Nótulas
Espiritualistas - XIX
Dr. Antônio J. Freire
in Reformador (FEB) Agosto 1956
Quanto mais estudamos, refletimos e
meditamos, melhor conhecemos a extensão
da nossa ignorância.
O sábio é o maior ignorante
consciente.
*
O progresso é como o oceano no seu
eterno fluxo e refluxo. Cada onda recua agora, para logo ir mais longe.
*
A Ciência dos homens é constituída
sobre a matéria; a Sabedoria Divina é
tecida de Luz, de Espírito e de Amor.
A ciência humana é efêmera,
contingente e transitória, limitada e incongruente, - “o evidente de hoje pode
ser o absurdo de amanhã” -; a Sabedoria Divina é infalível e eterna, onipotente
e oniciente.
*
A ciência humana nem sequer produz
um átomo; a Sabedoria Divina cria almas, gênios, santos, fazendo surgir Mundos
e florir Universos.
*
A ciência aliada a Deus não tem
incógnita sem solução.
*
Não há crime, por maior que seja,
sem remissão.
O Infinito Amor e Misericórdia de
Deus dominam todos as misérias morais humanas, proporcionando-lhes, pelas
redentoras Leis reencarnacionista e cármica, - o arrependimento, a regeneração
espiritual e a reparação.
É neste purificador cadinho que se
volatilizam os crimes mais ascorosos, as traições mais repugnantes, as
crueldades mais torturantes.
*
A prece feita pelos lábios, dos lábios
não passa. A do fonógrafo vai mais longe
ainda desde que o aparelho seja de boa marca.
*
As lágrimas dum arrependimento
profundo e sincero, por maior que seja o pecado cometido, cristalizam no Perdão
Divino.
*
A responsabilidade moral é
diretamente proporcional ao conhecimento do Bem e do Mal.
O mesmo crime cometido por um
civilizado e por um selvagem tem perante a Justiça imanente diversas sanções.
Sejamos compassivos com os nossos
irmãos mais atrasados.
*
O arrependimento, vibrando pelo
coração e pela inteligência, com sinceridade, compreensão e humildade, é o
melhor antídoto para as dolorosas torturas do remorso e um renovador impulso
para a nossa evolução espiritual.
*
Da lama também Deus faz brotar as
mais lindas e odoríferas flores.
Madalena é uma estrela cintilante
que subiu, da Terra aos Céus, nas benditas e redentoras asas do arrependimento
e do amor.
Lisboa 1955
Nenhum comentário:
Postar um comentário