pg. 21 de
‘A Morte e o seu mistério - Vol 2’ de Camille Flammarion
(4ª Edição FEB - 1990)
Encontramos
muitas vezes, à nossa volta, homens incapazes de serem convencidos, a despeito
da evidência das verificações; homens excelentes, de resto, sob outros pontos
de vista, instruídos, agradáveis, filantropos, mas de quem os olhos do espírito
estão dispostos de forma que não vêem direito à sua frente (Os caçadores afirmam
que acontece o mesmo com as lebres). Esses olhos têm um prisma diante da
retina, em vez do cristalino normal; e tal prisma desvia em alguns graus os
raios luminosos, com refrações diversas segundo os tipos. A culpa não é deles. Não somente não querem
reconhecer o Sol no meridiano, mas não podem fazê-lo. Opõem-se a isso vários
modos de educação: uns, por credulidade, cega em certos ensinamentos não
inteiramente demonstrados mas que os satisfazem; outros, por incredulidade não
menos cega. Carlos du Prel conta em qualquer parte que um pregador de Viena
pronunciou do alto do púlpito estas assombrosas palavras: - “Não acreditarei numa sugestão hipnótica senão quando a tiver visto, e não a verei
nunca, porque tenho por princípio não assistir jamais a tal gênero de
experiências.”
Que
lógica! Que magnífico raciocínio!
Os
olhos não servem de nada a um cérebro cego, diz um provérbio árabe.
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