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domingo, 27 de abril de 2014

Evangelho e Espiritismo



Evangelho e Espiritismo
Editorial
Reformador (FEB)  Janeiro 1978

          "Eu rogarei ao Pai” - disse Jesus - e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco. O Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito. O Consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito de Verdade, que dele procede, dará testemunho de mim." (João, 14:16 e 26 e 15:26)

            "O Espiritismo - escreveu Allan Kardec - realiza todas as promessas do Cristo a respeito do Consolador anunciado. Ora, como é o Espírito de Verdade que preside ao grande movimento da regeneração, a promessa da sua vinda se acha por essa forma cumprida, porque, de fato, é ele o verdadeiro Consolador." ("A Gênese", FEB, 19ª edição, p. 34)

          E acrescenta: "Jesus claramente indica que esse Consolador não seria ele, pois, do contrário, dissera: "Voltarei a completar o que vos tenho ensinado." Não só tal não disse, como acrescentou: "A fim de que fique eternamente convosco e ele estará em vós. Esta proposição não poderia referir-se a uma individualidade encarnada, visto que não poderia ficar eternamente conosco, nem, ainda menos, estar em nós; compreendemo-la, porém, muito bem com referência a uma doutrina, a qual, com efeito, quando a tenhamos assimilado, poderá estar eternamente em nós. O Consolador é, pois, segundo o pensamento de Jesus, a personificação de uma doutrina soberanamente consoladora, cujo inspirador há de ser o Espírito de Verdade." (Obra citada, página 387)

            Conclui Kardec que o Espiritismo "não é uma doutrina individual, nem de concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É fruto do ensino coletivo dos Espíritos, ensino a que preside o Espírito de Verdade. Nada suprime do Evangelho: antes o completa e elucida. Com o auxílio das novas leis que revela, conjugadas essas leis às que a Ciência já descobrira, faz se compreenda o que era ininteligível e se admita a possibilidade daquilo que a incredulidade considerava inadmissível. "

            E para que não restasse nenhuma dúvida, voltou a afirmar, categórico:  "Assim como o Cristo disse: "Não vim destruir a lei, porém cumpri-la", também o Espiritismo diz: "Não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução." Nada ensina em contrário ao que ensinou o Cristo; mas, desenvolve, completa e explica, em termos claros e para toda gente, o que foi dito apenas sob forma alegórica. Vem cumprir, nos tempos preditos, o  que o Cristo anunciou e preparar a realização das coisas futuras. Ele é, pois, obra do Cristo, que preside, conforme igualmente o anunciou, à regeneração que se opera e prepara o reino de Deus na Terra." ("O Evangelho segundo o Espiritismo", FEB, 72ª edição, pp. 59/60.)

            "Tenho ainda muito o que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora" - havia dito o Divino Mestre; quando vier, porém, o Espírito de Verdade, ele vos guiará a toda a verdade, porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido e vos anunciará as coisas que hão de vir. Ele me glorificará, porque há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar. Tudo quanto o Pai tem é meu; por isso é que vos disse que há de receber do que é meu e vo-lo há de anunciar." (João, 16:12 a 15)

            Tudo isso forma um conjunto lógico de meridiana clareza: Jesus, o Messias, o Médium de Deus, que preside à regeneração da Humanidade, e prepara o Reino de Deusna Terra, não pode ensinar tudo, de viva voz, porque os homens não poderiam, na época, entendê-lo. Então, em nome do Pai, prometeu enviar-nos o Espírito Santo, isto é, uma Doutrina Consoladora, orientada pelo Espírito de Verdade, que tudo nos explicaria e que nos faria lembrar os seus divinos ensinamentos. Esse Consolador seria enviado por Ele, porque era dele e, como tal, o glorificaria. Cumpriu, quase dezenove séculos depois, a sua grande promessa, através do Espiritismo, que lhe clareou e completou os ensinamentos imortais.

            O Espiritismo é, pois, como Kardec reconheceu e proclamou, o Consolador prometido por Jesus, para apressar a redenção da Humanidade, em nome e sob o influxo do Soberano Mestre. Sem as luzes do Espiritismo faz-se impossível entender toda a lógica, toda a verdade e toda a excelsa beleza do Evangelho Cristão, do mesmo modo que sem as luzes divinas do Evangelho o Espiritismo simplesmente não teria qualquer razão de ser.




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