pg. 12 de
‘A Morte e o seu mistério - Vol 2’ de Camille Flammarion
(4ª Edição FEB - 1990)
“Uma
parte do clero é hostil a tal gênero de estudos (de fenômenos
espíritas) e entende que a Igreja deve conservar o seu
monopólio. Esta opinião data dos tempos bíblicos. A evocação dos mortos era formalmente proibida aos hebreus, e
Saul infringiu seus próprios decretos, indo consultar a pitonisa de Endor e
convocar a sombra do profeta Samuel. Talvez se justifique esta proibição ao
vulgo incompetente, que pode facilmente propender para as mais funestas tolices; mas impedir, em nosso tempo, as
pessoas instruídas, refletidas, ponderadas, de estudarem tais problemas,
dizer-lhes que Deus lhes não concedeu a inteligência para que se servissem dela
e que devem humilhar a razão perante as afirmações duma Revelação divina contestável, pretender que a questão da
natureza da alma e da sua sobrevivência, que tanto interessa, pessoalmente, a
cada um de nós, está reservada para uma casta de casuístas que se arrogam o
direito de julgar e de decidir entre o verdadeiro e o falso, entre Deus e o
diabo, representa realmente estranho raciocínio e um anacronismo que nos
reconduz à Idade Média. Quantos crimes não cometeu a Inquisição nos seus
numerosos processos de bruxaria! Nas ideias atuais que dominam ainda certa
classe de homens e de mulheres, há um erro formidável, extremamente prejudicial à
investigação da verdade - erro tanto mais inexplicável quanto é certo que os
fenômenos de que nos ocupamos apoiam as narrativas dos “Livros Santos”, entre
outras, as das aparições de Jesus, desconhecidas ou negadas pelas nove décimas partes do gênero humano.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário