por Indalício Mendes
Nota do Blog:
Predicador = pregador (Houaiss)
Reformador
(FEB) Janeiro 1975
"Semeia
de manhã a tua semente, e de tarde não deixes repousar a tua mão;
pois
não sabes qual das duas prosperará,
se
esta ou aquela, ou se ambas serão Igualmente boas." (Eclesiastes, 11:6.)
É com profunda e desmedida emoção que sempre nos dispomos a dizer algo a
respeito de alguma personalidade ilustre, cuja passagem por este planeta haja
deixado um rastro luminoso, proveniente do trabalho edificante realizado,
visando ao bem do próximo, a disseminação das verdades divinas e, sobretudo, o
esclarecimento honesto e devotado daqueles que, ignorantes dessas verdades ou
mal orientados, se perdem nas trevas da confusão e do desespero.
Escreveu o admirável Vinicius
(Pedro de Camargo), em artigo intitulado "O Distintivo do Cristão"[1]:
"Vós sois o sal da terra e a luz do mundo", disse Jesus a seus
discípulos, e acrescentou: "De tal modo brilhe a vossa luz diante dos
homens, que eles vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus."
Ser, portanto, o sal da terra e a luz do mundo - eis o distintivo do cristão.
Mas que singular analogia é essa, estabelecida por Jesus, entre o sal e seus
discípulos'! De outra sorte, como e de que forma podem ser seus discípulos o
sal da terra?
"Meditemos um pouco sobre o
espírito dessa expressiva comparação, que por si mesma define precisamente
o objeto do Cristianismo. A propósito do papel que o sal representa em nosso
meio, assim se exprime abalizado escritor: "O sal é um mineral precioso,
difusamente espalhado em nosso globo, segundo as necessidades previstas
pela Natureza. Nós o vemos em abundância, desde as camadas secas,
cristalizadas, em certas regiões, até a formidável quantidade que dele se
encontra diluída nessa massa enorme de água de que se compõem diversos
lagos e todos os mares do nosso orbe. A influência que o sal exerce em
nosso organismo, para manter o seu equilíbrio fisiológico, é de capital
importância, dependendo de seu indispensável concurso a manutenção de nosso bem-estar
físico. Examinado sob outro aspecto, a química nos ensina que onde quer
que o encontremos, seja na terra ou no mar, ele é sempre o mesmo: inalterado,
inalterável. Dotado de qualidades essencialmente conservadoras, mantém-se
incorruptível, preservando ainda os corpos que com ele se acham em contato."
"Eis aí precisamente o que quer Jesus que sejam seus discípulos: elementos
preciosos, de grande utilidade na economia social, modelos de
'honestidade, incorruptíveis e preservadores da dissolução moral no meio
em que se encontrarem. Ele quer, em suma, que seus discípulos se distingam, no
plano moral, pelos mesmos predicados por que se distingue o sal no plano
físico.”
O excelente artigo de Vinicius,
valoroso espírita hoje na Espiritualidade, é longo, porém belo e expressivo.
É-nos impossível transcrevê-lo na íntegra, como gostaríamos, mas o espaço nos
impõe comedimento, de modo que nos limitamos a reproduzir também, e apenas, os
dois parágrafos finais, de incontestável beleza e grande propriedade:
"O sal não se esconde; o
cristão não se conserva incógnito: tão depressa se percebe o sal pelo paladar,
tão de pronto se conhece o cristão pelo proceder. A essência do primeiro e a
virtude do segundo caminham de mãos dadas, cada uma agindo no terreno que lhe é
próprio: o sal não pode ser insípido; o cristão não pode ser inativo.
"Ambos têm a mesma missão: purificar, mantendo-se puro, preservar da
corrupção, conservando-se incorruptível. E nisso consiste a rubrica que o distingue."
Luiz Olímpio Guillon Ribeiro,
legitimo espírita cristão, foi "o sal da terra", conforme
procuraremos demonstrar, embora palidamente, neste modesto artigo de reverência
ao centenário da sua encarnação, em janeiro de 1875 e terminada em outubro de
1943.
A 17 de janeiro de 1875, em São Luís do Maranhão, ingressara no mundo físico
esse Espírito de escol, para, sob as bênçãos de Jesus, realizar, nas fileiras
de Ismael, longo e
proficiente trabalho em prol da difusão da Doutrina Espírita, que, como todos
sabemos, é essencialmente fundada nos princípios do Evangelho. Filho de Luiz Antônio Gonçalves Ribeiro e de
Olímpia Guillon Gonçalves Ribeiro, pobres de pecúnia, mas ricos de
virtudes, pois traziam em suas almas aqueles valiosos tesouros que não perecem,
o nosso amado Guillon Ribeiro começou, desde pequenino, a defrontar
os obstáculos que lhe robusteceriam mais o caráter adamantino e o tornariam um
homem de grande integridade moral e muita bondade.
