A
Missão de
Bezerra de Menezes
Luiz
Montorfano
in ‘Reformador’
(FEB) Dezembro 1978
Comentando
o primeiro capítulo do Evangelho de João, especialmente os versículos 1 e 2, os
Espíritos dos Evangelistas, assistidos pelos dos Apóstolos e Moisés (1), assim se expressam com relação ao desdobramento do plano divino de
recuperação e educação da humanidade terrena e ao desenvolvimento e progressividade
das revelações, sempre de acordo com o avanço da inteligência e o apuro moral:
(1) J.-B. Roustaing,
"Os Quatro Evangelhos", volume IV.
"Se (os homens) comentassem e
meditassem seriamente e sem a preocupação de manterem o statu quo veriam com quanta previdência Deus, que tem a presciência
e a sabedoria infinita, tudo preparou, dispôs e apropriou, através dos séculos,
para dar gradual e progressivamente aos homens o que eles possam ir suportando,
para ministrar a cada um o pão cotidiano da inteligência, conforme às suas faculdades e
necessidades. Veriam com quanta previdência, para que os homens fossem gradual e
progressivamente conduzidos ao conhecimento do Pai, que é ele, e do Filho, que é Jesus-Cristo, Deus tudo
preparou, dispôs e apropriou, mediante a revelação hebraica, mediante a que o anjo fez
a Maria e a José, consequência da primeira, e mediante a obra da missão terrena de
Jesus, que os evangelistas registraram, e a da missão dos Apóstolos, uma e
outra consequentes àquela dupla revelação.
Assim, como condição
e meio de efetivar-se o progresso humano, ele tudo dispôs, preparou e
apropriou, para que os homens fossem levados àquele conhecimento, desde o
passado até os vossos dias, através da era hebraica e da era cristã, sob o
império da letra, a capa do mistério, o prestígio do milagre, e, daqui por
diante, sob o império do espírito através da era nova, que se inicia, do
Cristianismo do Cristo, da era espírita, mediante a revelação incessante e
sempre progressiva do Espírito da Verdade, que vos conduzirá aos tempos
preditos do segundo advento de Jesus."
Está
- assim - claro, através dessa magnífica exposição dos espíritos reveladores,
como se desenvolve (e com que solicitude!) o plano divino de evolução da
humanidade, atendendo sempre às imperiosas determinações da lei do progresso.
As
leis sábias e perfeitas, criadas desde toda a eternidade por Deus, atendem
gradual e progressivamente a todas as necessidades da vida e do desenvolvimento
físico, moral e intelectual de seus filhos.
E
para que esse processo de aproveitamento não sofra qualquer solução de
continuidade, descem, sempre que imprescindível, os missionários para ajudar e
impulsionar o aprimoramento da humanidade. Foi assim que, de conformidade com
as determinações superiores e atendendo à promessa
de Jesus, o excelso apóstolo Allan Kardec lançava ao público, em Paris, no dia
18 de abril de 1857, "O Livro dos Espíritos", obra fundamental da
Doutrina Espírita, o Consolador, dando dessa forma início à era espírita,
chamando a atenção do mundo aturdido e desorientado para o grandioso objetivo
da vida e descortinando novos e maravilhosos horizontes ao pensamento humano,
por encaminhá-lo à conquista do supremo bem: o amor a Deus.
Completando
árdua mas gloriosa missão, Allan Kardec, apesar de todas as dificuldades,
vencidas por sua abnegação e dedicação à causa de Jesus, consolida o nobre
trabalho publicando "O Livro dos Médiuns", em 1861; "O Evangelho
segundo o Espiritismo", em 1864; "O Céu e o Inferno", em 1865, e
"A Gênese", em 1868.
Em
desenvolvimento do plano estabelecido pela Espiritualidade superior e segundo
as afirmativas do Anjo Ismael, devotado e luminoso Diretor Espiritual do
Brasil, como se lê na obra mediúnica de Humberto de Campos - "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do
Evangelho", o Consolador deveria surgir na França, mas seria aqui, no
Brasil, que encontraria o meio ambiente propício ao seu florescimento objetivo.
