Seleção
Cármica do Mundo
Indalício
Mendes
Reformador
(FEB) Julho 1976
Neste mundo tumultuado em que vivemos,
sacudido, sem nenhuma dúvida, pela necessidade mais acentuada de depuração,
somos todos forçados a tomar conhecimento de fatos gravíssimos, porquanto
demonstram que a natureza humana, apesar de tantos e tantos séculos de
civilização, ainda está contaminada por Espíritos impuros, capazes de provocar
o desespero, como, aliás, está acontecendo, em virtude da utilização de até
então não conhecidos processos de violência e rebeldia. São, evidentemente, Espíritos
ainda cegos pelo ódio, e alucinados pela ânsia de vingança, ainda na suposição
de que o melhor remédio para os males humanos é a força, a intolerância e o
fanatismo ideológico.
A Terra passa por severo e extenso período
de transição, a caminho de uma nova Era. Essa transição é multiforme, e não
apenas moral e espiritual. Além do gigantesco desenvolvimento científico, de
que os progressos tecnológicos nos dão idéia clara e insofismável, há a
tentativa do Materialismo, convencido, por certo, de que estabelecerá
definitivamente seu domínio discricionário neste planeta, se, num derradeiro e
desesperado esforço, expulsar do seio da humanidade o sentimento religioso que
lhe é inato, não obstante tantas teorias confusas e efêmeras pretenderem que
tal sentimento não passa de mito criado pelo próprio homem, quando despertava
para a vida intelectual e ainda não possuía nenhuma explicação para os
fenômenos da Natureza, que tanto o assustavam e preocupavam.
Entretanto, já começou o trabalho de
expurgo anunciado pelas profecias. Será cruento e demorado. Todas as imundícies
da alma humana não evoluída virão à tona, como estão vindo, para que se alcance
a catarse indispensável ao estabelecimento de uma vida simples e pacífica, na
qual os homens se compreendam e se respeitem, e se amem, realizando na Terra
"o reino dos céus" de que nos falam os Evangelhos. A limpeza começou,
pois a roda cármica foi acionada com energia pelos próprios faltosos, e os
efeitos aí estão, à vista de todos: grupos que se hostilizam, derramando
sangue, semeando a intranquilidade, conspurcando as mais belas conquistas
humanas, até que, esgotados os recursos da violência e da desumanidade,
satisfeitas as exigências cármicas criadas e alimentadas por Espíritos
divorciados do Bem, possa ir este planeta, a pouco e pouco, curando suas
feridas, buscando o reequilíbrio social e compreendendo, depois de tantas dores
individuais e coletivas, que sem o Evangelho não há salvação.
Os desatinos têm sido tantos, e tão
diversificados, que até os mais delicados animais sofrem a crueza da ação de
pessoas gananciosas. Não faz muito tempo, os jornais descreveram o massacre
frio de milhares de pintinhos, a pretexto de serem salvaguardados discutíveis
interesses econômicos (?). Para maior tristeza nossa, o fato aconteceu no
BrasiL.. Por toda parte da Terra, a ansiedade e o medo acicatam o homem. Em
nome da liberdade, matam-se inocentes. Em nome do direito, sacrificam-se
pessoas inermes, deixando que o desespero ajude a maldade a dominar a Terra,
como se o Anticristo esperado já estivesse com o seu macabro programa em
execução.
Aqueles que se afeiçoam ao estudo das
profecias, e acompanham com religioso interesse a vida contemporânea hão de ter
verificado que os acontecimentos que estão agitando o mundo, a começar pelos
desentendimentos no Oriente Médio, foram previstos com absoluta precisão, e com absoluta precisão estão observando que
os eventos de cada dia se conjugam para a comprovação real, embora trágica, dos
fatos que assinalam a tarefa catártica deste fim de século.
Jeane Dixon, famosa vidente católica
norte--americana, que predisse o assassínio de John Kennedy, Presidente dos
Estados Unidos da América do Norte, além de numerosos outros vaticínios já
confirmados, anunciou já haver nascido no Oriente Médio aquele que será
reconhecido como AntiCristo, e que a renovação espiritual da Terra tornar-se-á
mais evidente depois de 1999, isto é, às vésperas do repontar do ano 2000.