A luta pela sobrevivência da família exigia de seus dedicados pais o máximo de
atenção e esforço, de decisão e trabalho, para que a austera família
continuasse a cercar os filhos dos cuidados indispensáveis para continuarem,
pelo menos, no nível existencial que até então vinha sendo mantido, sem
enfraquecimento da justa dignidade que faz da pobreza limpa um escudo de defesa
contra as tentações do mundo. O centenário do nascimento de Guillon Ribeiro, da sua
encarnação proveitosa e abençoada, cheia de episódios edificantes e até
comoventes, antes e depois da sua conversão ao Espiritismo, deve induzir-nos à
meditação, ao reexame do nosso comportamento como Espíritos encarnados,
tomando-o como modelo.
Vencendo as barreiras que a vida engendrava, seus pais puderam interná-Io,
gratuitamente, no Seminário de São Luís, onde aprendeu as primeiras letras e
deu grandes passos iniciais na senda do progresso intelectual. Sua inteligência
e aplicação aos estudos granjearam-lhe a simpatia dos mestres e condiscípulos,
pormenor que viria a repetir-se posteriormente. Vivendo num lar de pureza e
compreensão, isso influiu poderosamente na formação da sua personalidade. Mas
logo ficara órfão do pai. Dona Olímpia resolveu, em face de tal conjuntura,
transferir-se com os filhos para o Rio de Janeiro, disposta a todos os
sacrifícios na cidade grande e desconhecida, que, entretanto, poderia
oferecer-Ihes maiores oportunidades. De fato, foi o que aconteceu. Nada pareceu
fácil. Ela, no entanto, possuía aquela fé que remove montanhas. Dentro
em pouco, Guillon Ribeiro foi admitido, como aluno gratuito, na
tradicional e sempre louvada antiga Escola Militar, na Praia Vermelha. É
desnecessário enfatizar a soma de vicissitudes dos primeiros meses, as
crescentes preocupações da mãe maravilhosa, que não media dificuldades para
preparar o futuro dos filhos entregues ao seu amparo.
Esclarecida e sensata, dotada de extraordinária força de vontade, Dona Olímpia Guillon Ribeiro desenvolvia cansativa atividade para
alcançar esse objetivo, escorada na energia, no otimismo, na coragem e na
confiança em Deus, Guillon
Ribeiro percebeu quanto sua
mãe fazia para manter e educar os filhos e estudava com afinco, impondo-se ao
respeito e admiração dos companheiros, e professores, que nele viam um exemplo
que correspondia às altas e nobres tradições daquele famoso educandário
militar. Ótimo estudante, de temperamento afável e predisposto sempre a ajudar
a quantos demonstrassem precisar de auxilio, conquistou definitivamente, ali, a
estima geral.
Mas as lutas não haviam arrefecido. Os problemas continuavam a desafiar Dona Olimpia. Ele permaneceu
apenas três meses na carreira das armas, matriculando-se, em seguida,
diretamente, no segundo ano da Escola Politécnica do Rio de Janeiro, em vista
da segura base de conhecimentos adquiridos na Escola Militar. Seu roteiro de
estudante continuou no mesmo acelerado ritmo e com os mesmos resultados
fecundos que realçavam cada ciclo do áspero caminho discente.
Muito cedo, pusera-se a trabalhar, empenhado em aliviar as aflições domésticas,
a manutenção própria, a da família e o custeio dos estudos. Denotava forte
noção de responsabilidade e sofria ao ver a desvelada genitora ainda subordinada
a serviços fatigantes. Sua maneira de pensar e de proceder denotavam já o homem
que se estava formando sob a pressão da adversidade e no clima severo de
crescentes compromissos que a vida dia a dia suscitava. Amava extremosamente a
mãe dedicada e inexcedível. Admirando-a, mais esforços despendia para
libertá-Ia dos sacrifícios a que estava submetida há tantos anos. Dos numerosos
trabalhos que desempenhou, destacamos o de redator do "Jornal do
Comércio", importante órgão, àquele tempo, da cidade do Rio de Janeiro,
exercendo sua função à noite, depois dos serviços e dos estudos do dia. Sua
operosidade se desenvolveu a inteiro contento dos chefes ocasionais, que lhe
louvavam a correção da linguagem escrita e a boa vontade que sempre demonstrava
quando surgiam tarefas extras. Confiavam na sua probidade de jornalista, certos
de que ele jamais se afastaria, como jamais se afastou, das normas éticas
seguidas por aquele matutino altamente conservador. A madrugada ele a reservava
para estudar, e as parcas horas de sono frequentemente diminuíam quando as
lucubrações o empolgavam.
Finalmente, concluiu com merecido brilhantismo o curso de Engenharia Civil.