Diz Ismael: "Se as verdades novas deverão surgir primeiramente, segundo os
imperativos da lei natural, nos centros culturais do Velho Mundo é na Pátria do
Evangelho que lhe vamos dar vida, aplicando-as na edificação dos monumentos
triunfais do Salvador."
Para
confirmar estas revelações de Ismael, com referência à missão do Brasil,
relembremos, ainda no livro citado, a exclamação de Jesus quando, em companhia
de Ismael e de seus prestimosos auxiliares, visitava o vasto continente
sul-americano, diante da exuberante paisagem da terra do Cruzeiro, que seria
mais tarde a Pátria brasileira: "Para
esta terra maravilhosa e bendita será transplantada a árvore do meu Evangelho
de piedade e amor. No seu solo dadivoso e fertilíssimo, todos os povos da Terra
aprenderão a lei da fraternidade universal. Sob estes Céus serão entoados os hosanas mais
ternos à misericórdia do Pai Celestial."
É
evidente, pois, que há longo tempo se processava, sob as vistas de Ismael, a
formação da índole generosa e fraterna deste país, hoje consagrado como o mais
pacífico do mundo, preparando-o para a grande epopeia do Evangelho. Por isso,
ainda nesse encontro espiritual, Jesus reiterava que "as injunções políticas terão nela (na Pátria do Cruzeiro) atividades
secundárias, porque, acima de todas as coisas, em seu solo santificado e exuberante estará o sinal da fraternidade universal, unindo todos os
espíritos".
Seria,
pois, aqui nestas paragens que deveriam medrar e florir as sementes do bem e do
amor fraterno, que a Doutrina Espírita, como o Evangelho Redivivo, viria
esparzir em nome do Cristo.
O
desprendimento do Codificador, em 31 de março de 1869, surpreende e desorienta
o meio espírita, não só na França como no resto do mundo, inclusive no Brasil.
No entanto, como não surgisse, nessa conjuntura, outro vulto com suficiente
condição para assumir o comando do Movimento Espírita e substituir o mestre lionês,
podemos admitir que sua missão terrena fora encerrada e gloriosamente cumprida,
de acordo com o plano estabelecido pois, do contrário, logo outro missionário o
sucederia, como havia declarado certa vez o Espírito da Verdade, afirmando-lhe
que "os desígnios de Deus não
assentam sobre a cabeça de um homem" ("Obras Póstumas").
Somos, por isso, levados a concluir que, segundo as informações contidas no
livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", aqui citado,
tudo sucedia como que a facilitar a transferência da liderança do Movimento
Espírita para a Pátria do Evangelho.
Era
intenso, nessa época, o trabalho de Ismael para estabelecer, no Brasil, as
condições básicas para que o Consolador pudesse derramar sua influência
salvadora, como sublime mensagem do Cristo de Deus, neste orbe angustiado. O
grande e valoroso obreiro do Espiritismo no Brasil, Adolfo Bezerra de Menezes -
o "Allan Kardec brasileiro" -, já se encontrava entre nós, reencarnado,
desde 29 de agosto de 1831.
Funda-se
em 1873, a 2 de agosto, o "Grupo Confúcio". Seu lema "Sem caridade não há salvação, sem caridade
não há verdadeiro espírita", reflete as mais belas expressões
evangélicas; seus serviços mediúnicos espalham curas e benefícios dentro do
mais puro sentido cristão. Eram constantes as advertências de Ismael: "o Brasil tem a missão de cristianizar",
"o Brasil é a terra do Evangelho",
a. "terra da Fraternidade".
Foi através desse Grupo que recebemos a primeira revelação do
nome de Ismael como Guia do Espiritismo no Brasil.
