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segunda-feira, 21 de março de 2011

08/50 'Crônicas Espíritas'



8CM

Meu caro Padre Dubois:

Quanto a ser pecado a transgressão do “Decálogo”, nisso a Igreja nada ensina de novo, pois isto mesmo ensinou Moisés. Apesar de ser esse ensino pregado há mais de cinco mil anos, a Humanidade continua a transgredi-lo, e, se o amigo se quer dar ao trabalho de fazer uma pesquisa, encontrará que mais de 90% dos reclusos da Detenção e Correção são católicos confessos, pelo que poderá aquilatar do valor dos ensinos pregados pela Igreja.
Quanto “à concepção natural de Jesus”, isto é assunto transcendente, porém, esse mistério foi muito satisfatoriamente revelado pelos Espíritos na obra “Revelação da Revelação” e a sua veracidade foi constatada por homens sábios, como Crookes, Wallace, Oxon, Lombroso, De Rochas, Richet e ultimamente pelo Dr. Geley, com a materialização dos Espíritos, materializações que, aliás, constam também da Bíblia e do Evangelho, 
e que foi também produzida por Antônio de Pádua, quando deixou 
o corpo na igreja e foi materializar-se para defender o pai dele.
Uma das testemunhas da materialização de Katie King,
 nas experiências feitas por Willian Crookes, assim descreve a última sessão:  
    
“As sete e um quarto da noite, W. Crookes levou Miss Cook (médium) para o gabinete escuro, onde ela se deitou no chão, descansando a cabeça na almofada. As sete e vinte e oito minutos, Katie falou pela primeira vez, e às sete e trinta se mostrou fora do reposteiro, na plenitude de sua forma. Trazia um vestido branco, de mangas curtas e sem gola. Os cabelos, que eram compridos e castanho claro, com um tom de dourado, caíam-lhe em cachos dos dois lados da cabeça e ao longo das costas até a cintura. Trazia também extenso véu branco, que só uma ou duas vezes lhe cobriu o rosto durante a sessão.
Era de merino azul claro o vestido da médium. Por quase todo o tempo da sessão, Katie se conservou em pé, defronte de nós. Afastado como se achava o reposteiro do gabinete, todos podíamos ver distintamente o médium adormecido, com o rosto coberto por um véu de cor vermelha, a fim de estar protegido contra a luz. 
Não saíra da posição que tomara desde o começo da sessão, que se realizou, do princípio ao fim, à viva claridade das luzes. Katie falou da sua próxima partida e aceitou um ramo de flores que o Sr. Tapp lhe trouxera, assim como alguns lírios oferecidos pelo 
Sr. Crookes. Convidou o Sr. Tapp a desatar o ramo e a colocar as flores diante dela, 
no tapete. Sentou-se à moda turca e nos pediu fizéssemos o mesmo, rodeando-a. Dividiu então as flores e a cada um deu um raminho atado por uma fita azul.
Escreveu cartas de adeus a algumas pessoas amigas, assinando-as “Annie Owen Morgan” e dizendo ter sido este o nome que usara na sua existência terrena. Escreveu ainda uma carta ao seu médium e escolheu um botão de rosa para lhe oferecer como presente de despedida. Pegou de uma tesoura, cortou uma das mechas de seus cabelos e a distribuiu por todos. Depois, tomou do braço do Sr. Crookes e deu uma volta pela sala, apertando a mão de cada um de nós. Sentou-se novamente, cortou diversos pedaços do vestido e do véu e com eles também nos presenteou. À vista dos grandes buracos que assim fizera nas vestes, perguntaram-lhe, enquanto assentada entre o Sr. Crookes e o Sr. Tapp, se poderia recompor a fazenda como em outras ocasiões. Ela, então, colocando diante da luz a parte cortada do vestido, bateu com a mão e, no mesmo instante, essa parte se tornou qual era anteriormente. Os que mais próximos lhe estavam examinaram e pegaram a fazenda, com a sua permissão, e afirmaram que não havia buraco nem costura, nem emendas onde pouco antes tinham visto furos de muitas polegadas de diâmetro... Entrou depois no gabinete, acordou a médium, conversou com ela e, diante dela e de Mr. Crookes, desapareceu.”

Se, pois, Katie podia formar um corpo que tinha todos os característicos do corpo humano, porque não podia Jesus formar um corpo muito superior ao de Kate, apropriado à estatura moral do Mestre e Senhor? E, se podia fazê-lo, natural é que a Virgem não concebeu e sim que a gravidez era apenas aparente, por necessária ao aparecimento de Jesus aos olhos dos homens, na humildade de um estábulo, para o cumprimento da sua missão terrena. 

Sendo assim, nada há de sobrenatural no caso e sim um aparecimento, uma incorporação nos planetas superiores ao nosso. E ainda de acordo com o que Jesus disse de João Batista: “dos varões nascidos de mulher, nenhum se levantou maior que João”, demonstrando que ele, Jesus, não nascera de mulher, 
e que seu corpo não era igual ao nosso.





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