Pesquisar este blog

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Kardec, de viva voz, aos espíritas franceses



Kardec, de viva voz, aos espíritas franceses:
Reformador (FEB) Abril 1976

            “É certo que se pode atribuir a mim o que eu não disse, e isso já se fez mais de uma vez. Mas, aqueles que me conhecem são capazes de distinguir o que eu digo daquilo que não sou capaz de dizer, e eu agradeço a quantos, em semelhantes circunstâncias, souberam responder por mim. O que eu afirmo, estou sempre pronto a repetir, na presença de quem quer que seja e, quando afirmo não ter dito ou feito uma coisa, julgo-me no direito de ser acreditado." (Pág. 62)

            “Antes de fazer a coisa para os homens, é preciso formar os homens para a coisa, como se formam obreiros, antes de lhes confiar um trabalho. Antes de construir, é preciso que nos certifiquemos da solidez dos materiais. Aqui os materiais sólidos são os homens de coração, de devotamento e abnegação.” (Págs. 79 e 80)

            “E não creiais que são os inimigos declarados que desta forma agem! São os pseudo amigos da doutrina e, frequentemente, aqueles em aparência mais calorosos. Muitas vezes, espertamente, farão tirar as castanhas do fogo com a própria mão de amigos sinceros, porém fracos que, sabidamente enganados, agirão de boa-fé e sem desconfiança. Lembrai-vos de que a luta não está terminada e de que o inimigo se encontra ainda às vossas portas. Mantende-vos constantemente em guarda, a fim de que ele não vos apanhe desprevenidos.” (Pág. 103)

            “Há algo de mais pernicioso ao Espiritismo do que os ataques apaixonados dos seus adversários. É o que os pseudo adeptos publicam em seu nome. Certas publicações são simplesmente lamentáveis, uma vez que oferecem da doutrina espírita uma ideia falsa e a expõem ao ridículo.” (Pág. 110)

            “Deplorais as excentricidades de certos escritos publicados sob a cobertura do Espiritismo. Pelo contrário, devereis abençoá-los, uma vez que é por esses excessos mesmos que o erro se perde... O que que vos choca nesses escritos? O que é que vos ocasiona repulsa e, muitas vezes, vos impede de lê-lo até o fim? Exatamente o que fere, violentamente, o vosso bom senso! Se a falsidade das ideias não fosse bastante evidente, bastante chocante, talvez a elas mesmas vos deixareis prender, enquanto que os erros tão malfeitos, ferindo-vos, constituíram-se em contravenenos. “Sem dúvida alguma seria preferível que só fossem publicados dos bons livros! Mas, embora tudo se passe de outra forma, é preciso que não temais, para o futuro, a influência dessas obras. Elas podem, momentaneamente, acender um fogo de palha, mas quando não se apoiam em uma lógica rigorosa, vede, ao fim de alguns anos – muitas vazes de alguns poucos meses - a que se reduziram. Para tais casos as livrarias são um termômetro infalível.” (Páginas 114 e 115.)

            “É preciso que se saiba que o Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e apressuramento, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de onde provém mas que, igualmente, repudia todas as publicações excêntricas. Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a doutrina não seja comprometida devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se algumas delas são produtos da boa-fé. outras constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações contra ele. Eis por que, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a doutrina espírita aceita daquilo que ela repudia.” (Pág. 116)
           (Excertos da obra ‘Viagem Espírita em 1862’; Casa Editora “O Clarim”, Matão, SP. 1ª ed. 1968)  

            Nota do “Reformador”:

            Alan Kardec, em 1862, viajou 693 léguas, visitando umas vinte localidades e participando de mais de cinquenta reuniões. “Devemos - escreveu o Codificador - particular reconhecimento aos espíritas de Provins, Troyes, Sens, Lyon, Avignon, Montpellier, Cette, Toulouse, Marmande, Albi, Saint-Gemme, Bordeaux, Royan, Meschers-sur-Garonne, Marennes, Saint-Pierre-d’Oléron, Rochefort, Saint-Jean-d'Angély, Angoulême, Tours e Orléans, bem como a todos quantos não recuaram ante a perspectiva de uma viagem de dez e até vinte léguas para irem se reunir a nós nas cidades onde nos havíamos detido.” “Foi em Lyon que tivemos a reunião geral mais importante. Compunha-se de mais de seiscentos delegados de diferentes grupos e tudo transcorreu de admirável maneira.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário