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sábado, 26 de março de 2011

'Se eu morresse amanhã...'




Se eu  morresse amanhã...
Por Ramiro Gama
Reformador (FEB) Fevereiro 1974

            Amanhecemos ouvindo os ecos de uma poesia que nos ficou da infância e que mais ou menos dizia: ‘Se eu tiver de morrer na flor dos anos, meu Deus, não seja já, eu quero ouvir na laranjeira, à tarde, o canto do sabiá...’
            Esta poesia fez-nos recordar a célebre pergunta: Se eu morresse amanhã? – pergunta que cada crente aqui em prova de expiação e remissiva deve fazer a si mesmo, senão constantemente, pelo menos de vez em quando, para sentir se está ou não vivendo e o que lhe sucederá se for chamado à Espiritualidade sem que espere e esteja preparado.
            Começamos a sentir, então, a advertência de nossas testemunhas e de nossos avalistas, que ficaram por nós, junto ao Supremo Poder, a fim de obtermos o prêmio de uma reencarnação. Advertência daqueles que sofrem e se alegram conosco quando nos vêm falindo ou triunfando em nossa prova...
            E vêm-nos à lembrança muitos casos, para que sintamos como falhamos quando vivemos descuidadamente, colocando o coração no tesouro das coisas ilusórias e perecíveis.
            Lembramo-nos de haver visitado, há dias, uma casa onde não havia mais nenhum sentido de lar. Seus moradores subestimavam a bênção do tempo e se preocupavam na aquisição de títulos, conhecimentos comuns do currículo escolar para serem técnicos em várias especialidades do saber humano, doutores em ciência, sem, no entanto, cuidarem de adquirir luz na alma, bom senso, vitória do coração que ama e sabe distribuir compaixão, tolerância, perdão, paciência, humildade junto aos irmãos da mesma expiação remissiva.
            Em nossa lembrança não havia, como não há, nenhuma hostilidade aos que estudam e se formam para ganhar, honestamente, seu salário, espiritualizando sua função e sendo úteis ao seu semelhante. E, à nossa mente, vieram os vultos luminosos dos veros professores, médicos, engenheiros, advogados, serventuários, trabalhadores de vários níveis, irmãos em Jesus e donos de corações repletados dos ensinos do grande Amor, realizadores de tarefas diferentes, como as que realizaram também Bezerra de Menezes, Miguel Couto, Paulo de Frontin, Pedro Richard, Guillon Ribeiro e tantos outros.
            A Terra, que aí está, vai ser promovida a mundo de regeneração no terceiro milênio que se avizinha. Então, os que lhe contrariam a evolução ou a sua promoção serão encaminhados a outros mundos a que fizerem jus e com suas provas agravadas. Assim, todos os que nos achamos nesta última hora, atentemos para a pergunta: Se eu morresse amanhã, que sucederia?!  Seria recebido pela minha família espiritual, qua assistiu à minha vinda à Terra, num clima de alegria e vitória, ou sentindo em suas fisionomias a velada tristeza de minha derrota?!
            O converso de Damasco, Paulo de Tarso, nos pede que, pelo menos, de quando em quando, façamos um exame introspectivo, examinando-nos cuidadosamente, para sabermos do nosso estado espiritual e termos certeza de que estamos ou não progredindo, vivendo, combatendo nossas paixões e caminhando ao encontro do grande Amigo, que é Jesus.
            Moços, que viveis a vossa fase áurea; aproveitai a dádiva do Tempo e buscai adquirir o título de Cristão em Cristo; e porque ireis continuar, amanhã, a nossa obra, não abuseis da liberdade, fazendo o que bem entendeis...
            Pais, que, até aqui, não tendes apontado caminhos estreitos que sobem, que não tendes cumprido os deveres, que não exemplificais o que recebestes de vossos progenitores, atentai para a hora grave que vivemos...
            Mães, que vos envergonhais do título de mães, colaboradoras de Deus como criaturas e criadoras, buscando, sem necessidade, tarefas outras como fuga dos vossos divinos deveres, quais sejam os de educar e salvar, modificando o caráter de vossos filhos, observai o tempo que corre e que a felicidade verdadeira é a soma de deveres realizados e quem não os realiza não pode sentir a paz da tarefa diferente com a presença de Jesus...
            Recordemos, finalmente, aquele homem de que nos fala o Evangelho, que juntou ouro, encheu todo um quarto e, depois, pensou em descansar para sentir seu tesouro no qual colocou todo o seu coração. E uma voz se lhe fez ouvir: Hoje serás chamado à espiritualidade e teu ouro ficará atestando tua derrota...
            Recordemo-lo, a fim de que, antes que tarde, nos salvemos, reconsiderando nossos erros e sentindo que, de mais alto, a voz do Grande Injustiçado está perguntando: Que buscais, que ledes, que pedis, que quereis que eu faça?!
            E a nossa resposta revelará se estamos morrendo ou vivendo, em verdade, para Deus, nosso Pai e Criador.
           



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