Valera a pena tudo quanto fizera, porque o seu cabedal de conhecimentos estava
muito enriquecido e poderia exercer a sua profissão com absoluta segurança. Mas
os empregos já não eram fáceis. De tentativa em tentativa, acabou por aceitar o
cargo de 2º oficial da Secretaria do Senado Federal, porém com o propósito de,
quando possível, passar a exercer função compatível com a sua qualidade de
engenheiro civil. Ali se verificou o mesmo que anotamos em linhas precedentes:
a sua competência e a bondade do seu caráter fizeram-no muito depressa querido
e requestado pelas pessoas que com ele conviviam, do mais humilde serventuário
ao mais graduado dos membros da Câmara Alta.
Sua passagem pelo Senado deixou indeléveis marcas. Teve rápida ascensão, por
seu apego aos deveres e pela cultura e inteligência que se expandiam em todos
os seus atos; pela retidão de proceder, a capacidade funcional, a paciência, a
tolerância e a inalterável boa vontade. Desincumbia-se bem de todas as
tarefas, por mais difíceis que fossem. Dessa forma, passou a diretor geral
da Secretaria, na qual se aposentou em 1921, deixando sentimentos de saudade e
gratidão, pelos relevantes serviços prestados e pela nobreza natural de que era
dotado. Prova disso, uma entre tantas, está nas seguintes palavras, que
transcrevemos, pronunciadas pelo senador Ruy
Barbosa, em sessão de 14 de outubro de 1903, no Senado Federal, publicadas
a folhas 717, coluna esquerda, do volume "Anais do Senado Federal",
vol. II (Sessões de 10 de agosto a 31 de outubro de 1903, e transcritas nesta
revista, em novembro de 1943, página 266:
"O respeito que devemos nós -
todos aqueles que escrevem ao público e a nós mesmos, esse respeito nos impõe o
maior cuidado até os últimos momentos. Nenhum bom escritor pode confiar
absolutamente, exclusivamente, nos protos[2].
"Devo, entretanto, Sr. Presidente, desempenhar-me de um dever de
consciência - registrar, e agradecer da tribuna do Senado a colaboração
preciosa de um dos auxiliares desta Casa, o Sr. Dr. Guillon Ribeiro, que me acompanhou
nesse trabalho com a maior inteligência, não limitando os seus serviços à
parte material do comum dos revisores, mas, muitas vezes, suprindo até a
desatenções e negligências minhas."
Nada mais seria preciso dizer-se, depois do espontâneo e eloquente testemunho
do eminente Dr. Ruy
Barbosa, destacando o valor desse insigne vulto que tanto dignificou as
fileiras do Espiritismo cristão. A família Guillon
Ribeiro deve possuir ainda
valiosas cartas de grandes estadistas da época, ressaltando as qualidades
invulgares de seu ilustre patriarca.
Conversão
ao Espiritismo
Filho amantíssimo, adorava a mãe terna e zelosa. Quando Olímpia Guillon Gonçalves
Ribeiro desencarnou, sua dor foi imensa. Fora tudo para ele.
Confortara-o nas mais duras passagens da vida, estimulara-o quando os
obstáculos lhe pareciam intransponíveis, era toda carinho, toda amor,
toda devotamento, a vida inteira. Inconformado com a perda de ente tão
querido, foi tomado de enorme desânimo, raiando o desespero. Visitava o túmulo
da morta muito amada todos os dias e parecia haver perdido o gosto de viver.
Chegou-lhe às mãos, em momento azado, algo referente ao Espiritismo pelo qual outrora revelara simpatia.
Despertada a inclinação adormecida, pode então ter melhor ideia da Doutrina.
Segundo o Eclesiastes, "há tempo de nascer e tempo de morrer". Pôs-se
a refletir. Considerou pausadamente os preceitos doutrinários coordenados por Allan Kardec e, com a acuidade de sua mente
evoluída, capacitou-se depressa da grandeza dos ensinamentos espíritas. Daí por
diante, o estudo e a análise da Doutrina lhe ocuparam a mente. Compreendeu a
razão da vida carnal, a finalidade da existência terrena e o
"porquê" do sofrimento, e que a morte física representa a
libertação da alma enclausurada para redimir-se de falhas e faltas, através de
necessárias e redentoras provações. Alma evangelizada, de imediato se apercebeu
de que "O Livro dos Espíritos" está ungido de ensinos
evangélicos, pois "a moral dos Espíritos superiores se resume, como
a do Cristo, nesta máxima evangélica: Fazer aos outros o que quereríamos que os
outros nos fizessem, isto é, fazer o bem e não o mal. Neste princípio encontra
o homem uma regra universal de proceder, mesmo para as suas menores ações"[3].