A crosta planetária também está sendo
preparada para tão acalentador acontecimento. Inúmeras transformações
geológicas, climáticas, etc., têm sido apontadas por cientistas de idoneidade
real. O orbe modificar-se-á para dar novo ambiente à humanidade também
modificada. É a Lei de evolução que se desenvolve, ressaltando a grandeza da
Inteligência Divina, que os cépticos contestam, esquecidos de que ninguém
deixará de ter o seu quinhão, quando chegar o momento decisivo, quando a
Verdade se mostrar em toda a sua opulência e todo o seu poder incoercível. Não
será destruído o planeta, mas os Espíritos rebeldes e reincidentes, que terão,
agora, a sua derradeira oportunidade de reabilitação, experimentarão as consequências
de suas reiteradas ofensas à Lei divina, sofrendo o exílio corretor em esferas
mais inferiores, para que se libertem dos instintos ferozes que tanto têm
conturbado a vida humana.
Talvez se julgue que estejamos fantasiando
ou que pretendamos fazer ficção com assunto tão importante. Nada disso. Nossas
palavras fundamentam-se nas profecias, que começam nas Sagradas Escrituras,
transitando pelo Apocalipse de João, e varando os tempos, através de outros
intérpretes, nem sempre levados a sério, mas que, em sua humildade, têm trazido
à humanidade a previsão do que a espera, em virtude da reincidência no mal, no
desdém às advertências do Alto, na teimosia irracional de admitir que o
Espírito imortal possa, um dia, ser escravizado pelo ateísmo materialista.
Quando alguém trata destes assuntos, fala
no deserto. O menos que dizem é que está com o "miolo mole",
tornou-se místico, está "atuado", etc. A roda cármica continua
girando incessantemente. Foi predito que o materialismo e o hedonismo
avassalariam o mundo atual, e que a juventude inexperiente seria iludida e
levada a movimentos estranhos e bizarros de reivindicações muitas vezes
absurdas. Quem quiser ter o trabalho de um exame retrospectivo do que aconteceu
numa só década (1960-1970) poderá tirar conclusões seguras de que as previsões
não foram exageradas. Disseminaram-se pelo mundo a irresponsabilidade e a
violência; a segurança individual e coletiva, principalmente em determinadas regiões da Terra, tornou-se precária; aumentou em toda parte o
índice de criminalidade; o monopólio do petróleo está evidenciando a
progressiva dificuldade que o Oriente impõe ao Ocidente, sacrificando a
economia de numerosas nações e provocando perturbações inúmeras. E essa
economia, por força da hegemonia oriental no campo petrolífero, tornou estática
a balança econômico-financeira de nações que aspiram ainda a libertar-se do
subdesenvolvimento, acarretando inquietações sociais bem visíveis.
Por uma espécie de atavismo, ou que melhor
e mais apropriado nome tenha, paira a impressão de que as agruras
experimentadas no passado remoto pelo Oriente, ante o avassalamento do
Ocidente, inclusive através das Cruzadas, voltam-se agora contra o mundo
ocidental. Isto nada mais é do que o retorno cármico, que nunca falha e não
poupa indivíduos, coletividades, nações. Não nos tomem por símile de Cassandra.
Não. Consultem-se as profecias, busquem-se as verdades que nelas se encontram,
não raro veladas pela letra. Lembremo-nos da advertência de Paulo: "Segui
a caridade; contudo, aspirai aos dons espirituais, porém sobre todos ao de
profecia. O que fala em língua não fala a homens, senão a Deus; pois ninguém o
entende, mas em espírito fala mistérios. Porém, aquele que profetiza, fala a homens
para edificação, exortação e consolação. Aquele que fala em língua edifica-se a
si mesmo; mas, o que profetiza, edifica a igreja (isto é, a religião). Quero
que todos vós faleis em línguas, mas, antes, que profetizeis; maior é aquele
que profetiza do que aquele que fala em línguas, a não ser que as interprete,
para que a igreja (a religião, esclarecemos) receba a edificação" (I
Coríntios, 14-1:5). (Parêntesis nossos.)
