quinta-feira, 12 de junho de 2014

24. A palavra de Camille Flammarion



pg. 21 de
‘A Morte e o seu mistério - Vol 2 de Camille Flammarion
(4ª Edição FEB - 1990)

            Encontramos muitas vezes, à nossa volta, homens incapazes de serem convencidos, a despeito da evidência das verificações; homens excelentes, de resto, sob outros pontos de vista, instruídos, agradáveis, filantropos, mas de quem os olhos do espírito estão dispostos de forma que não vêem direito à sua frente (Os caçadores afirmam que acontece o mesmo com as lebres). Esses olhos têm um prisma diante da retina, em vez do cristalino normal; e tal prisma desvia em alguns graus os raios luminosos, com refrações diversas segundo os tipos. A culpa não é deles. Não somente não querem reconhecer o Sol no meridiano, mas não podem fazê-lo. Opõem-se a isso vários modos de educação: uns, por credulidade, cega em certos ensinamentos não inteiramente demonstrados mas que os satisfazem; outros, por incredulidade não menos cega. Carlos du Prel conta em qualquer parte que um pregador de Viena pronunciou do alto do púlpito estas assombrosas palavras: - “Não acreditarei numa sugestão hipnótica senão quando a tiver visto, e não a verei nunca, porque tenho por princípio não assistir jamais a tal gênero de experiências.

            Que lógica! Que magnífico raciocínio!


            Os olhos não servem de nada a um cérebro cego, diz um provérbio árabe.

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