Não
te aflijas
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador
(FEB) Janeiro 1952
Não te aflijas diante do quadro de lutas
que te arrebatam ao torvelinho das provas inevitáveis porque a inquietação destrutiva
nada constrói em benefício dos semelhantes.
Por ocasião do incêndio não é a
precipitação que salva ou retifica e nem apagaremos o fogo crepitante,
atirando-lhe combustível.
De qualquer modo, numa esfera de ação,
qual a terrena, em que os bons sentimentos são luzes vacilantes e obras incompletas,
seremos defrontados, diariamente, pelos raios mortíferos da desarmonia, da
cólera, da intemperança e da crueldade; entretanto, a fim de que nos convertamos
em recursos vivos de educação para os elementos
que nos rodeiam, é imprescindível o aprendizado da serenidade e do silêncio, de
modo a reajustarmos, com calma, as inseguras edificações humanas que a
tempestade prejudicou.
Ante à convulsão do verbo desvairado,
cala-te e espera.
Ante a violência arrasadora,
emudece-te e aguarda a passagem das horas.
Ante o movimento inesperado das intenções
menos dignas ou do ataque indébito, cala-te
ainda e conta com o tempo.
Se aproveitas a dificuldade e a dor,
a sombra e a deficiência, por sagradas oportunidades de auxiliar os teus irmãos,
encontrarás no desdobramento de tua cooperação a resposta a todos os problemas
que te atormentam a alma.
Quando Jesus proclamou a bem-aventurança
aos aflitos não se reportava aos espíritos insubordinados e impacientes que
elegem o desespero e a indisciplina por normas regulares de reação; referia-se,
antes de tudo, aos que se acham aflitos por ajudarem o engrandecimento
coletivo, por se converterem realmente à luz eterna, por se consagrarem à caridade
e, acima de tudo, por se dominarem, transformando-se em veículos de manifestação
da Vontade do Senhor.
Assim, pois, se te inquietas pelas
construções do Bem Eterno, permaneces credenciado à bem--aventurança divina
que, efetivamente, é muito difícil de alcançar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário