Questão de Valor
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Fevereiro 1955
Ninguém pode alegar insignificância
ou desvalia para fugir aos deveres que lhe competem, na obra de elevação do
mundo.
A pedra quase impermeável serve aos
alicerces.
A areia áspera é valioso elemento na
construção.
O remédio amargo é instrumento da
cura.
O mal de agora pode ser simplesmente
um véu de sombra, ocultando o bem de amanhã.
Há pessoas que se confessam inaptas
para qualquer serviço do Evangelho, entretanto, isso acontece porque vivem
esquecidas de que a direção da vida, entre os filhos da fé, não pertence à
vontade humana.
O bloco de mármore, perdido no
matagal, é simples calhau sem valor, mas, nas mãos do artista, é a fonte de que
sairá a obra-prima.
Uma enxada ao abandono é traste
inútil, entretanto, nos braços do bom lavrador, é precioso instrumento na
garantia do pão.
O pântano, em si, é pestilência e
ruína, contudo, se recebe a assistência do pomicultor, dá lugar a vegetais que
enriquecem a vida.
Um fio de cobre, perdido na via
pública, é resíduo destinado à lata de lixo, mas se for ligado entre a usina e
a lâmpada é o condutor imponente da luz e da energia, que sustentam o
progresso.
Se contamos exclusivamente conosco,
na realidade somos meros átomos pensantes, todavia, se aceitarmos a direção de
Jesus para a nossa vida, cada experiência ser-nos-á indubitavelmente rica de
bênçãos do Divino Mestre.
Pelo nosso passado, somos simples
sombras, mas se o nosso presente procura imanar-se com o Cristo, nossa bússola
indicará os horizontes da verdadeira luz em nosso favor.
Não te consideres tão somente pelo
que és.
Vejamo-nos em companhia do Cristo,
para que o Senhor esteja em nós.
O zero à esquerda do número será
sempre nada, mas, à direita do algarismo, é valor substancial em ascensão
crescente para o Infinito.
Lembremo-nos de que Jesus é a Divina
Unidade e situemos nossa existência à direita do Nosso Senhor e Mestre.
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