Já iniciada a idade apocalíptica em 1914, o
período mais trágico e lúgubre da história da humanidade processou-se com a
ascensão de Hitler ao poder, e a consequente conflagração bélica que sacrificou
milhões de seres e mudou a face do mundo, desde então perturbada pela Besta,
que buscou aprimorar-se no extermínio cruel, frio e satânico de milhões de
judeus, conforme se pode ver, recentemente, num programa impressionantemente
macabro apresentado na Televisão brasileira.
Todos esses fatos se encadeiam, estão inter
relacionados, mostrando a que requintes de maldade pode ser levado o homem divorciado
de Deus. Todavia, o poder extraordinário de Hitler chamado então, "a nova
encarnação de Átila", superou folgadamente o Rei dos Hunos, que, no século
V a.C., varreu o Oriente e o Ocidente, semeando a dor e o luto, o desespero e o
terror, até surgir a punição que o aguardava, em 451, quando foi derrotado por
Aécío, Meroveu e Teodorico. Morreu na noite de seu casamento com a princesa
Hilda, da Borgonha ...
No século VIII, entretanto, uma vidente
conhecida como Santa Odila, teve uma visão profética: "Ouve, ouve, ó meu irmão, que eu vi o terror
das florestas e das montanhas. O espanto gelou os povos. Chegou o tempo em que
a Germânia (hoje, Alemanha) será chamada a nação mais belicosa da Terra. Chegou
a época em que surgirá do seio do seu povo o guerreiro terrível, que
empreenderá a guerra do mundo e a quem os povos armados chamarão o AntiCristo, aquele que será amaldiçoado pelas mães, chorando, como
Raquel, seus filhos, e não querendo ser consoladas. Vinte povos diversos
combaterão nesta guerra. O conquistador sairá das margens do Danúbio. (...) A
guerra que empreender será a mais pavorosa que as criaturas humanas jamais
terão sofrido. (...) Ele alcançará vitórias em terra, no mar e até nos ares,
pois se verão seus guerreiros alados, em cavalgadas inimagináveis, elevarem-se
até ao firmamento, para aí se apoderarem das estrelas, a fim de as arremessarem
sobre as cidades e nelas atearem grandes incêndios. (...) Entretanto, o
conquistador terá atingido o apogeu de seus triunfos cerca do meio do sexto mês
do segundo ano das hostilidades: será o fim do primeiro período, dito de
vitórias sangrentas ("Cruentarum victoriarum"). Julgará ele, então,
poder ditar suas condições."
Aqui, um parêntese: A visão foi de uma
clareza impressionante. Aí está retratado Hitler. Os trechos grifados ressaltam
a realidade dos fatos previstos. Os "guerreiros alados" são os
aviadores da Luftwaffe; as estrelas, os terríveis explosivos usados nos ataques
aéreos. O leitor não terá dificuldade de verificar, por si mesmo, o realismo da
descrição. Continuemos, porém:
"A segunda parte da guerra será igual,
em duração, à metade da primeira e será chamada de "tempus deminutionis" (o período da diminuição). Será fecunda
em surpresas (rebus inopinatis), as
quais farão tremer os povos. Pelo meio deste tempo, as populações submetidas ao
conquistador clamarão: "Paz! Paz! ... " Mas não haverá paz alguma.
Não será o fim, mas o começo do fim, quando o combate se travar na cidade das
cidades. (O texto em latim diz: "Non
finis, sed equidem finis, quando in oppido oppidorum de manu certaverint").
Neste momento, os seus quererão dilapidá-lo, mas, no Oriente, far-se-ão coisas
prodigiosas.