Joaquim Carlos Travassos
Nessa
época, Adolfo Bezerra de Menezes ainda não militava no Espiritismo, mas Joaquim
Carlos Travassos, seu particular amigo, Secretário-Geral do referido Grupo e o
primeiro tradutor dos livros da Codificação, logo que publicou "O Livro
dos Espíritos" apressou-se em oferecer-lhe um exemplar, com carinhosa
dedicatória. Assim se refere Bezerra de Menezes a esse memorável episódio:
"Deu-mo na cidade e eu morava na
Tijuca, a uma hora de viagem de bonde. Embarquei com o livro e, como não tinha
distração para a longa viagem, disse comigo: "Ora, adeus. Não hei de ir
para o inferno por ler isto." Vale relembrar que Bezerra, a essa
altura, admitia o Catolicismo como sua religião. E acrescentou, de si para
consigo: "Depois, é ridículo
confessar-me ignorante desta filosofia, quando tenho estudado todas as escolas filosóficas. Pensando assim,
abri o livro e rendi-me a ele, como acontecera com a Bíblia. Lia, mas não
encontrava nada que fosse novo para o meu Espírito. Entretanto, tudo aquilo era
novo para mim. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava em "O Livro
dos Espíritos". Preocupei-me seriamente com esse fato maravilhoso e a mim
mesmo dizia: "Parece que eu era espírita inconsciente ou, como se dizia
vulgarmente, de nascença."
Começara
assim a despertar a verdadeira personalidade do querido e ilustre missionário.
A leitura tivera a virtude de fazer eclodir de seu subconsciente preciosas
reservas e potencialidades espirituais.
Enquanto
Bezerra de Menezes se preparava, silenciosamente, sob a carinhosa assistência
do Alto, para as grandes lutas em prol da difusão do Evangelho, em espírito e
verdade, dedicando-se com imenso devotamento ao alívio e à cura de enfermos,
como "médico dos pobres", o Grupo Confúcio, a despeito das constantes
advertências da Espiritualidade e dos conselhos do próprio Ismael
"Espiritismo com Evangelho, sem o
que seria impossível alcançar o sublime objetivo" -, encerrava as suas
atividades.
Extinto
o Grupo Confúcio, alguns dos seus componentes organizaram, em 23 de março de
1876, a “Sociedade de Estudos Espíritas
"Deus, Cristo e Caridade", elegendo para seu Presidente o
conspícuo Bittencourt Sampaio, a quem se veio unir mais tarde Antônio Luiz
Sayão. Todavia, sérias divergências surgiram no seio da Sociedade, entre os considerados "místicos" e os
chamados "científicos", daí resultando, em 21 de março de 1880, a
fundação, pelos primeiros, da Sociedade
Espirita Fraternidade, certos de representarem os princípios defendidos por
Ismael.
Antonio Luiz Sayão
Da
Espiritualidade, porém, vinha a inspiração para o encadeamento dos fatos que a
História assinala. Augusto Elias da Silva se converteu ao Espiritismo e, apenas
decorridos dois anos, decidiu-se a fundar e publicar o órgão evolucionista
"Reformador", cujo primeiro número saiu no dia 21 de janeiro de 1883,
propondo-se a lutar pela renovação dos costumes. O primeiro artigo espírita de
Bezerra de Menezes foi assinado com as iniciais A.M. (Adolfo Menezes, possivelmente), refutando
com absoluta serenidade os ataques virulentos dos padres, desferidos com acrimonia
dos púlpitos das igrejas contra o Espiritismo nascente, mas em pura perda, como
o seu desenvolvimento o comprova.
Nesse
ambiente de lutas e apreensões, um grupo constituído por Augusto Elias da
Silva, Francisco Raimundo Ewerton Quadros, Francisco Antônio Xavier Pinheiro,
Manuel Fernandes Figueira, João Francisco da Silveira Pinto, etc., aprovou, em
27-12-1883, a ideia da fundação de uma entidade nova, com o objetivo de reunir
e federar todos os grupos espíritas em tomo de um programa de fidelidade aos
princípios básicos do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Assim sendo,
reunidos a 2 de janeiro de 1884, na casa do primeiro, à Rua da Carioca (2) 120, 2º andar, fundaram a Federação Espírita Brasileira, ficando
desde logo deliberado que o "Reformador" passaria, de 15 daquele mês
em diante, a ser o órgão oficial da Casa.
