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quinta-feira, 31 de março de 2011

33/50 'Crônicas Espíritas'




33CM

        VI
  
            Prosseguindo, diz monsenhor Martins no seu livrinho: “Na nova lei, que é o complemento da antiga, Jesus Cristo elevou o preceito antigo sobre a confissão à categoria do sacramento”.
            Peço licença para contradizê-lo ainda nesta sua asserção, pois em nenhum versículo do Evangelho, dos referentes às palavras pronunciadas por Jesus, se encontra uma só palavra que trate da confissão. Portanto, mais uma vez monsenhor deturpou a verdade. Não acha?
            Mais adiante, monsenhor diz: “Jesus deu aos sacerdotes o direito e o poder de, em seu nome e pela sua autorização, conceder ou negar o perdão. Essa importantíssima verdade acha-se claramente exarada no Evangelho. Depois da sua gloriosa ressurreição, Jesus Cristo, aparecendo aos seus apóstolos, disse-lhes: Recebei o Espírito Santo; e àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados, e àqueles a quem não perdoardes, não lhes serão perdoados”.
            Estas foram de fato as palavras de Jesus aos apóstolos. Mas, quem eram os apóstolos? Espíritos de escol celeste que baixaram com Jesus para acompanhá-lo em sua missão. Espíritos que resistiram a todas as tentações do mundo; que davam de graça as misericórdias que por seu intermédio o Senhor distribuía; que nunca se deixaram seduzir pelos bens terrenos; que, de acordo com os preceitos de Jesus, praticaram todas as maravilhosas curas que Jesus praticou. Inspirados pelo Espírito Santo (os Espíritos superiores) eles estavam aptos para conhecer o íntimo das criaturas que os procuravam. Não é isso que o Evangelho diz, monsenhor?
            Não é uma história edificante a dos Atos dos Apóstolos? Como eles se indignaram, rasgando as túnicas, quando o povo os quis adorar! Quais os atos do clero romano para merecer a assistência desse Espírito Santo que assistia e inspirava os apóstolos? Será o de deixar os crentes ajoelharem-se diante deles e beijar-lhes as mãos? Serão as presumidas graças negociadas pela Igreja? Qual é a sua obra?
            Com licença do monsenhor, vou mostrar-lhe uma delas. A Igreja prega e monsenhor mesmo ensina que: “Com a confissão feita ao sacerdote basta a contrição imperfeita para conseguir o perdão dos pecados mortais.” “O simples fato, de depois outra vez cometer o pecado, não prova falta de sinceridade, nem na contrição, nem no propósito.” “Ganham cada vez 300 dias, e, recitando-a diariamente durante um mês, uma indulgência plenária os que recitarem a seguinte oração: Eternamente e além seja louvado, etc., etc.”
            Nada mais barato!
            Ouvindo o povo desde criança estes ensinos hipócritas, naturalmente chega à conclusão que são eles uma verdade. E quais os resultados? Os dirigentes dos povos, estando uns criados na Religião Católica, e outros na Protestante que ensina “Crê em Jesus e serás salvo”, desencadearam tremendas guerras sobre o mundo, certos de que, dizendo que crêem em Jesus uns, e confessando-se mesmo com uma contrição imperfeitíssima outros, perdoados lhes seriam os seus pecados.
            Eis a obra das Igrejas!!!
            Mas Deus que vela pelas suas criaturas, e que “não quer a perda de nenhum dos seus filhos, e sim que eles se convertam”, permite, devido à maldade deles, que o fogo desça sobre eles para purificá-los. Mas “ai daquele por quem vier o escândalo”, disse Jesus. Para a Igreja está prestes a descer a profecia do Apocalipse exarada nos capítulos 17 e 18. Com a queda das dinastias, que com a besta (cap. 13) se conspurcavam, está a suceder-lhe o que o Senhor diz a João, no sonho apocalíptico: “Porque os seus pecados já se acumularam até ao céu, e Deus se lembrou das iniqüidades dela. Tornai-lhe como ela vos tem dado, e duplicai-lhe em dobro conforme as suas obras: No cálice que ela vos deu de beber, dai a ela o dobro”.
            A besta tem o número 666. (Apoc., cap. 13)
            Os títulos que o papa usa são os seguintes: Dux Cleri, Vicarius Filii e Vicarius Generalis Dei in  Terris.

            Dux Cleri: D -- 500, U – 5, X – 10, C – 100, L – 50, I –1: total: 666
            Vicarius Filii Dei: V – 5, I – 1, C – 100, I – 1, U – 5, I – 1, I – 1, D – 500, I – 1: total: 666
            Vicarius Generalis dei in Terris: V – 5, I –1, C – 100, I – 1, U – 5, L – 50, I – 1, D – 500, I – 1, I – 1: total: 666

            Serão estes números também a prova da santidade da Igreja?
            Imaginem-se apenas os crimes da Inquisição, fora os que praticaram aqueles que foram mal aconselhados pela Igreja e pelos quais ela também é responsável; como não será amargo o cálice que a Igreja terá que sorver.
            Que o Senhor tenha misericórdia da Igreja!
            

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