"O terceiro período será de curta
duração: Chamar-lhe-ão "período de invasão", porque, por uma justa
compensação das coisas, o país do conquistador será invadido por todos os lados
(ex omnibus partibus). ( ... ) Os
povos crerão que seu fim está próximo, o cetro passará a outras mãos e os meus
se regozijarão. Todos os povos espoliados recuperarão o que houverem perdido e alguma coisa mais. ( ... ) A região da
Lutetia (antigo nome da França) será salva, etc. ("Assim falaram os profetas", de Ernst Izgur, edição em língua
portuguesa, 1943, "Livros de Portugal, Ltda." - Rio, páginas 141/143).
Corroborando a espantosa profecia de Santa
Odila, surgiu, no século XVII (ano de 1600), a profecia latina de Frei
Johannes, da qual reproduzimos somente alguns trechos:
1) "Em 1889, nascerá, nas margens do
Danúbio, um homem com o nome de Anticristo. (1)
2) Príncipe da mentira, invocará Deus e
dirá, para justificar-se, que vem para castigar povos corrompidos. (2)
3) Durante muito tempo, agirá por traição,
e, informado pelos seus espiões, que percorrerão toda a Terra, saberá os
segredos dos poderosos. (3)
4) Terá doutos que justificarão a sua
missão no mundo.
5) Uma guerra, porém, desmascará-lo-á. Seus
exércitos numerosos, semelhantes a legiões infernais, invadirão várias nações,
levando tudo de vencida e destruindo tudo à sua passagem", etc. (4)
Neste pequeno trecho de cinco itens (são 25
itens ao todo), podemos notar a segurança da predição completa:
(1) Adolf Hitler, que nasceu no lugar e ano
indicados;
(2) os "povos corrompidos" citados
são os judeus;
(3) a larga rede de espionagem mantida pelo
nazismo;
(4) pessoas de relevo que apoiaram Hitler;
(5) a guerra que ele desencadeou e que
terminou em 1945, com a sua derrota
total.
total.
Houve tempo em que a perseguição a hereges
esvaziava todas as classes da sociedade, das mais humildes às mais elevadas. O
concílio de Constança foi convocado, em 1415. Tinha ele um triplo fim:
1º.
a união da Igreja sob a direção e o domínio de um único Papa;
2º. a reforma do clero;
3º. a supressão da heresia.
A
História conta-nos como a heresia foi erradicada, à custa de crimes
inomináveis, inclusive contra inocentes. De conformidade com a orientação
política estabelecida, esse concílio foi proclamado "concílio
supremo", pretendendo a abdicação do Papa João XXIII, ratificando-se
contra ele todas as acusações, algumas delas realmente monstruosas, que
justificavam completamente o epíteto de "diabo encarnado", que lhe
haviam atribuído. Foi mudado o modo de sufrágio,
introduzindo-se o voto por nação, que reduzia os italianos a um único voto. Foi a esse mesmo concílio que João Huss se apresentou sob a proteção dum salvo-conduto do Imperador Segismundo, sendo, desde sua chegada, aprisionado. A 5 de junho desse mesmo ano, Huss foi conduzido, acorrentado à presença do concílio, que declarou que a fé concedida a um herético podia ser legitimamente violada.
introduzindo-se o voto por nação, que reduzia os italianos a um único voto. Foi a esse mesmo concílio que João Huss se apresentou sob a proteção dum salvo-conduto do Imperador Segismundo, sendo, desde sua chegada, aprisionado. A 5 de junho desse mesmo ano, Huss foi conduzido, acorrentado à presença do concílio, que declarou que a fé concedida a um herético podia ser legitimamente violada.
A sessão conciliar foi tumultuosa, com
protestos contra a traição a Huss. Muitas vozes ergueram-se a seu favor,
clamando por sua libertação. Outras, ávidas de sangue, queriam a execução do
preso. A reunião foi adiada. No mesmo dia um eclipse do Sol, que parecia total,
em Praga, motivou comentários desencontrados. O Imperador estivera presente com todos os seus pares. Feita uma lista dos erros atribuídos a João
Huss, redigiram uma fórmula de retratação, que ele recusou com as seguintes
palavras: "Entrego-me a Jesus
Cristo, o juiz poderoso e justíssimo. É a ele que confio minha causa, ele, que
julgará cada homem, não se deixando iludir por falsos testemunhos ou por
concílios desvairados, mas segundo a verdade e os méritos de cada um."
