Quando da fase final de sua
permanência visível entre os homens, JESUS, no intuito de confortar seus discípulos,
que se mostravam acabrunhados, por lhes haver anunciado sua breve partida, disse-lhes:
“Não se turbe o vosso coração; crede em
Deus, crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas.”
Sim, na casa de nosso Pai, - o
Universo -, existem muitas moradas, que são os infinitos
mundos que circulam no espaço imensurável, apresentando cada um deles diversos
graus evolutivos, onde os espíritos ingressarão, de acordo com o seu maior ou
menor progresso.
Independente da diversidade de
mundos, essas palavras de Jesus também podem referir-se ao estado venturoso ou
desgraçado do Espírito na Erraticidade. E Allan Kardec afirmou que “variarão ao
infinito o meio em que o Espírito se encontra, o aspecto das coisas, as
sensações que experimente, as percepções que tenha.”
Há, ainda ,muita gente que alimenta
a crença de que, extinta a vitalidade do corpo carnal,
o Espírito desde logo se liberta completamente das influências e reclamos de ordem
material. Não nos esqueçamos, porém, de que por toda a parte, isto é, em todos
os mundos,
e, portanto, em todos os planos chamados espirituais e pertencentes ao âmbito de
cada planeta, existe a matéria em seus diferentes graus de condensação. Ou,
diremos melhor,
em seus estados mais ou menos quintessenciados.
Depois de nossa desencarnação, a
alma prossegue em Sua marcha evolutiva, através do
corpo perispiritual, e o perispírito não é, porventura, um corpo material,
embora vaporoso para os nossos olhos, sem que deixe de ser realmente, grosseiro
para os Espíritos que já atingiram mais altos padrões evolutivos?
O perispírito não é um corpo de vaga
neblina, e sim, organização viva a que se amoldam
as células materiais. O Espírito, quando desligado de seu corpo físico, vai encontrar,
nas diferentes colônias espirituais pertencentes à órbita da Terra, escolas, laboratórios,
hospitais, creches e muitas outras organizações, porque a vida continua, porque
o trabalho, o estudo, o serviço de cooperação fazem parte integrante de todos
os mundos e de todos os planos a eles pertencentes.
A morte não é sinônimo de inércia,
inatividade, indolência, não nos leva a uma vida puramente
contemplativa. O fato de não podermos formar ideia precisa, ou mesmo aproximada
de como tudo isso se processa, não é razão suficiente para não admitirmos, logicamente,
que a vida do Espírito em tudo se assemelha àquela que ele teve na Terra, dentro,
evidentemente, de leis e normas especiais, mas que, no fundo, se equivalem: E a
vida, como nos afirmam nossos mentores do Além, não é um cântico de trabalho e
criação incessantes?
Ora, se há vida post mortem, tem, indubitavelmente, de haver trabalho e criação na vida
espiritual. Afirmam, e é uma verdade, que Deus trabalha incessantemente. Por
que, então,
o Espírito desencarnado não haveria de trabalhar igualmente? Os Espíritos que elucidaram
Allan Kardec na composição de “O Livro dos Espíritos” foram unânimes em afirmar
que a natureza do trabalho está em relação com a natureza das necessidades. Quanto
menos materiais são estas, menos materiais o trabalho. Mas, não se deduza daí que
o homem se conserve inativo e inútil. A ociosidade seria um suplício em vez de
ser um benefício.
Precisamos não nos esquecer de que a
“Porta
Divina não se abre a Espíritos que se não divinizaram
pelo trabalho incessante de cooperação com o Pai Altíssimo!”
Não há Inércia no
Além
Sylvio Brito
Soares
Reformador (FEB) Julho 1971
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