Nos trilhos mais íntimos
Emmanuel por Chico Xavier
Reformador (FEB) Fevereiro 1956
Além da
beneficência que o dinheiro pode realizar, sem espetáculos de orgulho uma caridade
existe, ao alcance de todos, que pode frondejar e frutescer nos trilhos mais íntimos
da luta de cada dia, começando de nosso próprio lar.
É o verbo que se
cala, tolerante e bondoso diante da maledicência ou da palavra otimista que
alimenta as boas intenções, convertendo-as em obras elogiáveis.
É a gentileza
silenciosa que dispensamos ao vizinho, no cultivo da cordialidade, e a
compreensão que perdoa sem alarde o gesto infeliz do companheiro de luta.
É o pensamento
amigo que a bondade exterioriza, em favor do necessitado, e a prece oculta que
podemos formular em benefício das vítimas do infortúnio ou das trevas.
É o servicinho aparentemente
insignificante que somos capazes de prestar aos que seguem conosco na viagem do
mundo, quais sejam a informação útil e espontânea ou a condução de um fardo
pequenino.
É a generosidade
com que será justo suportar a irreflexão do nosso interlocutor e a desculpa sincera
para com as ofensas recebidas.
Dessa benemerência
que parece perder-se no turbilhão da existência agitada, repleta de minúsculas manifestações
supostamente desvaliosas de amor e entendimento, nasce a harmonia do mundo.
Aprendamos a
tolerar-nos uns aos outros, sem atrito, sem mágoa e sem acusações.
Reconheçamos que a
falta ou a enfermidade de alguém representam igualmente problemas nossos.
E não olvidemos que
o nosso beneficiário de hoje poderá ser o nosso benfeitor de amanhã.
Situando, pois, o
coração em todos os nossos gestos na vida, marcando a nossa romagem com o selo
da boa vontade, em todos os acontecimentos e em todas as situações, estaremos
efetivamente seguindo os exemplos e os passos de Amigo Celeste, que nos ajuda e
socorre, de instante a instante, sem que possamos perceber.
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