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‘A Morte e o seu mistério - Vol 2’ de Camille Flammarion
(4ª Edição FEB - 1990)
“Os
pressentimentos são, por vezes, de tal precisão que certos psicólogos pensam
que a alma humana, reduzida às suas únicas forças, não é capaz de senti-los e
que se torna necessário associar-lhe a intervenção dum espírito exterior a ela.
Estes analistas levam as consequências espiritualistas ainda mais longe do que
eu tenho feito até aqui.
Que
nisto o cérebro entre em jogo, muito bem; mas ele não é mais do que o
instrumento. A locomotiva não se moveria sem o maquinista. O aparelho elétrico
não é o telegrafista. O telefone não é a pessoa que faz a chamada. A câmara
escura não é o fotógrafo.
Há
ainda um outro aspecto do homem, de que não falei até agora e sobre o qual nada
tenho que dizer aqui: - o caráter moral. Como é que combinações de moléculas
químicas poderiam produzir a bondade, a devoção, o amor do bem, a honestidade,
a probidade, a virtude, o sentimento do sacrifício, o espírito de justiça, a
paixão da verdade, e todas as faculdades espirituais que constituem o domínio
moral da Humanidade? As faculdades da alma são tão diferentes como os
indivíduos: mas existe uma semelhança comum entre todas as almas: - a
consciência, para condenar o mal e louvar o bem. Além do lado espírito da alma,
há também o lado moral que constitui o próprio fundo da psique humana. Como ver
nisto uma função da matéria cerebral?”
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