Reencarnação
- Verdade Eterna
Boanerges da Rocha
/ (Indalício Mendes)
/ (Indalício Mendes)
Reformador
(FEB) Fevereiro 1971
A
pouco e pouco a ideia da reencarnação
vai conquistando o mundo, não obstante a reação dos céticos e materialistas. Vamos
alinhar alguns testemunhos interessantes, colhidos entre figuras de realce no
antigo mundo da religião. Ver-se-á que a reencarnação, recusada mais por
orgulho e preconceito do que por convicção alicerçada na lógica, está bem
enraizada na alma das criaturas humanas.
Santo Agostinho, em “Confissões” (i:6),
pergunta: “Não terei vivido em outro corpo, ou em alguma parte, antes de entrar
no ventre de minha mãe?” São Justino,
o Mártir, disse explicitamente que a alma do homem ocupa o corpo humano em mais
de uma ocasião e que o homem tem dificuldade de lembrar-se de suas vidas
pregressas.
Segundo
Rufino, há uma carta escrita por Santo
Anastácio, na qual este declara sua firme crença na preexistência e aceita
a reencarnação. São Gregório de Nissa,
por sua vez, assim se expressou acerca das vidas sucessivas: “É absolutamente necessário que a alma seja curada
e purificada) e se isso não ocorre durante sua vida na Terra, deve acontecer
nas vidas futuras”.
Devemos
acrescentar que, antigamente, era muito comum a aceitação da metempsicose, mesmo
da parte de religiosos de destaque. Hoje, a ideia da metempsicose está
afastada. O Espiritismo a esclarece perfeitamente nas obras subscritas por
Allan Kardec. Os Espíritos superiores já deixaram claro que o homem não pode encarnar
em animais, e que nem o contrário é admissível.
Continuemos,
porém. Arnóbio, o Numídio, apologista do Cristianismo,
escreveu: “Nós morremos muitas vezes e
muitas vezes ressurgimos da morte”. Clemente de Alexandria declarou que a
reencarnação é uma verdade transmitida pela tradição e autorizada pelo próprio
São Paulo.
Tomás Campanella, o famoso monge dominicano,
foi exilado em virtude de sua crença na reencarnação. Dizia ele que a alma
voltava repetidamente à Terra. A reencarnação, nos velhos tempos, teve inúmeros
advogados dentro da Igreja Católica esclarece Palmer Hall, na obra “Reincarnation”,
e menciona São Francisco de Assis, o monge João
Escoto Erígene, São Boaventura,
e outros.
O
famoso Cardeal Mercier, que teve
tanto renome por seu comportamento durante a invasão da Bélgica pelas alemães,
em 1914, afirmou não ver nenhum conflito entre a doutrina da reencarnação e o
dogma católico, opinião essa que também foi perfilhada, anteriormente, pelo Arcebispo L. Puecher Passavalli.
Outro
monge célebre, o filósofo Giordano Bruno,
queimado vivo pela Inquisição, afirmou que “nada se perde no Universo e que todas
as coisas mudam e se transformam: A alma transmigra e, assimilando em torno de si os átomos necessários,
reconstrói um novo corpo para seu uso futuro”.
O
reverendo William Alger, que em 1860
era adversário intransigente da reencarnação, publicou um livro, em 1878 - “Crítica
Histórica da Vida Futura” - modificando sua opinião e esclarecendo que cada
encarnação é determinada pelos méritos e deméritos da alma em cada uma de suas
vidas precedentes. Aí está, clara, a aceitação da Lei de Causa e Efeito, a Lei
cármica, que rege a vida humana no planeta em que vivemos.
Hoje,
as coisas estão muito mudadas. A liberdade de pensamento facilitou o
esclarecimento da humanidade, de modo que cresce sem cessar o número daqueles
que, embora filiados a credos anti-reencarnacionistas, aceitam a doutrina das
vidas sucessivas, compreendem a influência decisiva dos atos e pensamentos de cada
um em sua futura existência. Sua mente, liberta do demônio já aposentado, e seu
corpo livre das torturas e das chamas inquisitoriais, lhes oferecem campo amplo
para adquirir o conhecimento da Verdade, durante séculos obscurecida pelo
transmontanismo.
O
dia em que toda a humanidade se libertar de velhos preconceitos e absurdas
superstições, a Terra se iluminará de felicidade, porque, já então, cada
criatura humana, ciente das suas responsabilidades em face da Lei cármica, pautará
seu comportamento pelas normas puras do Evangelho de Jesus, que é o roteiro
seguro e infalível para a conquista da paz.
Nenhum comentário:
Postar um comentário