Tarefas
Guillon Ribeiro
por Júlio César Grandi Ribeiro
Reformador
(FEB) Dezembro 1976
Estamos
convictos de que a Doutrina Espírita, se nos favorece o engrandecimento do
coração no cadinho das experiências vividas, igualmente nos enseja a exaltação
da inteligência, situando-nos entre o estudo e a meditação a fim de que a
sabedoria nos inspire a seleção dos valores morais que iluminem o Espírito.
Assim,
mobilizemos razão e bom senso, verificando nosso posicionamento nas lides
espiritistas, de forma a valorizar o tempo em nós, ante as realizações que
realmente nos competem.
A
acomodação ao empirismo entremeado de êxtases do sentimento não se coaduna com
a hora presente, a exigir reflexão e amadurecimento que estabelecem
transformação de base.
O
coração que se identificou com a grandiosidade do vero Cristianismo, recolhendo
os favores da Boa Nova, convocará, de imediato, o concurso do cérebro para que
a razão, trabalhando, venha contribuir com a argamassa do bom senso nas
estruturas sólidas das convicções legítimas.
Não
podemos compreender Doutrina Espírita sem estudo continuado e perseverante,
como jamais entenderemos espiritistas sem tarefas determinadas no grande
movimento de renovação de almas.
Trabalho
é a senha abençoada dos que efetivamente escancaram as portas do coração a
Jesus, desejosos de perpetuar em si mesmos as claridades esfuziantes da fé. E
fé sem obras representa caos, estagnação, fragilidade.
Estamos,
na vida, convocados a aprender e ensinar, simultaneamente, abraçando responsabilidades
do dia-a-dia a fim de participarmos das imperecíveis conquistas da sabedoria e
do amor.
Repara,
contudo, que a obra da natureza, refletindo a sabedoria do Pai, nos convoca à
especialização de tarefas, tendo em vista a ampliação dos resultados.
O
Sol encarregou-se da luz e da energia, conduzindo-se ao trabalho de sustentar a
vida com o calor de seus raios fecundantes.
O
solo aquiesceu aos encargos de nutrição da semente, para que o vegetal se dirigisse
à produção do alimento.
E
as árvores se agruparam em espécies distintas, trazendo seus frutos sazonados
ao grande celeiro da existência comum.
Há
ordem nos céus e disciplina na Terra, favorecendo a mensagem do equilíbrio nas
leis da natureza.
Posicionemo-nos
como servidores leais do Cristo na seara da Terceira Revelação, abraçando
responsabilidades nossas, certos de que não há tarefas maiores ou menores. Todas dignificam o obreiro do bem e da luz ante a sublime essência com que se
revelam.
O
movimento espiritista, que cresce para vantagens do mundo, está a exigir
cooperação especializada, objetivando os fins desejados na evangelização do
Homem.
Depois
da primeira hora, aquela do despertamento para as realidades do existir, será
indispensável vivermos a cooperação enobrecedora, evitando esbarrar com os
impedimentos do fanatismo ou da contemplação extasiada.
Produziremos
efetivamente melhor, segundo os potenciais de nossas especializações. A mediunidade reclamará disciplina e
adestramento, matriculando o servidor legítimo nos campos de sua especialidade fenomênica.
O
esclarecimento doutrinário eficiente requisitará o concurso da palavra
enobrecida no vernáculo escorreito e iluminada pelo sentimento nobre que jamais
se omite de reforçar o que ensina pelos potenciais do exemplo.
A
evangelização de crianças e jovens contará com a participação de servidores
adestrados na arte de ensinar e transmitir, que buscarão atualizar-se,
permanentemente, reconhecidos de que a obra de orientação humana exigirá
devotamento e circunspecção.
Os
serviços de auxílio espiritual, seja na tarefa do passe ou na distribuição de
água fluidificada, preconizarão o concurso dos doadores do magnetismo curativo.
A
obra da divulgação da Doutrina, seja por qual veículo se expresse, exigirá
colaboração dedicada e eficaz, quer pela palavra falada, quer pela mensagem
escrita, objetivando os fins a que se propõe.
O
serviço social, mobilizado em nome da caridade, convocará especialistas da
assistência fraterna para as oficinas do socorro justo, onde mãos diligentes
refulgirão por estrelas de fraternidade e devotamento .
Não
se agaste ante o tempo que jamais ousaremos ludibriar.
Recorde
que a tarefa nobilitante será, agora e sempre, o melhor antídoto contra as
aflições que enxameiam o mundo.
Bater
às portas da Instituição Espírita para receber é ocorrência da primeira hora de
nosso despertamento. Porque somente o trabalho cooperativo será o incansável
buril, restaurando-nos o equilíbrio interior.
Identifiquemo-nos
com a tarefa individual que nos compete desenvolver, enquanto o Mestre Excelso
estará dirigindo as realizações coletivas, que demarcarão na Terra os alicerces
indefectíveis do almejado Reino do Senhor.
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