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domingo, 22 de fevereiro de 2015

Maravilhas do Evangelho


Maravilhas
do Evangelho

Sylvio Brito Soares
Reformador(FEB) Junho 1962

            Em suas peregrinações pela Galileia, era hábito de Jesus pregar nas sinagogas e curar, com a força magnética de seus fluidos, muitos dos chamados endemoninhados, isto é, criaturas sujeitas à vontade de Espíritos maléficos.

            Certo dia, um jovem, então empolgado com a pregação do Mestre e com os prodígios que operava, não mais pode sopitar os anseios de sua alma e, por isso, dirigiu-se a Jesus, dizendo-lhe resolutamente: - Seguir-te-ei, Senhor!

            A verdade, porém, é que os homens, mesmo nos momentos de arrebatamento, têm sempre na vida um “mas”, uma restritiva, e isto porque ainda se conservam escravizados às coisas do mundo!

            Esse mancebo, após prometer ao Divino Mestre que o acompanharia em sua jornada de amor e luz, acrescentou, apressado, um “mas”, isto é, que Jesus lhe permitisse ir antes despedir-se dos que se encontravam em casa.

            A resposta de Jesus há de causar surpresa aos espíritos pouco afeitos às sutilezas das palavras, que bem representam um símile perfeito das criaturas. Quem vê um homem finamente vestido, de maneiras delicadas, não acredita que seu coração seja uma usina de ódios, intemperanças e amoralidades. E quantas vezes nos enganamos nós, presumindo que este ou aquele maltrapilho é um vagabundo, um malfeitor vulgar, quando, em verdade, em sua alma rebrilha a luz encantadora do amor e da honestidade!

            Muita gente tem lido e relido as palavras constitutivas da resposta de Jesus, sem atinar com o seu conteúdo espiritual, com a beleza de seus ensinamentos.

            Mas qual foi a resposta do Messias a que estamos aludindo? Apenas esta: - Quem empunha o arado e torna a olhar para trás, não é apto para o reino de Deus.

            É bem certo que escritores mal avisados, levianos em suas apreciações apressadas, tem feito reparos a essa resposta, porque, dizem eles, Jesus, assim falando, está implicitamente pregando a secura de coração, despedaçando os ternos laços da família.    

            Ora, não é crível, absolutamente, que o Divino Enviado tivesse o propósito de aconselhar tamanho absurdo. O espírito dessas suas palavras é outro bem diverso. Faz-nos sentir ser necessário não olhar para trás quando nos encontremos na estrada do bem, evitando, destarte, que algo nos possa despertar desejos menos dignos, retendo-nos em suas malhas traiçoeiras.

            Quem põe a mão no arado para remover as suas inferioridades não pode dele retirá-la, sob pena de perder o esforço até então despendido. “Um arado, disse culto irmão da Espiritualidade, promete serviço, disciplina, aflição e cansaço; no entanto, não se deve esquecer que, depois dele, chegam as semeaduras e colheitas, pão no prato e celeiros guarnecidos."

            Portanto, meu irmão ou minha irmã, se te encontras com a mão no arado libertador da, influenciação de Espíritos ainda invigilantes, é imprescindível que jamais abandones esse instrumento de progresso que o Senhor pôs em tuas mãos, para que amanhã possas usufruir os frutos sazonados desse teu árduo e doloroso labor.

            O apego às coisas perecíveis do mundo em que vivemos, muito nos dificulta, evidentemente, alcançar a pura substância das grandes verdades salvadoras contidas nas palavras do Divino Enviado. No dia em que o nosso espírito se capacitar da finalidade de sua permanência na Terra, passará, então, a divisar nas palavras evangélicas as luzes maravilhosas do seu porvir e jamais olhará para as que se mostram recobertas de lentejoulas de hipocrisia e de ambição, de orgulho, de vaidade e de concupiscência!


            O Bom Amigo de todos nós tem sempre razão no que afirma, através de suas palavras registadas pelos evangelistas. 

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