19,30 Muitos
dos primeiros serão últimos e muitos dos
últimos serão primeiros!
20,1 Com efeito, o reino dos céus é semelhante
a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários
para a sua vinha.
20,2 Ajustou com eles um denário por dia e
enviou-os para sua vinha.
20,3 Cerca da 3ª hora, saiu e viu alguns mais na praça sem nada fazer.
20,4 Disse-lhes :-Ide também para minha vinha e vos darei o justo salário.
20,5 Eles foram. À 6ª hora saiu de novo e
também na 9ª hora fez o mesmo.
20,6 Finalmente, pela undécima hora, encontrou
ainda outros na praça e perguntou-lhes: Porque estais todo o dia sem fazer
nada?
20,7 Eles
responderam: -É porque ninguém nos contratou. Disse-lhes, então: Ide vós também
para minha vinha.
20,8 Ao
cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: -Chama os operários e
paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros.
20,9 Vieram aqueles da undécima hora e
receberam cada qual um denário.
20,10
Chegando, por sua vez, os primeiros, julgavam que haviam de receber mais, mas
só receberam cada qual um denário;
20,11 Ao
receberem, murmuraram contra o pai da família, dizendo:
20,12 Os
últimos só trabalharam uma hora... e destes-lhes tanto como a nós, que
suportamos o peso do dia e do calor.
20,13 O senhor, porém, disse:
-Meu
amigo, não te faço injustiça, não contrataste comigo um denário?
20,14 Toma o que é teu e vai-te: -Eu quero dar
a este último tanto quanto a ti.
20,15 Ou não me é permitido fazer dos meus bens
o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?
20,16 Assim, pois, os últimos serão os
primeiros e os primeiros serão os últimos (porque muitos serão os chamados, mas
poucos os escolhidos).
Para Mt (19,30 até 20,16) -O Trabalhador da última hora-, temos a orientação
de Constantino (espírito protetor),
no Cap. XX de “O Evangelho...”:
“O trabalhador da última hora tem
direito ao salário, mas é preciso que a sua vontade tenha estado à disposição
do Senhor que devia empregá-lo, e que esse atraso não seja o fruto da preguiça
ou da má vontade. Tem direito ao salário, porque desde a madrugada, esperava
impacientemente aquele que, enfim, o chamaria ao trabalho; era trabalhador, só o trabalho lhe faltava.
Mas se tivesse recusado o trabalho a cada hora
do dia; se tivesse dito: Tenhamos paciência, o repouso me é agradável; quando a
última hora soar, será tempo de pensar no salário da jornada; que necessidade
teria de me incomodar por um senhor que não conheço, que não amo! quanto mais
tarde, será melhor. Este, meus amigos, não teria encontrado o salário do
obreiro, mas o da preguiça.
Que será, pois, daquele que, em
lugar de permanecer simplesmente na inação, tiver empregado as horas destinadas
ao labor do dia em cometer atos culpáveis; que tiver blasfemado contra Deus,
vertido o sangue de seus irmãos, lançado a perturbação nas famílias, arruinado
os homens confiantes, abusado da inocência, que tiver enfim se chafurdado em
todas as ignomínias da Humanidade; que será, pois, daquele? Bastar-lhe-á dizer
na última hora: Senhor, eu empreguei mal meu tempo; tomai-me até o fim do dia,
que eu faça um pouco, bem pouco da minha tarefa, e dai-me o salário do
trabalhador de boa vontade? Não, não; o
senhor lhe dirá: Não tenho trabalho para ti, no momento; esbanjaste teu tempo;
esqueceste o que havias aprendido e não sabes mais trabalhar o que havias
aprendido e não sabes mais trabalhar na minha vinha. Recomeça, pois, a
aprender, e quando estiveres mais disposto, virás a mim e eu te abrirei meu
vasto campo, e tu poderás nele trabalhar a toda hora do dia.
Bons
espíritas, meus bem-amados, sois todos vós obreiros da última hora. Bem
orgulhoso seria aquele que dissesse: Comecei o trabalho no alvorecer e não o
terminarei senão no declínio do dia. Todos vós viestes quando fostes chamados,
um pouco mais cedo, um pouco mais tarde, para a encarnação, da qual carregais
os grilhões; mas desde quantos séculos e séculos o Senhor chamou para sua vinha
sem que tivésseis querido nele entrar!
Eis o momento de receberdes o salário; empregai bem essa hora que vos
resta e não olvideis jamais que a vossa existência, tão longa que vos pareça,
não é senão um momento bem fugidio na
imensidade dos tempos que
formam para vós a
eternidade.”
Para Mt
(20,16) -Muitos são chamados mas poucos escolhidos-
leiamos “Livro da Esperança” de
Emmanuel por Chico Xavier:
“O espírita, na prática da Doutrina
Espírita, faz-se realmente conhecido, através de características essenciais.
Rende constante preito de amor a
Deus, começando na consciência.
Respeita no corpo de carne um
santuário vivo que lhe cabe sublimar.
Abraça o trabalho construtivo, seja qual seja a posição em que se
encontre. Abstém-se formalmente do profissionalismo
religioso. Sabe-se um espírito em
evolução e, por isso, não exige nos outros qualidades perfeitas que ainda não
possui.
Aceita sem revolta dificuldades e
provações por não desconhecer que os princípios da reencarnação situam cada
pessoa no lugar que traçou a si mesma, ante os resultados das próprias obras. Empenha-se
no aprimoramento individual, na certeza de que tudo melhora em torno, à medida
que busca melhorar-se. Estima no dever irrepreensivelmente cumprido, seja no
lar ou na profissão, na vida particular ou na atividade pública o alicerce da
propaganda de sua própria fé. Exalta o bem, procurando a vitória do bem, com
esquecimento de todo mal. Foge da crítica pessoal, à face da caridade que lhe
rege o caminho, mas não recusa o exame honesto e imparcial desse ou daquele
problema que interesse o equilíbrio e a segurança da comunidade em que vive. Exerce
a tolerância fraterna, corrigindo o erro sem ferir, como quem separa o enfermo
da enfermidade. Estuda sempre. Ama sem escravizar e sem escravizar-se. Não tem
a presunção de saber e fazer tudo, mas realiza, com espontaneidade e alegria o
trabalho que lhe compete. Age sem paixões partidárias, em assuntos políticos,
embora esteja atento aos deveres de cidadão que o quadro social lhes preceitua.
Usa as posses do mundo em favor da prosperidade e do bem de todos. Evita os excessos. Simplifica, quanto
possível, a própria existência. Acata os preconceitos dos outros, conquanto não
se sinta obrigado a cultivar preconceito algum.
Definindo-se
o espírita de aprendiz infatigável do progresso, será justo lembrar aqui a
conceituação de Allan Kardec, no item sete do capítulo primeiro de “O Evangelho
Segundo o Espiritismo”: Assim como Cristo disse
“ não vim destruir a lei, porém, cumpri-la”, o Espiritismo também diz
-“não venho destruir a lei cristã, mas dar-lhe execução.””
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