Espiritismo Religioso
Hernani T. Sant’Anna
Reformador
(FEB) Julho 1954
Se o Espiritismo guarda a finalidade
precípua de transformar a face moral do Planeta pelo esclarecimento das massas populares,
elevando o nível de entendimento e vida dos povos, não podemos entende-lo sem o
aspecto religioso porque somente a Religião é capaz de propiciar à multidão os
recursos necessários à reforma dos costumes e à ascensão positiva dos valores
sociais.
Esta é, aliás, a grande lição que a
História nos ensina, quando nos coloca face a face com os grandes movimentos coletivos
de todos os tempos. Penetrar a alma do povo, atingir a sociedade no que ela possui
de mais íntimo, modificando-lhe a própria ética de viver, é privilégio da
Religião. A Ciência só atinge a técnica, não chega aos sentimentos. E as teorias
filosóficas quando divorciadas do ideal que age, não vão além do círculo das
elites intelectuais, para mero gáudio da fina dialética e honra a inócua de
estantes e museus.
Valham, pois, os esforços honestos e
bem intencionados de quantos lidam por fazer penetrar o Espiritismo na consciência
coletiva, semeando nas almas os polens das concepções superiores. Compenetrando-se
da eternidade da vida, da responsabilidade individual perante a lei, da
necessidade do esforço próprio
para a conquista de felicidade, da lei de cooperação fraternal, da justiça perfeita que pontifica em todos os quadrantes do Universo, irá o povo, espontaneamente e por seus próprios atos, inaugurar uma era nova de entendimento e paz social com trabalho digno e farto para todos.
para a conquista de felicidade, da lei de cooperação fraternal, da justiça perfeita que pontifica em todos os quadrantes do Universo, irá o povo, espontaneamente e por seus próprios atos, inaugurar uma era nova de entendimento e paz social com trabalho digno e farto para todos.
Numa época como a que vivemos, tão repleta
de inquietações e violências, não pode haver trabalho mais nobre e produtivo do
que esse, de acender a luz do espírito por sobre a noite das angústias e dos
desesperos humanos, à custa de renúncia e abnegação, amor e sacrifício.
Afinal, é dessa lide silenciosa de arregimentação
do bem, sem virulências, extremismos, objetivos
de dominação ou de avassalamento que nascerá a grandeza do futuro, a paz das nações
e a felicidade dos povos deste orbe.
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