Caminho Estreito
Luiz de Oliveira
Reformador (FEB) Novembro 1919
Caminho estreito... Eis-me a
caminho!
Como o percorro a soluçar!
Ah! quanto sofre o pobrezinho
Que não tem pão, que não tem lar!
Caminho estreito... Os pés eu
tenho
De o palmilhar sangrando, em dor...
Que peso tem, meu Deus, o lenho
De quem procura a luz do amor!
Caminho estreito, escuro e
triste!
Por ele vou... e, aos que me
veem,
Digo, a sorrir: a fé me assiste,
Que a paz vos seja... Eu vivo
bem!
Caminho estreito... Estrada nobre
Vou percorrendo em treva e luz...
Cristo se fez irmão do pobre:
Também do Cristo eu tenho a cruz!
Caminho estreito... Eu o bem
digo!
Eu lhe abençoo a escuridão...
Nele Jesus se fez mendigo:
Por ele o pobre é meu irmão...
Caminho estreito em que me irmano
À alma do pobre e ao Bom Pastor,
Quem o percorreu eu não me engano!
Bençãos terá feitas de amor!
Caminho estreito... estreito à vida
De quem não ama o Eterno Ser!
Quem o maldiz os Céus olvida:
Alma não tem para viver!
Caminho estreito, ao Céu aberto!
Nele, estendendo os olhos meus,
Vejo-me só ... Quanto é deserto!
Quanto se foge à Luz de Deus!
Caminho estreito ... Estrada
franca,
Aberta à glória do homem que é
Sincero e justo – uma alma branca
Que se conduz na asa da Fé!
Caminho estreito em que contemplo
Do pobre irmão a vida irmã...
Conduzes para o Eterno Templo
Gloriosamente a alma cristã!
Caminho estreito em que pelejo,
Julguei-te mal - perdão! perdão!
Embora só, agora eu vejo
Que és necessário ao bom cristão!
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