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sábado, 26 de março de 2011

Senhoras e Senhores




Allan Kardec, em “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, 
compila duas lições magistrais contadas sob a forma de simples histórias. 
A primeira, sobre piedosas Senhoras, é assinada por Cáritas. 
A segunda, sobre Senhores com diferentes experiências encarnatórias, 
é assinada por  “Um Espírito Protetor”. Vamos aos textos:

A Primeira: -  “Vejo várias vezes na semana uma reunião de senhoras, 
de todas as idades; para nós, como sabeis, são todas irmãs. 
Que fazem elas? Trabalham depressa, depressa; os dedos são ágeis; 
vede também como os rostos são radiosos e como os corações 
batem em uníssono! Mas qual é seu objetivo? 
É que elas vêem se aproximar o inverno que será rude para os lares 
pobres; as formigas não puderam amontoar durante o verão os grãos 
necessários à provisão, e a maior parte dos seus pertences está 
empenhada; as pobres mães se inquietam e choram pensando 
nas criancinhas que, nesse inverno, terão frio e fome! 
Mas, paciência, pobres mulheres! Deus inspirou a mulheres 
mais afortunadas que vós; elas estão reunidas e vos confeccionarão 
roupinhas; depois, num desses dias, quando a neve tiver 
coberto a terra, e murmurardes dizendo:
 “-Deus não é justo,” porque é a vossa palavra habitual, 
a vós que sofreis; então, vereis aparecer um dos filhos dessas 
boas trabalhadoras que se constituíram em operárias dos pobres; 
sim, é para vós que elas trabalham assim, e vossa murmuração 
se mudará em bênçãos, porque no coração dos infelizes, 
o amor segue de bem perto o ódio. Como é preciso a 
todas essas trabalhadoras um encorajamento, vejo as 
comunicações dos bons espíritos lhes chegar de todas 
as partes; os homens que fazem parte dessa sociedade
trazem também seu concurso fazendo uma dessas leituras 
que agradam tanto; e nós, para recompensar o zelo 
de todos e de cada um em particular, prometemos 
a essas operárias laboriosas uma boa clientela 
que lhes pagará, dinheiro contado, em bênçãos, 
única moeda que tem curso no céu, 
lhes assegurando por outro lado, 
e sem medo de muito avançarmos, 
que ela não lhes faltará.”

A Segunda: - “Dois homens vieram a morrer; Deus havia dito:
 Enquanto esses homens viverem, serão colocadas 
em um saco cada uma das suas boas ações e, 
na sua morte, serão pesados esses sacos. 
Quando esses dois homens chegaram à sua hora derradeira, 
Deus fez trazer os dois sacos; um estava gordo, 
grande, bem cheio, ressonando o metal que o enchia; 
o outro era muito pequeno, e tão fino, 
que se via através deles as raras moedas que continha; 
e cada um desses homens reconheceu o seu: 
Eis o meu, disse o primeiro; eu o reconheço; fui rico e dei muito. 
Eis o meu, disse o outro; sempre fui pobre, 
ah! eu não tinha quase nada a partilhar. 
Mas, ó surpresa! os dois sacos colocados na balança, 
o mais gordo tornou-se leve e o pequeno se fez pesado,
 tanto que dominou em muito o outro lado da balança. 
Então Deus disse ao rico: Deste muito, 
é verdade, mas deste por ostentação 
e para ver teu nome figurar em todos os templos do orgulho, 
e, além disso, dando não te privaste de nada; 
vai para a esquerda e estejas satisfeito de que a esmola
 te seja contada ainda por alguma pequena coisa. 
Depois, disse ao pobre: Deste bem pouco, meu amigo, 
mas cada uma das moedas que estão nesta balança 
representa uma privação para ti; se não deste esmola, 
fizeste caridade e, o que há de melhor, fizeste a caridade naturalmente, 
sem pensar que te seria levada em conta; foste indulgente: 
não julgaste teu semelhante, ao contrário, 
desculpaste todas as suas ações; 
passa à direita e vai receber tua recompensa.”

De um espírito de nome João, na mesma fonte,
 tiramos as palavras finais deste artigo, 
na expectativa que fiquem para sempre 
gravadas no coração de todos:

“... o que quer que seja que
Deus vos tenha dado, disso
 deveis uma parte àquele a
 quem falta o necessário...”

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