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quinta-feira, 31 de março de 2011

34/50 'Crônicas Espíritas'




34CM

      VII

             Diz ainda monsenhor Martins:
            “A Igreja proíbe de ler livros, jornais, revistas que contêm doutrina, exemplos, comentários adversos à doutrina.”
            Isto apenas demonstra o medo que a Igreja tem de os seus adeptos serem esclarecidos sobre os erros que ela ensina e assim deixem de encher continuamente as suas arcas com o produto das promessas, promessas estas que não passam de tentativa de suborno da misericórdia divina. E poderá alguém que raciocine admitir que Jesus, ou a Virgem possam ser subornados ou comprados?
            E continua: “A Igreja proíbe de se ter intimidade, amizade com os que são casados só civilmente”.
            Não parece isto uns ares de vingança por não ter o freguês pago ao padre os honorários do casamento religioso? Felizmente, esta proibição os católicos não a cumprem, compreendendo que o amor ao próximo abrange a todas as criaturas, ainda que a sua igreja assim o não queira compreender.
            E mais: “A igreja manda-nos amar o nosso próximo, principalmente a sua alma”.
            Este mandamento parece ter sido formulado por um diplomata à La Luxburg e, como os seus famosos telegramas, explica-se logo adiante no livrinho que comento onde “manda dar esmolas aos verdadeiros pobres”, e se o doador não tiver tempo para indagar quais são os verdadeiros, amará só a alma do infeliz que lhe estende a mão. Que velhacaria!
            Diz ainda: “A igreja manda concorrer cada um na medida das suas posses com o óbolo para as despesas do culto”... (às imagens) para que o pároco possa construir alguns prédios para renda e bem estar da sua prole. Pelo menos é o que ser observa.
            E finaliza: “Eis a chave de ouro com que quero e devo fechar esta parte, referente à divindade da igreja católica apostólica Romana. O grande São Cipriano (que isca!) dizia: Quem não tiver a igreja como Mãe, não terá Jesus Cristo como Pai.”
            É pena que S. Cipriano não esteja encarnado agora, pois serviria admiravelmente para diplomata da Santa Sé, quando ela se vir excluída do próximo congresso da paz.
            Com que então Jesus é Pai? E o monsenhor tem a coragem de repetir semelhante heresia? Admira o desplante com que se mente aos fiéis que não têm meios de procurar a verdade! Jesus ensinou: “A ninguém chameis pai vosso sobre a terra; porque um só é vosso Pai que está nos céus, nem vos intituleis mestres; porque um só é vosso mestre, o Cristo.” (S. Mateus, 23:9 e 10) Estes ensinos, Jesus os pronunciou para deixar demonstrada a diferença entre ele e o Pai, sabendo de antemão que a Igreja Católica ia deificá-lo.
            Quanto à Igreja ser mãe, ninguém ignora que ela de fato o é, mas tão somente do clero e dos sacristães. Do resto do povo, porém, é madrasta que explora os seus enteados em proveito dos filhos, com promessas que ela sabe não podem ser cumpridas.
            E por dizermos a verdade, monsenhor Martins, como voz da Igreja, proíbe “que os católicos tenham intimidade e amizade com os inimigos da sua religião”. S. Rev., porém, cita o provérbio – “quem avisa amigo é”, e falando eu com esta franqueza, não é isto uma prova de que o meu coração transborda de amizade por todos e especialmente pelo clero, não trepidando diante da ira de alguns para salvar a todos do abismo a cuja beira se acham, desejando a felicidade de todos na vida espiritual, pois que a atual não é mais do que a conseqüência dos desmandos da Humanidade de todos os tempos, que é sempre a mesma, reencarnado e desencarnando, vida de expiação, reparação e provação?
            O purgatório que a Igreja prega, sem saber explicar o seu paradeiro, é este mundo. É o que os Espíritos explicam e mais: que a presente época é a última ocasião que a Humanidade terrena terá para modificar a sua moral e resgatar as suas faltas, pois que chegou o tempo predito por Jesus, e os recalcitrantes serão repelidos para planetas muito mais atrasados que o nosso, onde terão de viver e progredir, planetas onde haverá choro e ranger de dentes para aqueles que já estavam acostumados às comodidades deste mundo.
            Não é o caso de se meditar seriamente sobre os ensinos do Cristo, orar e vigiar constantemente e fazer o maior esforço possível para andar de acordo com o Evangelho de Jesus, de preferência a aceitar os erros que a Igreja Católica Apostólica Romana ensina?

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