Religião
Raul
Silveira
Reformador
(FEB) Brasil Espírita Outubro 1971
Algumas
vezes ouvimos afirmações curiosas:
-
Religião é fuga das lutas da vida!
Talvez,
quem sabe, o autor da frase, ou seu repetidor, apenas conheça religião pela
expressão de dogma, culto, ritual, paramento, as alfaias, enfim, com que
revestimos indevidamente o Cristianismo, no curso de dois milênios.
O
sentido lato de religião, no saneamento que o Espiritismo vem fazendo, no fluir
destes cem anos, é uma total oposição ao estagnamento da alma nos átrios dos
templos de fé.
Religião
está na Vida.
Impregnada
tão profundamente na vida, que a frequência a um templo religioso corresponde
precisamente a um curso de moral, de caráter, de mutação profunda de conceitos,
cujo aprendizado é para ser exemplificado no cotidiano.
Kardec,
com substancial razão, colocou sob o título do livro "O Evangelho segundo o Espiritismo" a seguinte e lapidar
afirmação: "Com a explicação das máximas
morais do Cristo em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às
diversas circunstâncias da vida".
Esta
foi, pela vez primeira, que se alertou aos leitores de um livro profundamente
religioso que nada de seu conteúdo seria destinado à simples memorização ou
repetição mecânica.
Era
para aplicar à vida.
No
trato com os amigos, no planear de negócios, no criar leis administrativas, no
estudar a posição e a situação da sociedade, ao ser admitido como empregado ou
colaborador numa empresa, ao interiorizar-se no autoexame de si mesmo - as
máximas morais do Cristo apresentam um roteiro seguro, equilibrado, embora
nunca de acordo
com quaisquer medidas de egoísmo ou de orgulho.
Religião
ou vida em sociedade, é o sentido.
Vale
o convite para reexaminar o tema.
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