As Curas
Mateus 4,23 - Jesus percorria toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas,
pregando o Evangelho do Reino, curando todas as doenças e enfermidades entre o povo.
Kardec, em “A Gênese”, Cap XV, de forma precisa e sintética, lega a seus pósteros o esclarecimento necessário sobre as inúmeras curas descritas ao longo dos quatro evangelhos:
“ De todos os fatos que dão testemunho do poder de Jesus, os mais numerosos são, não há como contestar, as curas. Queria Ele provar dessa forma que o verdadeiro poder é o daquele que faz o bem; que o seu objetivo era ser útil e não satisfazer à curiosidade dos indiferentes, por meio de coisas extraordinárias. Aliviando os sofrimentos, prendia a si as criaturas pelo coração e fazia prosélitos mais numerosos e sinceros, do que se apenas os maravilhasse com espetáculos para os olhos. Daquele modo, fazia-se amado, ao passo que, se limitasse a produzir surpreendentes fatos materiais, conforme os fariseus reclamavam, a maioria das pessoas não teria visto senão um feiticeiro, ou um mágico hábil, que os desocupados iriam apreciar para se distraírem. ”
“ O Espiritismo, igualmente, pelo bem que faz é que prova a sua missão providencial.
Ele cura os males físicos, mas cura, sobretudo, as doenças morais e são esses os maiores prodígios que lhe atestam a procedência. Seus mais sinceros adeptos não são os que se sentem tocados pela observação de fenômenos extraordinários, mas os a quem liberta das torturas da dúvida; aqueles a quem levantou o ânimo na aflição, que hauriram forças na certeza, que lhes trouxe, acerca do futuro, no conhecimento do seu ser espiritual e de seus destinos. Esses os de fé inabalável, porque sentem e compreendem.
Os que no Espiritismo unicamente procuram efeitos materiais, não lhe podem compreender a força moral. Daí vem que os incrédulos, que apenas o conhecem através de fenômenos cuja causa primária não admitem, consideram os espíritas meros prestigitadores e charlatães.
Não será, pois, por meio de prodígios que o Espiritismo triunfará da incredulidade: será pela multiplicação dos seus benefícios morais, porquanto, se é certo que os incrédulos não admitem os prodígios, não menos certo é que conhecem, como toda gente, o sofrimento e as aflições e ninguém recusa alívio e consolação ”
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