(2) Na época, Rua de
São Francisco de Assis.
Bezerra
de Menezes manteve-se na expectativa e não tomou parte na fundação da
Federação, aguardando o momento de ser convocado para iniciar o seu trabalho
apostolar. Esse pormenor destaca a sua ponderação e cuidado, não assumindo
atitude definitiva antes que se pudesse convencer de que o empreendimento
assentava em bases firmes, prevenindo a reprodução do que acontecera com outras
iniciativas, de propósitos elevados, mas de efêmera duração.
A
Federação programou desde logo uma série de conferências públicas, sempre muito
concorridas; dois anos após, isto é, no dia 16 de agosto de 1886, fez realizar,
no salão nobre da Guarda Velha, memorável reunião, com uma assistência aproximada
de duas mil pessoas. A certa altura, essa multidão, emocionada, viu e ouviu a
impressionante profissão de fé espírita do eminente cidadão, Adolfo Bezerra de
Menezes, que todos conheciam e admiravam como católico. A repercussão foi
extraordinária, quer na imprensa, quer na sociedade, dado o prestígio e a
respeitabilidade do acatado médico, cuja transformação vinha desde quando
estudara "O Livro dos Espíritos", analisando-o rigorosamente e
meditando sobre os princípios dele constantes. Não era, nem nunca o foi, homem
de improvisações. Seguro de si, depois de estudar
acuradamente a Doutrina dos Espíritos e de com ela se sentir identificado,
falou com firmeza e autoridade. Era a palavra de uma voz autorizada, de uma
figura de incontestável prestígio, em redor da qual começariam a girar todos os
movimentos de responsabilidade no campo espírita. Era um chefe, um autêntico
líder fortalecido por uma educação moral impecável e por uma condição
espiritual que se impunha pela pureza do seu comportamento.
Naturalmente,
esse fato alvoroçou os meios católicos, a tal ponto que seu irmão, Dr. Manoel
Soares da Silva Bezerra, católico praticante, lhe escreveu uma longa carta
reprovando sua atitude de adesão ao Espiritismo, que considerava seita
"diabólica". A resposta de Bezerra foi imediata e vigorosa, revestida
embora de profundo respeito e amor fraterno. Foi, sobretudo, belíssima lição
evangélica, publicada mais tarde em "Reformador", com o título
"Valioso autógrafo".
A
atividade de Bezerra de Menezes, em prol da difusão da Doutrina Espírita, foi
preciosa e persistente. De novembro de 1886 a dezembro de 1893, escreveu ele,
sob o pseudônimo de "Max", ininterruptamente, no famoso jornal “O
Paiz”, um dos mais importantes daquela época, uma longa série de profundos
artigos doutrinários, sob o título "Estudos Filosóficos" (mais tarde
convertidos em três volumes, editados pela Federação Espírita Brasileira).
Esses estudos, consoante a autorizada opinião do ilustre Dr. Canuto de Abreu,
"marcaram a época de ouro da
propaganda do Espiritismo no Brasil" e "nunca esses artigos foram superados por outros, antes ou depois",
no gênero.
Reafirmando
a excelência da atuação de Bezerra de Menezes, aquele venerando
correligionário, sempre aludindo aos escritos de Max, aduziu:
"Chamamos a atenção para eles, a atenção não
só dos velhos, como principalmente dos novos, que usam da palavra e da pena em
prol do Espiritismo. Não possuímos, em língua brasileira, maior repositório
doutrinário do kardecismo. Ninguém falou com maior eloquência, maior
sinceridade, maior lógica."
