Numa sinagoga em Cafarnaum
6,51 “ -Eu sou o pão vivo que desci do
céu. Quem comer deste pão viverá eternamente, e o pão, que Eu hei de dar, é a
Minha carne para a salvação do
mundo;”
6,52 A estas palavras, os judeus começaram a
discutir, dizendo: -Como pode este Homem dar-nos de comer a Sua carne?
6,53 Então, Jesus lhes disse: “ -Em
verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a carne do Filho e não beberdes o
seu sangue, não tereis a vida em vós mesmos;
6,54 quem come a Minha carne e
bebe o Meu sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei
no último dia;
6,55 pois a Minha
carne é verdadeiramente uma comida e o Meu sangue, verdadeiramente, uma bebida;
6,56
quem come a Minha carne e bebe o Meu sangue permanece em Mim e Eu nele;
6,57 assim como o Pai, que Me enviou,
vive, e Eu vivo pelo Pai, assim também aquele que comer a Minha carne viverá
por Mim;
6,58 Este é o pão que desceu do
céu, não como o maná, que vossos pais comeram e morreram. Quem come deste pão
viverá eternamente.”
6,59 Este foi o ensinamento de Jesus na sinagoga
de Cafarnaum.
“Ouvindo estas verdades, muitos dos
que cercavam o Divino Cordeiro murmuraram:
duro é este discurso e não o podemos
compreender!
E por que não o podiam compreende?
Porque buscavam nessa palavras a
letra e tão-somente a letra, quando deviam procurar interpretá-las em espírito
e verdade, desprezando o objetivo material que elas absolutamente não tinham.
A carne de Jesus, o sangue
de Jesus eram a sua doutrina; e o homem faminto de amor e sequioso de fé, devia
comer dessa carne e beber desse sangue!
E esse corpo aparente de homem,
cumpria que Ele o entregasse à sanha dos escribas, para que, das suas dores,
dos seus martírios, rebentassem, na superfície da Terra, as grandes sementeiras
das quais os seus irmãos iriam colher os doces frutos do amor, da fé e da
caridade.
Era duro o seu discurso e, porque
não o compreenderam muitos dos que o ouviram, afastaram-se do Mestre Divino,
deixando-o com os seus doze apóstolos, os amigos sinceros, aqueles com quem
podia contar para a obra grandiosa da regeneração humana, espalhando, por toda
parte, as luzes da sua Boa Nova, que um dia se traduziria na sublime apoteose
da sua glória, pela concreção dos sentimentos apurados no cadinho da sua divina
doutrina; o que nos tempos vindouros constituirá a maior prova, o maior
testemunho da verdade por Ele ensinada,
de
que tudo sobre a Terra passaria, menos as suas palavras!
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