A 1º de julho, o concílio reuniu-se solenemente. Trinta artigos contra Huss
foram lidos, acusado, dentre outras coisas, de crer que o pão não era
metamorfoseado depois da consagração. O prisioneiro, em sua angústia, olhou
fixamente o traidor Segismundo e exclamou: "É, entretanto, sob a proteção
do salvo-conduto do Imperador que vim aqui!" O monarca culpado não pode
deixar de corar. João Huss foi forçado a ajoelhar-se para ouvir a sentença.
Seus escritos e seu corpo foram consumidos pela fogueira daqueles que se
inculcavam seguidores de Jesus!
Desculpe o leitor essa digressão que
fizemos com o objetivo de traçar o quadro tétrico e intolerante enfrentado por
João Huss, sobre quem escreveu Max (pseudônimo do Dr. Adolfo Bezerra de
Menezes):
"João
Huss arranca das trevas da ignorância a idéia da pluralidade de existências e
da comunicação dos espíritos, e João Huss é condenado à fogueira. Correm, porém,
os tempos, e o hussismo, com o nome mudado em Espiritismo, vai avassalando o
mundo, recebendo a sua sagração das mãos dos maiores sábios de nosso tempo."
E ainda: "O Espiritismo é o nome próprio da doutrina de que João Huss foi precursor e de que Charcot é
inconsciente apóstolo." ("Estudos
Filosóficos" – 1º vol., páginas 240 e 242.)
O segundo ciclo iniciou-se no ano de 1594 e
terminou em 1804. Acontecimentos históricos, astronômicos e geológicos,
verdadeiramente espantosos, marcaram-lhe o período. Nele sobreveio a mais
sangrenta e pavorosa de todas as revoluções de caráter social: a Revolução
Francesa, que subverteu o regime monárquico-feudal, extinguiu a supremacia da
nobreza latifundiária e estabeleceu um sistema social mais favorável ao
progresso industrial e ao desenvolvimento econômico e político das camadas
populares. A revolução de 1789 abriu novos horizontes para a humanidade, não
obstante os clamorosos erros cometidos, as injustiças consumadas e crimes, como
o assassínio do grande sábio Lavoisier, que envergonham a espécie humana. A
varredura cármica foi terrível, tendo sacudido os alicerces da velha Europa, e
repercutindo, com grande força, na vida política e social de todos os povos,
através de líderes que, comumente, eram arrebatados pela demagogia e a
solércia, na busca do poder.
O terceiro ciclo, de 1804 a 2014, ainda em
curso, começou, efetivamente com a coroação de Napoleão Bonaparte pelo Papa, no
dia 2 de dezembro de 1804. O Imperador corso dominou o mundo de sua época, mas
não escapou ao determinismo cármico, Cumpria-lhe realizar uma missão
importante, que a ambição desnaturou. Costumava dizer que "o futuro está nas mãos de Deus",
sem se lembrar de que Deus nos conferiu o livre-arbítrio e o senso de
responsabilidade para não irmos além do permitido por Suas leis. Constituem
capítulo interessante da história de Bonaparte as superstições que cultivava,
que o Dr. Cabanes relata em "O Consultório Secreto da História".
