com atenção, vão reconhecendo, a sua realidade."

            Na obra "Diários dos Invisíveis" (1927), psicografada pela médium Zilda Gama, das mensagens publicadas, dezoito são de Allan Kardec (período 1913/1914).

            Numa das dezoito mensagens, com o título de "O Corpo de Jesus", é focalizado o assunto da
"corporeidade" do Mestre Jesus. São 19 páginas (202 a 220, 2ª edição, Editora "O Pensamento", 1943) de análise e de elucidações, com a lucidez e a concisão que lhe valeram, quando no plano material, o cognome de "o bom senso encarnado".

            Dessa mensagem extraímos o trecho:

            "Jesus - cujo nascimento foi previsto pelos profetas das eras pré-históricas, os primeiros instrutores da humanidade, os primeiros receptores das mensagens dos núncios divinos - quando baixou à Terra, não era mais um ser materializado, sujeito às enfermidades, às contingências fisiológicas."