Editorial
Reformador
(FEB) Setembro 1947
Um comentador publicou um artigo no qual,
parecendo defender a Doutrina, lança maldosamente Allan Kardec contra os
Evangelistas com finalidade remota e diabolicamente inteligente de destruir o
Espiritismo.
Cita trechos de Kardec e os interpreta como
negando o Codificador que Jesus tenha sido um Agênere, mas que teria sido um
homem de carne e ossos, gerado e nascido como qualquer de nós. Como, porém, os
Evangelistas dizem que Jesus nasceu de uma virgem, sem contato carnal; que seu
corpo se fazia e desfazia à sua vontade que ele andou sobre as águas,
desapareceu do sepulcro e reapareceu com o mesmo corpo, havendo comido peixe à
beira do lago, partido e comido pão com os dois discípulos a caminho de Emaús,
fez que um dos discípulos (Tomé) lhe examinasse o corpo para verificar que era
tão material como antes da morte e, finalmente,
que
se tornou mais etéreo e se elevou, pelos ares até desaparecer por trás de uma
nuvem. Como os evangelistas, relatando os fatos observados, deixam fora de
dúvida que Jesus foi um Agênere, o astucioso articulista, pondo em oposição aos
Evangelhos a opinião pessoal de Kardec, lança o descrédito contra os
Evangelhos; e como Kardec baseou a Doutrina exatamente sobre esses mesmos
Evangelhos, fica fora de dúvida que se os Evangelhos não merecem fé, o Espiritismo
não tem fundamento e há de cair com o Novo Testamento.
É esse o caminho tenebroso já seguido em
França e outros países para lançar a dúvida e matar o Espiritismo. Não são os
Evangelhos que caem, porque estes são
defendidos pelas Igrejas e se conservam; eles são muito mais velhos e
têm muito mais autoridade no mundo do que a opinião de quem quer que seja; o
que pode cair como caiu na França, nessa luta artificial contra os Evangelhos,
é a codificação de Kardec, o Espiritismo.
Sempre que um suposto espírita lança Kardec
contra os Evangelhos, está fazendo a tenebrosa obra de demolição da Doutrina.
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