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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Reencarnação - Verdade Eterna

Reencarnação 
- Verdade Eterna
Boanerges da Rocha 
/ (Indalício Mendes)
Reformador (FEB) Fevereiro 1971

            A  pouco e pouco a ideia da reencarnação vai conquistando o mundo, não obstante a reação dos céticos e materialistas. Vamos alinhar alguns testemunhos interessantes, colhidos entre figuras de realce no antigo mundo da religião. Ver-se-á que a reencarnação, recusada mais por orgulho e preconceito do que por convicção alicerçada na lógica, está bem enraizada na alma das criaturas humanas.

            Santo Agostinho, em “Confissões” (i:6), pergunta: “Não terei vivido em outro corpo, ou em alguma parte, antes de entrar no ventre de minha mãe?” São Justino, o Mártir, disse explicitamente que a alma do homem ocupa o corpo humano em mais de uma ocasião e que o homem tem dificuldade de lembrar-se de suas vidas pregressas.

            Segundo Rufino, há uma carta escrita por Santo Anastácio, na qual este declara sua firme crença na preexistência e aceita a reencarnação. São Gregório de Nissa, por sua vez, assim se expressou acerca das vidas sucessivas: “É absolutamente necessário que a alma seja curada e purificada) e se isso não ocorre durante sua vida na Terra, deve acontecer nas vidas futuras”.

            Devemos acrescentar que, antigamente, era muito comum a aceitação da metempsicose, mesmo da parte de religiosos de destaque. Hoje, a ideia da metempsicose está afastada. O Espiritismo a esclarece perfeitamente nas obras subscritas por Allan Kardec. Os Espíritos superiores já deixaram claro que o homem não pode encarnar em animais, e que nem o contrário é admissível.

            Continuemos, porém. Arnóbio, o Numídio, apologista do Cristianismo, escreveu: “Nós morremos muitas vezes e muitas vezes ressurgimos da morte”. Clemente de Alexandria declarou que a reencarnação é uma verdade transmitida pela tradição e autorizada pelo próprio São Paulo.

            Tomás Campanella, o famoso monge dominicano, foi exilado em virtude de sua crença na reencarnação. Dizia ele que a alma voltava repetidamente à Terra. A reencarnação, nos velhos tempos, teve inúmeros advogados dentro da Igreja Católica esclarece Palmer Hall, na obra “Reincarnation”, e menciona São Francisco de Assis, o monge João Escoto Erígene, São Boaventura, e outros.

            O famoso Cardeal Mercier, que teve tanto renome por seu comportamento durante a invasão da Bélgica pelas alemães, em 1914, afirmou não ver nenhum conflito entre a doutrina da reencarnação e o dogma católico, opinião essa que também foi perfilhada, anteriormente, pelo Arcebispo L. Puecher Passavalli.

            Outro monge célebre, o filósofo Giordano Bruno, queimado vivo pela Inquisição, afirmou que “nada se perde no Universo e que todas as coisas mudam e se transformam: A alma transmigra e,  assimilando em torno de si os átomos necessários,  reconstrói um novo corpo para seu uso futuro”.

            O reverendo William Alger, que em 1860 era adversário intransigente da reencarnação, publicou um livro, em 1878 - “Crítica Histórica da Vida Futura” - modificando sua opinião e esclarecendo que cada encarnação é determinada pelos méritos e deméritos da alma em cada uma de suas vidas precedentes. Aí está, clara, a aceitação da Lei de Causa e Efeito, a Lei cármica, que rege a vida humana no planeta em que vivemos.

            Hoje, as coisas estão muito mudadas. A liberdade de pensamento facilitou o esclarecimento da humanidade, de modo que cresce sem cessar o número daqueles que, embora filiados a credos anti-reencarnacionistas, aceitam a doutrina das vidas sucessivas, compreendem a influência decisiva dos atos e pensamentos de cada um em sua futura existência. Sua mente, liberta do demônio já aposentado, e seu corpo livre das torturas e das chamas inquisitoriais, lhes oferecem campo amplo para adquirir o conhecimento da Verdade, durante séculos obscurecida pelo transmontanismo.

            O dia em que toda a humanidade se libertar de velhos preconceitos e absurdas superstições, a Terra se iluminará de felicidade, porque, já então, cada criatura humana, ciente das suas responsabilidades em face da Lei cármica, pautará seu comportamento pelas normas puras do Evangelho de Jesus, que é o roteiro seguro e infalível para a conquista da paz.




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