Reencarnação
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Janeiro 1955
Sem a chave da reencarnação, a vida
inteira reduzir-se-ia a escuro labirinto.
De existência em existência, no
mundo, nossa individualidade imperecível sofre o desgaste da imperfeição, assim
como o aprendiz, de curso a curso, na escola, perde o fardo da ignorância.
Compreendendo semelhante verdade,
saibamos valorizar o tempo, no espaço terrestre, realizando integral
aproveitamento da oportunidade que o Senhor nos concede, entre as criaturas, acumulando
em nós as riquezas do conhecimento superior e os tesouros da sublimação pelo
aprimoramento de nossas qualidades morais.
Lembremo-nos de que nunca iludiremos
a vigilância da Lei.
Na Terra, a organização judiciária
corrige tão somente os erros espetaculares, expressos nos crimes ou nos
desregramentos que compelem os missionários da ordem a drásticas atitudes,
segregando a delinquência na penitenciária ou no hospital, derradeiros limites
do desequilíbrio a que se acolhem os trânsfugas sociais.
Todavia, é imperioso reconhecer que
todas as nossas falhas são registadas em nós mesmos, constrangendo a Justiça
Eterna a providências de reajuste em nosso favor, no instituto universal da
reencarnação, que dispõe de infinitos recursos para o trabalho regenerativo.
De mil modos ilaqueamos na carne a
atenção dos juízes humanos, nos delitos ocultos, exercitando a perversidade com
inteligência, oprimindo os outros com suposta humildade, ferindo o próximo com
virtudes fictícias, estragando o equipamento físico sem qualquer consideração
para com os empréstimos divinos e, sobretudo, explorando os irmãos de luta com
manifesto abuso de nossos poderes intelectuais...
No entanto, por isso mesmo também,
renascemos sob doloroso regime de sanções, dilacerados por nós mesmos, nas
possibilidades que outrora desfrutávamos e que passam a sofrer frustrações
aflitivas.
Moléstias da carne e impedimentos do
sangue, mutilações e defeitos, inquietações e deformidades, fobias complexas e
deficiências inúmeras constituem pontos de corrigenda do nosso passado que hoje
nos restauram à frente do futuro.
Cultivemos, desse modo, o coração
nobre no vaso da consciência reta para que a planta de nossa vida se levante
para o hálito de Deus, porquanto basta a boa vontade na sementeira do amor que
o Mestre nos legou para que a multidão de nossos débitos seja coberta e
esquecida pela Divina Misericórdia, possibilitando o soerguimento de nosso
espírito, até agora arrojado ao lodo de velhos compromissos com a sombra, na
subida vitoriosa para a luz imortal.
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