Todavia, nem tudo era superstição. O Imperador era dotado de mediunidade intuitiva e dado a
pressentimentos que se confirmavam, na maioria das vezes. Ele mesmo confessou
duma feita: "Meus pressentimentos nunca me enganam." Era, igualmente,
dado a visões e possuía inelutável aversão à letra M. Cabanes menciona a
influência do M em sua vida: "Mortier
fora um dos seus melhores generais. Três dos seus ministros haviam-se chamado Maret, Mollieu, Motativet. Seu primeiro camareiro chamava-se Montesquiou. O duque de Bassano, Maret, era o seu conselheiro mais ouvido. Seis marechais traziam
nomes começando pela letra M: Massena,
Marmont, Mortier, Moncey e Murat. Marbeuf fora o primeiro a reconhecer sua capacidade na Escola Militar. Mas Mallet
conspirou contra ele, Murat
abandonou-o, depois de Marmont. Metternich
batera-o no terreno da diplomacia. Entregou-se ao capitão Maitland, a bordo do navio Bellérophont. Em 1814, a resistência em
Soissons teria salvado o Imperador, assegurando- lhe os resultados de sua
marcha de flanco sobre os exércitos de coligação; o general que comandava
aquela cidade chamava-se Moreau; ele
abriu as portas muito cedo, e Napoleão, vendo falhar seu plano, exclamou: - Esse nome de
Moreau sempre me trouxe
desgraça!"
Marengo fora - é verdade -
a primeira vitória que obtivera sobre o general Mélas, um nome predestinado. Depois, ganhou as batalhas de Montemotte, Millesimo, Mondovi, Montmirail, Montereau. No entanto, foi completamente esmagado em Mont-Saint-Jean (Waterloo) . Milão foi a primeira capital onde entrou
como vencedor: Moskva, a última.
Perdeu o Egito com Menou, e foi Miollis quem, por sua ordem, aprisionou
o Papa. Em Santa Helena, dois de seus fiéis eram o criado de quarto Marchand e o general Montholou.
Enfim, não foi em Malmaison que ele passou as poucas horas de calma e de
felicidade que sua existência tão atribulada lhe permitiu?" Podemos
apontar, também, como curiosidade (*), que o W (M invertido) também foi
fatídico para Napoleão: Waterloo e Wellington. É sobremaneira interessante
repetir estas outras palavras do Dr. Cabanes, por profundamente insuspeito, aos
pontos de vista do Imperador. Diz ele: " ... Napoleão tinha notável
tendência para sobrenatural." - "Napoleão é, ao mesmo tempo,
intuitivo e o homem de ação. Admitamos que essa faculdade de intuição seja
levada suficientemente longe para fazê-lo adivinhar o desconhecido, para dar-lhe esta visão "à
longue portée" que, às vezes, lhe revelará de antemão os acontecimentos, em
meio às brumas indecisas de um futuro longínquo, e então nos explicaremos
aqueles pressentimentos, aquelas profecias que, num exame superficial,
estaríamos inclinados a assemelhar a sonhos ocos."
"Napoleão acreditava na Providência e
na alma imortal, e esta mistura de fatalismo e de espiritualismo não é assim
tão incoerente, como poderia parecer à primeira vista. Para ele, a alma não era
somente separada do corpo; ela poderia viver sua própria vida em atmosfera
especial, toda sua, e que é o domínio que os nossos sentidos não nos permitem
explorar, o domínio do oculto e do maravilhoso". (Vol. II, páginas
193-194).
Os grandes homens sempre deixam, na vida
dos povos, na história da humanidade, rastros de sua passagem, marcas de ações
que contribuem para precipitar ou para favorecer acontecimentos importantes no
destino dos homens e do planeta. O terceiro ciclo tem-nos dado grandes sábios.
Mas, também, o progresso intelectual e material, em consequência de benefícios que tornaram a existência mais cheia de prazeres e
conveniências, o hedonismo e o materialismo cresceram em demasia.
Os homens não quiseram compreender o grave
erro de desprezarem os deveres espirituais. Aprenderam, em sua luta secular
contra a Igreja romana, contra os excessos da intolerância e o desrespeito aos
preceitos evangélicos, a supor que Deus é uma fantasia´e
que o homem se fez deus deste mundo material e intranquilo em que vivemos. Mas,
são falsos deuses, trabalhados pelo orgulho, pela vaidade, pelo egoísmo, pela
ambição. Deuses de pés de barro, que não poderão jamais resistir às Leis
espirituais a que todos estamos sujeitos. É tempo de se pensar no cultivo da
alma. Os bens materiais são permissíveis desde que não proscrevam do pensamento
humano os deveres espirituais.