Aproximava-se
o momento em que o grande e dedicado auxiliar de lsmael deveria assumir ostensivamente
a culminância do seu trabalho missionário, atendendo às ordens e recomendações que
lhe foram feitas pelo eminente mentor espiritual do Brasil, quando da sua
escolha na Espiritualidade, definindo a característica sublime da sua extraordinária
tarefa:
"Descerás às lutas terrestres com o objetivo de
concentrar as nossas energias no País do Cruzeiro, dirigindo-as para o alvo
sagrado dos nossos esforços. Arregimentarás todos os elementos dispersos com as
dedicações de teu espírito, a fim de que possamos criar o nosso núcleo, de
atividades espirituais, dentro dos elevados propósitos da reforma e regeneração.
Não precisamos encarecer aos teus olhos a delicadeza
da tua missão, mas com a plena observância do código de Jesus e com a nossa
assistência espiritual, pulverizarás todos os obstáculos, à força de
perseverança e humildade, consolidando os primórdios da nossa obra, que é a de Jesus
no seio da Pátria do seu Evangelho.
A luta vai ser grande; considera que não será
menor a compensação do Senhor, dele, que é o Caminho, a Verdade e a Vida."
Em
1895, foi Bezerra de Menezes eleito Presidente (3) da Federação Espírita Brasileira, mas investido de amplos e irrestritos
poderes, para congregar a Família Espírita, então dispersa e sem rumo definido.
(3) Fora anteriormente
Presidente, em 1889; e, após, Vice-Presidente da Casa-Máter do Espiritismo, no
Brasil.
Logo
que assumiu tão séria e grave responsabilidade providenciou a União de todos os
elementos devotados à Causa. Recomeçou, ele próprio, o estudo sistemático de
"O Livro dos Espíritos" (que instituíra em 1889) em sessões públicas;
e certamente desejoso de tornar acessíveis a um maior número de espíritas os
belos ensinos da obra recebida pela médium Emilie Collignon, coordenada por
J.-B. Roustaing, "Os Quatro Evangelhos" - com os quais bem se
identificara, notadamente entre fins de 1891 e princípios de 1895, face a sua assídua presença no Grupo lsmael (pois em tal período
só aos referidos trabalhos comparecia regularmente) - cogitava, em 1899, em instituir
uma nova sessão semanal, para o estudo dos Evangelhos à luz do Espiritismo.
Acometido, no entanto, do mal que o prostrara ao leito e do qual lhe adviria a
desencarnação, em 1900, esse seu último propósito foi concretizado pelos companheiros
e tão solidamente que perdura ate hoje.
Vale
ressaltar ainda que a obra acima, traduzida pela primeira vez em língua
portuguesa, por Ewerton Quadros, "Reformador" começou a publicá-la em
15 de janeiro de 1898 ("Grandes Espíritas do Brasil", de Zêus Wantuil,
pág. 330, FEB, 1969).
Enviado
de Ismael, o inesquecível Bezerra de Menezes deu início ao desenvolvimento do
Espiritismo Cristão, de conformidade com os planos divinos "consolidando os primórdios da nossa Obra,
que é a de Jesus, no seio da Pátria do Evangelho", pois era afirmação
frequente de Ismael que "o Espiritismo só sobreviverá com o Evangelho
de Jesus" o que vem sendo confirmado também por ocorrências fora
do Brasil, através dos anos.
Hoje,
quando a Doutrina Espírita se expande pelo vasto território brasileiro,
realizando extensa e profunda sementeira de fraternidade e congraçamento em
nome do Cristo, começamos a sentir e compreender quão grande e nobre foi a missão
de Bezerra de Menezes no plano terrestre, justificando as esperanças nele
depositadas como Espírito emissário de Ismael.
Espírito
dotado de peregrinas virtudes, era Bezerra como que a personificação da
caridade: médico dos pobres e sacerdote da divina arte de curar sem horário
para a sua labuta. Fiel exemplificador dos preceitos doutrinários e evangélicos,
sentiu intimamente o verdadeiro significado do verbo dar. Deu de si mesmo
quanto podia de afeto, de carinho, de dedicação e abnegação em benefício dos
seus semelhantes. Desencarnou pobre de bens materiais, mas levando consigo
aquele tesouro imperecível que as traças não roem, a ferrugem não consome e os
ladrões não roubam.
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