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quarta-feira, 26 de junho de 2019

Cura de Paralíticos

Cura de Paralíticos
Redação 
Reformador (FEB) Agosto 1923

Havia, em Jerusalém, nas imediações do templo, a piscina das ovelhas, em hebraico Bethsaida, com cinco galerias ou alpendres.
Por ocasião do sucesso em seguida indicado, ali jazia, segundo o testemunho de João,  grande multidão de enfermos.
Aguardavam o momento em que a água se agitasse para fazerem imersão no tanque.
O próprio evangelista parece compartilhar a crença vulgar sobre a descida de um anjo à fonte para agitar-lhe á agua.
“E o primeiro que entrava no tanque, depois de se mover a água, ficava curado de qualquer doença que tivesse.”
A crença antiga pode ser comparada à moderna referente à piscina de Lourdes.
Postas de lado as superstições, exploradas pelo clero católico, não negamos, em tese, as curas de Lourdes, perfeitamente explicáveis, sem intervenção miraculosa, pela doutrina dos Espíritos, como as do templo de Esculápio e outras da antiguidade.
Entre os enfermos da fonte de Bethsaida achava-se um homem paralítico havia trinta e oito anos.
Depois de ouvi-lo, disse-lhe Jesus:
“Levanta-te, toma a tua cama e anda.”
“E, no mesmo instante”, refere o evangelista, “ficou são aquele homem e tomou a sua cama e começou a andar. E era aquele dia um dia de sábado.” (João, V: 1-9.)
Para a cura imediata (statim) não houve necessidade da imersão no tanque, considerada então essencial.
Muitos doentes, que nele mergulhavam, não conseguiam, aliás, a saúde. As águas da piscina podiam ser medicinais; mas as curas dependiam ainda de outros fatores, não só naquela época, como na atualidade, tanto em Jerusalém como em outros lugares.
Adstritos ao rigoroso formalismo da religião, os Judeus não admitiam que o ex-paralítico carregasse o grabato às costas, no sábado, e perseguiam a Jesus por “fazer estas coisas” em dia destinado por lei ao descanso. (João, V 10 e 15).
Que diria um fariseu de hoje a quem comesse carne em dia de preceito, ou não genuflectisse diante da hóstia consagrada?
Quantos indivíduos foram queimados, sob a religião de Roma, por atos, ou omissões semelhantes?
O Senhor, encontrando no templo o ex-paralítico, disse lhe:
“Olha que já estás são; não peques mais para que te não suceda alguma coisa pior – ne deterius tibi aliquid contigat.” (João V. I4)
Para a medicina materialista, a frase do Cristo não tem sentido, ou é anti-científica.
Que relação há entre o pecado e a moléstia? Entre o perdão e a cura?
Comentando a citada frase, observou ALLAN KARDEC:

“Por estas palavras (JESUS) lhe dá a entender que sua moléstia era uma punição, e que, se não tratasse de se corrigir, ele poderia de novo ser punido com mais rigor. Esta doutrina está inteiramente ele conformidade com o ensino do Espiritismo.” (1)

             (1)     A Gênese cáp. XV, nº 22

Em outra ocasião, na cidade de Cafarnaum, JESUS, antes de mandar o paralítico pôr-se a caminho, lhe havia dito:
“Filho, tem confiança, perdoados te são teus pecados.” (Mateus IX, 2)
            A dívida estava solvida. Remidos os pecados ou as faltas, chegou ao termo a provação a que foi submetido o paralítico.



Nós todos, encarnados no planeta - salvo, até certo ponto, os espíritos missionários,  estamos na situação de enfermos, necessitados de cura. Como os do Evangelho, devemos implora-la, crentes e confiantes, ao Médico das almas, atento às súplicas.
Estudamos o Espiritismo e os Evangelhos; procuramos compreende-los. Não o fazemos, nem devemos faze-lo, por simples curiosidade. Se vamos ad lucem, como retrogradar?
Após as ideias vêm os atos.
Cumpre-nos aplicar os ensinos adquiridos e pôr em execução os preceitos decorrentes.
Tem grande significação e alcance a palavra divina:
“Conhecei a verdade e ela vos libertará.”
Veritas liberabit vos.
Assim, cada um de nós pode, conhecendo a verdade libertadora, obter a remissão dos pecados, delir culpas, pagar débitos. A encarnação atual não será perdida, nem sacrificada. Quantas anteriores foram inúteis?
Se a paralisia da alma (permitida a comparação) nos tolhe os movimentos, se estamos atacados de cegueira espiritual, a culpa é nossa, exclusivamente nossa.
Não há penas para inocentes.
A exemplo dos enfermos do Evangelho, podemos readquirir a motilidade, e receber a luz, obedecendo e cumprindo a lei. Não perderemos o dia.


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