Jantar em Betânia
26,6 Encontrava-se
Jesus em Betânia, na casa de Simão, o leproso.
26,7 Estando à mesa, aproximou-se Dele uma mulher
com um vaso de alabastro, cheio de perfume muito caro, e derramou-o na sua
cabeça.
26,8 Vendo isto, os discípulos
disseram indignados: -Para que este
desperdício?
26,9 Poder-se-ia
vender este perfume por um bom preço e dar o dinheiro aos pobres. 26,10 Jesus ouviu-os e disse-lhes: “- Por que
molestais esta mulher? É uma boa ação o que ela
Me fez,
26,11 Pobres, vós tereis sempre convosco. A Mim, porém, nem
sempre Me tereis.
26,12 Derramando este perfume em Meu corpo, ela o fez em
preparação para o Meu sepultamento.
26,13 Eu lhes afirmo com toda certeza: Em toda parte onde for anunciada
a Boa Nova, no mundo inteiro, também será contado, em sua memória, o que ela
fez”
Para Mt (26,6-13) -Jantar em Betânia -
leiamos a Antônio Luiz Sayão em “Elucidações
Evangélicas” (ed. FEB):
“Quebrando o vaso de alabastro,
cheio de precioso perfume, e derramando-o sobre a cabeça de Jesus, rendia Maria
de Magdala uma homenagem ao Senhor. Ainda cegos pela matéria os discípulos só
compreendiam os fatos materiais. O Mestre procurava sempre fazer que os
compreendessem sob o aspecto espiritual. A escolha de um perfume para essa
lição obedeceu à razão de que, pela natureza essencial dos perfumes,
eles dão a ver que os sacrifícios que se hajam de praticar, tendo-se em vista o
Espírito, não devem ser buscados unicamente nas coisas de ordem material, mas
também nas de ordem espiritual.
Fora um ato de amor e desinteresse,
o daquela mulher, e, portanto, um sinal de ascendência do Espírito sobre a
matéria.
Pobres,
te-los-eis sempre convosco, ao passo que nem sempre Me tereis a Mim, disse Jesus, aludindo, pelo que lhe
tocava, ao seu aparecimento na Terra, aos tempos e à duração desse
aparecimento, para o desempenho da sua missão terrena. Aludia também à duração
da sua vida, humana ao ver dos homens.
Falando dos pobres da Terra, referia-se,
preferentemente aos que se encontram num estado de inferioridade qualquer, aos
que, sobretudo, o são moral e intelectualmente. Nos planetas inferiores, como o
nosso, sendo a pobreza, tanto material, como moral, uma efetivação de provas,
sempre haverá pobres de uma e outra categoria; enquanto não se ache concluída a
separação dos bons e dos maus. Cumpre, porém, notar que da elevação de um
planeta não decorre o nivelamento das faculdades.
Entre nós, sempre haverá pobres,
ainda quando hajam do nosso mundo desaparecido a pobreza material e a pobreza moral.
Qualquer
que seja o grau de depuração do planeta terreno, nele haverá sempre, entre os
Espíritos depurados, que o habitarão, muitos menos adiantados do que outros.
Esses são os intelectualmente pobres,
aos quais os ricos em inteligência, em saber, darão com abundância o que possuem.”
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