Consultemos a História, da Revolução
Francesa para cá. Veremos, como que numa tela cinematográfica, os
acontecimentos notáveis que confirmam, uma a uma, todas as profecias da Bíblia,
de Nostradamus, etc. Consultemos a obra do famoso Michel e encontraremos nela o
relato sintético de todos os acontecimentos históricos que trouxeram a
humanidade à situação que hoje defronta. O futuro está fatalmente entrelaçado
ao pretérito. Os fatos de hoje foram engendrados ontem. É uma cadeia
interminável de acontecimentos faustos e infaustos (*) Vide, em "Obras Póstumas"
- Segunda Parte -, a explicação de Allan Kardec a respeito das previsões da
Sra. de Cardone, em 6-5-1857, que vira, na leitura das linhas das mãos do
Codificador, a tiara espiritual. (Páginas 287 a 291, 15. edição, FEB, 1975.) que impele a humanidade para o
expurgo que há de vir. Os acontecimentos políticos e sociais nem sempre são
obra do homem de hoje, mas de homens de ontem, que semearam o que hoje colhe a
humanidade. Muitos poderão ver na atitude dos monopolizadores do petróleo no
Oriente Médio uma consequência remota dos sofrimentos impostos aos orientais,
inclusive durante as Cruzadas. Não há acontecimentos estanques. Pelo contrário, todos são solidários entre si, multo
embora não tenhamos elementos para positivar essa correlação antiga e
permanente da causa com o efeito.
Nas décadas porvindouras, tomem nota disto
os jovens de agora, o mundo sofrerá terríveis comoções, e a humanidade será
levada a experimentar as durezas da vida que o materialismo lhe tem dado, com o
abandono do Evangelho. Aqueles que buscam o aconchego de Deus na Religião,
cultivando o Bem e o Amor fraterno, esses serão o trigo que será cuidadosamente
separado do joio condenado. As profundas alterações por que vem passando o
mundo, aqui e ali, no comportamento humano, na subversão dos bons costumes, no
repúdio à Moral cristã, são elementos que servem para configurar as condições novas que estão sendo geradas pelo processo cármico em andamento.
Adverte Emmanuel: "A Terra está povoada, em quase todas as
latitudes, de seres que se desenvolveram com ela própria e que se afinam
perfeitamente às suas condições fluídicas. Pequena percentagem de homens é
constituída de elementos espirituais de outros orbes mais elevados que o vosso;
daí, a enorme diferença de avanço moral entre os seres humanos e os abnegados
apóstolos da luz que, em todos os tempos, tentam clarear-lhe as estradas do progresso. É comum conhecerem-se pessoas que nutrem perfeita
adoração a todos os prazeres que o mundo lhes oferece. Por minuto de
voluptuosidade, pela contemplação dos seus haveres efêmeros, por uma hora de
contacto com as suas ilusões, jamais procurariam o conhecimento das verdades da
eterna vida do espírito; procuram toda casta de gozos, evitam qualquer estudo
ou meditação e se entregam, freneticamente, ao bem-estar que a carne lhes
oferta. Essas criaturas, invariavelmente, são espíritos estritamente terrenos,
que não saem dos âmbitos da existência mesquinha do planeta neta; esta afirmação, porém, não implica, de modo geral, a origem desses seres
em vosso próprio orbe, mas, sim, a verdade de que muitos deles, pelas suas
condições psíquicas, mereceram viver em sua superfície, como prova, expiação ou
meio de progresso. Apegam-se com fervor a tudo quanto seja carnal e experimentam o pavor da morte,
inseguros na sua fé e falhos de conhecimentos quanto à sua vida futura."
As profecias são um aviso, uma advertência,
secundando a palavra do Cristo, Governador do planeta. Sodoma e Gomorra devem
ser consideradas como expressão da materialidade e impiedade humana, como
exemplo de que o materialismo e o ateísmo não são mais que forjas do
sofrimento. Jamais se viu a Terra tão desorientada e revoltada como nestes
tempos tumultuosos. O Evangelho foi esquecido, a Religião foi repudiada, a
Fraternidade superior foi trocada pela solidariedade no vício e no mal.
