Deveres Sociais
Ismael Gomes Braga
Reformador (FEB) Novembro 1962
O Espiritismo não se detém nas
fronteiras da sociologia materialista, porque proclama a continuidade da vida
social depois da morte do corpo.
No capítulo 41 de "Justiça
Divina" lemos que há bens que não podem ser monopolizados por
ninguém, por serem patrimônio comum de todos, justamente como reconhecem os
socialistas de todas as escolas, mas, onde estas encontram suas fronteiras intransponíveis,
o Autor continua, porque a sociedade humana é muito mais vasta e sensível do
que o Materialismo supõe.
Leiamos algumas linhas:
"Não
retenhas, assim, os valores que entesouraste.
Não desconheces que o pão excessivo
é o prato do vizinho em necessidade.
Entretanto, há diferentes recursos
por dividir.
Ladeando mesas fartas, há corações
semi sufocados no desespero.
Por trás dos gestos que te golpeiam,
há tramas obscuras de obsessão.
Na retaguarda dos crimes que te
revoltam, há influências que não desvelas, de pronto."
Vivemos fazendo amigos ou inimigos,
pela nossa conduta, e esses amigos ou inimigos não morrem, como parece aos
materialistas; eles continuam no Além-Túmulo colaborando para nossa felicidade
ou desventura, com seus pensamentos e sentimentos, como nossos protetores ou
perseguidores.
Os problemas urgentes do pão, da
habitação e da instrução são proclamados pelos socialistas e a sociedade vai
caminhando a passos rápidos para resolvê-los. Há países que efetivamente já não
conhecem tais problemas, como a Suécia, a Dinamarca, a Suíça e outros; mas a
sociologia espírita não se detém aí, reclama a continuação dos esforços: -
o amor a todos os seres, a colaboração dos dois mundos, do visível com o
invisível.
Esse belo capítulo 41 se encerra com
estas linhas:
"Felicidade,
no fundo, é bondade crescente, para que a alegria se faça maior. E, sem dúvida,
todos nós podemos dividir parcelas de bondade e alegria, mas a multiplicação
vem dos outros.”
"Justiça Divina" é um
código de boa conduta que todos devemos conhecer e pôr em prática.
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