Reencarnação,
tema absorvente
Vinélius di Marco /Ismael Gomes Braga
Reformador (FEB) Novembro 1961
É na milenária sabedoria oriental
que temos de ir buscar muitos dos elementos elucidativos da reencarnação,
embora os fatos reencarnacionistas se reproduzam em qualquer parte da Terra,
como é óbvio. É que, em virtude de preconceitos nascidos da falsa compreensão
da palingenesia, ou de conveniências sectárias incompatíveis com o
reencarnacionismo foi ela banida do Cristianismo, com flagrante desatenção à palavra
do Cristo. A lei natural da reencarnação, indicada por Jesus veladamente no
colóquio com Nicodemos,
não podia ser explicada senão pela nova revelação, na época do Espiritismo,
quando os homens se houvessem tornado capazes de recebê-la" '("Os
Quatro Evangelhos"). "Em verdade, em verdade te digo que ninguém pode
entrar no remo de Deus se não nascer de novo. 4. - Perguntou-lhe Nicodemos: Como pode renascer um homem que Já seja
velho? Pode, porventura, entrar de novo no ventre de sua mãe e nascer outra
vez? - 5. Respondeu-lhe Jesus: Em verdade, em verdade te digo que não pode
entrar no reino de Deus aquele que não renascer pela água e pelo espírito. - 6.
O que é nascido da carne é carne, o que é nascido do espírito é espírito. 7. Não te admires de haver eu dito: Necessário
que torneis a nascer. 8. O espírito sopra onde quer, tu lhe ouves a voz, mas não
sabes donde ele vem nem para onde vai. Assim é todo aquele que é nascido do
espírito", etc.
Chamamos a atenção dos espíritas
estudiosos para o IV volume de "Os Quatro Evangelhos", onde se
encontra, mais pormenorizadamente do que nos três volumes precedentes farta
elucidação doutrinária a cerca da realidade da reencarnação. São brilhantes os
comentários contidos no IV volume dessa portentosa obra de cultura espírito-cristã,
a cerca da resposta de Jesus aos discípulos sobre a vinda de Elias, cujo Espírito,
reencarnado na pessoa de João, fora o precursor do Mestre: "Mas, eu vos digo que Elias já veio; eles não o
conheceram e contra ele fizeram tudo o que quiseram. Assim também farão sofrer
o filho do homem. - Então, seus discípulos compreenderam que ele lhes havia
falado de João Batista."
O capítulo IV de "O Livro dos
Espíritos" de Kardec, trata especialmente "Da pluralidade das
existências", e, no capítulo imediato há considerações preciosas, que
reforçam a ideia reencarnacionista, caminho do progresso, da evolução
espiritual do homem.
Em sua magnífica autobiografia, o
famoso guru Paramhansa Yogananda relata o diálogo entre Sri Yukteswar e Babaji,
de onde recolhemos este trecho expressivo: "Não quererás escrever um
pequeno livro assinalando os fundamentais princípios de unidade entre as
Escrituras cristãs e hindus? Mostrarias nele, por paralelas referências, que os
inspirados filhos de Deus têm falado a mesma verdade, agora obscurecida pelas
diferenças sectárias dos homens."
E mais adiante, acrescenta:
"Citando as palavra de Jesus, mostrei que seus ensinamentos eram, em
essência, o mesmo que as revelações dos Vedas." O que se encontra na obra
de Yogananda é verdadeiramente impressionante, inclusive pelos exemplos de
fáceis materializações e pelas provas irretorquíveis da reencarnação.
Em 1956, "La Revue
Spirite" publicou, em seu número de Março-Abril, sob o título "Reminiscências e Reencarnação",
estas palavras da Sra. Henriette Gay, a respeito de seu marido Maurice e de sua
filha Teresa, aludindo ao comportamento desta desde os três meses de
existência: “Termos hindus e ingleses, claramente pronunciados, assinalam
insistente ternura pela efígie de Gandhi, a respeito de quem ela emprega o
termo Bapu, que é o nome que lhe davam os seus familiares e discípulos. Porém,
o mais surpreendente foi o que sucedeu no dia em que sua mamãe havia pendurado
na parede de seu quarto um
retrato do mestre hindu Yogananda. Teresa então com quatro anos mais ou menos,
afirmou:
- Yogananda! Eu o conheço! Ele veio
com Bapu quando eu ali estava.
Ele almoçou duas vezes e dormiu por
duas noites. Era muito gentil.
Isto corresponde à verdade. tal como
está registado na obra de Yogananda” “A
autobiografia de um Yogi".
Teresa tem agora cinco anos e meio. “Depois desse último episódio, escreveu sua
mãe, nada houve de notável a fixar. Tudo parecia atenuado. Ela adota agora, frequentemente,
a posição de lótus e escreve com teimosia da esquerda para a direita, formando
suas letras ao inverso para grande espanto das pessoas de nossas relações."
Acrescentamos
que essa encantadora pequena Teresa tem um irmãozinho também muito atraente, é
decididamente vegetariana e suas críticas são muito severas aos açougues ou
quando alguém come carne diante dela.
Em
compensação, Teresa adora o arroz integral (prato nacional hindu) e é louca por
amêndoas (prato preferido de Gandhi). Acrescentamos também que Teresa foi muito
difícil de alimentar e criar."
Aí está um caso curioso de
reencarnação citado por "La Revue Spirite", que também se refere a
Walter Morelli, que, com cinco anos, era o mais moço "baterista" do
mundo e, com o título de "virtuose" de uma orquestra de
"jazz", fora contratado para um espetáculo de variedade na Rádio Televisão
Italiana. E Luigi Solano, de quatro anos, filho dum médico romano, ainda não
sabe escrever, mas "conhece as principais obras-primas da literatura
mundial e sabe de cor várias centenas de poesias, quinhentas canções e vinte
peças líricas".
Poderíamos ficar aqui
indefinidamente a citar fatos impressionantes, para os quais não têm palavras
de contestação honesta os céticos impenitentes.
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