Todavia, os que hoje sorriem superiormente, ironizando o chamamento dos crentes
em Deus, no Cristo e no poder redentor do Evangelho, esquecem-se de que a dor
os acompanha, silenciosa, para acicatá-los na devida oportunidade. Mais tarde, não terão forças para ironizar,
porque o sofrimento afugenta os sentimentos inferiores e desperta para a
verdade. E, desta vez, tudo será mais sério, porque a humanidade terá pela
frente, de novo, o AntiCristo, em sua derradeira ofensiva.
"O Evangelho do Divino Mestre ainda
encontrará, por algum tempo, a resistência das trevas. A má-fé, a ignorância, o
simonismo, o império da força conspirarão contra ele, mas tempo virá em que a
sua ascendência será reconhecida. Nos dias de flagelo e de provações coletivas,
é para a sua luz eterna que a humanidade se voltará, tomada de esperança.
Então, novamente se ouvirão as palavras benditas do Sermão da Montanha e,
através das planícies, dos montes e dos vales, o homem conhecerá o caminho, a verdade e a
vida" (Emmanuel).
"Que civilização é esta em que tudo o
que é construído pelo homem serve para a destruição do próprio homem?"
Essa era a pergunta que Leonardo Da Vinci fazia há mais de 450 anos. Dessa
época aos nossos dias, o homem progrediu muito na arte de matar e de destruir.
Tomemos como imagem simbólica desse sinistro progresso a bomba atômica, que destruiu Hiroxima e Nagasaki. Que civilização será esta nossa, quando a luz
da explosão atômica seduz mais que a luz suave do Evangelho?"
Um monge de nome Johannes, há mais de cem
anos, profetizou: "Em 1889, nascerá nas margens do Danúbio um homem que
merecerá o nome de AntiCristo." Nesse ano, nascia em Braunau, na Austria,
Adolf Schucklburger, que, aos 21 anos, começaria a chamar-se Adolf Hitler.
Segundo os numerologistas, o nome Schucklburger trazia influências maléficas,
enquanto Adolf prevê gênio e felicidade. Entretanto, de acordo ainda com esses especialistas, o nome Adolf Hitler era também maléfico. Esse estudo foi feito
antes de irromper a 2ª Grande Guerra Mundial. Ver-se-á, pois, que a malignidade
de Adolf Hitler foi além das piores expectativas. Mais do que Átila, foi ele
considerado também o AntiCristo. Mas, já foi anunciado que o 3º Anticristo é esperado
nos últimos anos do século atual, que desencadeará a 3ª Guerra Mundial. Só a
misericórdia divina poderá intervir para poupar a humanidade de tão extrema provação. Mas, que faz a humanidade para ir ao
encontro dessa misericórdia? Nada. O panorama político-social do mundo não
precisa de comentário.
O Espiritismo Cristão é o fanal da
esperança que pode levar a humanidade à compreensão de Deus e à solução do
problema da Verdade, através do Evangelho, em espírito e verdade.
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Obras consultadas: A BíbIia,
"Histoire du Développement Intellectuel de l’Europe" - J. W. Draper;
"As Quatro Babilônias", de Marlus Coeli; "Assim falaram os
profetas", de Ernst Izgur"; "O Livro das Profecias", de
Mozart Monteiro; "Profecias de Nostradamus", Marques da Cruz;
"Les Prophéties de Maitre Michel Nostradamus", Dr. de Fontbrune;
"Dom de Profecia pela fenomenal Jeane Dixon", de Ruth Montgomery;
"The Call to Glory - Speakes of Jesus and Prophecy ", de Jeane Dixon; "Profetas e Profecias" -
Nostradamus, de João Paulo Freire (Mário); "Novos Profetas do Médio
Oriente", de Isaac Akcelrud; "A Profecia e o Fim dos Tempos", de
Leoni Kaseff.
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