Aprendamos
a perdoar, conquistando a liberdade de servir.
É imprescindível esquecer o mal para
que o bem se efetue.
Onde trabalhas, exercita a
tolerância construtiva para que a tarefa não se escravize a
perturbações...
Em casa, guarda o entendimento
fraterno, a fim de que a sombra não te algeme o espírito ao desespero...
Onde estiveres e onde fores,
lembra-te do perdão incondicional, para que o auxílio dos outros te assegure
paz à vida.
É indispensável que a compreensão
reine hoje entre nós, para que amanhã não estejamos encarcerados na rede das
trevas.
A morte não é libertação pura e
simples.
Desencarnar-se a alma do corpo não é
exonerar-se dos sentimentos que lhe são próprios.
Muitos conduzem consigo, além-túmulo, uma taça
de fel envenenado com que aniquilam os melhores sonhos dos que ficaram na Terra,
e muitos dos que ficam na Terra conservam consigo no coração um vaso de fogo
vivo com que destroem as melhores esperanças dos que demandam o cinzento portal
do túmulo.
Não procures para tua alma o inferno
invisível do ódio.
Acomoda-te com o adversário ainda
hoje, procurando entendê-lo e servi-lo, para que amanhã não te matricules em
aflitivas contendas com forças ocultas.
Transferir a reconciliação para o
caminho da morte é atormentar o caminho da própria vida.
Desculpa sempre, reconhecendo que
não prescindimos da paciência alheia.
Nem sempre somos nós a vítima real,
de vez que, por atitudes imanifestas, induzimos o próximo a agir contra nós,
convertendo-nos, ante os tribunais da Justiça Divina, em autores intelectuais
dos delitos que passamos a lamentar indebitamente diante dos outros.
Toda intolerância é violência.
Toda dureza espiritual é crueldade.
Quase sempre, a crítica é corrosivo
do bem, tanto quanto a acusação, habitualmente é um chicote de brasas.
E sabendo que encontraremos na
estrada a projeção de nós mesmos, conservemos o perdão por defensor de nossa
liberdade, ajudando agora para que não sejamos desajudados depois.
Perdão
e Liberdade
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Junho 1957
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