Era o de que precisava em tão angustiosa conjuntura. Suas ideias se abriram de
par em par; o coração, desanuviado, livre de esmagadoras depressões,
experimentou, ao influxo do Evangelho, íntima alegria. Confortava-o saber
que a mãe querida não morrera, não se extinguira como ser, mas sobrevivera
à decadência da roupagem carnal e como que renascera, iluminada de amor e
de paz, na Espiritualidade, cooperando talvez com os Espíritos do bem, na
obra imensa de assistência, amparo e recuperação das almas atormentadas
por encarnações terrenas desviadas da luz do Mestre.
E assim se tornou Guillon Ribeiro um dos mais expressivos servidores da
Terceira Revelação e do Evangelho segundo o Espiritismo. Lia e
meditava, esquadrinhando todos os pontos da Doutrina dos Espíritos,
buscando ampliar os conhecimentos indispensáveis à consolidação de suas
convicções, até que, em 1911, mais amadurecido, aceitou definitivamente a
Doutrina, que já não tinha segredos para ele. Revelou-se
devotado e proficiente servo de Jesus, assíduo, infatigável, exemplar, o que
não lhe era difícil, pois toda a sua vida fora, até converter-se, a de um
espírita em potencial.
Dedicou-se à pregação da Doutrina e do Evangelho. Levava a seus semelhantes a
semente maravilhosa que, ao vingar no coração humano, opera salutar mudança da
personalidade, valorizando o homem e tornando-o instrumento realmente útil
ao engrandecimento da humanidade terrena. Durante largo tempo visitou os
internados na Casa de Correção, levando-lhes palavras de esperança e de
incentivo, pondo-lhes fé e paz nas almas. E muitos, cumprido o estágio
recuperador, fizeram-se seus solícitos amigos.
[1] Leopoldo Cirne – “Doutrina e Prática do Espiritismo”, vol. II (ed. 1920), pág. 173 e 174
[2] Protos - Do gr. prõtos, primeiro. Especializou o sentido na arte tipográfica. Antenor Nascentes - "Dicionário Etimológico da Lingua Portuguesa", ed. única, 1932, pág.654.
[3] Allan Kardec - "O Livro dos Espíritos", Introdução, ed. 1950, pág. 24.
2.2. Guillon Ribeiro
predicador do Evangelho do Cristo
por Indalício Mendes
Reformador
(FEB) Janeiro 1975
O
Grande Evangelizador
A palavra oral foi um dos mais impressionantes triunfos do homem, porque lhe
abriu imensas perspectivas de comunicação e informação com os outros homens,
apressando-lhe o progresso moral e intelectual, franqueando-lhe a difusão da
experiência adquirida e ampliando o alcance dos ensinamentos conquistados. Foi
talvez o maior e mais importante sinal da evolução humana. Só mais tarde, muito
mais tarde, começaram a surgir os rudimentos da palavra escrita, que viria a
ser outra estupenda arma do progresso. Guillon
Ribeiro foi mestre da palavra
falada e escrita. Nunca se preocupou senão com o sentido da mensagem a
transmitir, para que ela, passando pela mente do ouvinte, lhe atingisse o
coração. Não foi um discursador banal, não foi um orador, tal como se
compreende vulgarmente alguém que prefere os descaminhos da falsa retórica à
simplicidade do verbo simples, mas eficiente, sem arrebatamentos nem impulsos
autólatras. Satisfazendo a índole discreta, Guillon
Ribeiro foi principalmente um
predicador fluente do Evangelho e da Doutrina. Por isto mesmo, sua palavra
agradava e prendia, era convincente. Tal como esclarecia, levava o argumento
claro e lógico como complemento de alguma frase menos acessível àqueles irmãos
pouco familiarizados com determinados assuntos. Jamais se deixou arrastar por
tropos oratórios. Não punha tremolos na voz, não teatralizava, não se
socorria de arroubos estentóricos para enfatizar. Nem por isso se tornava
monótono. Falava o estritamente necessário e frequentemente o ouvinte se regozijava,
porque, orando com naturalidade, parecia conversar, como que em estilo quase
coloquial, expondo a Doutrina Espírita ou discorrendo sobre o Evangelho em
espírito e verdade, segundo o Espiritismo cristão.
Era de ver-se e ouvir-se esse homem douto, mas humilde, quando, na tribuna da
Federação Espírita Brasileira, o verbo diserto mais claro e mais doce,
dissertava sobre a superior significação do Evangelho de Jesus como instrumento
insubstituível de salvação e felicidade, e pelo papel da dor, consequência e
causa dos nossos erros. Aí, sua palavra assumia relevos do mais alto e puro
sentimento de amor. Paciente e tolerante, ainda quando submetido a provas rudes
da intransigência e má fé, mantinha a mesma calma de espírito, pronto ao desfazimento
de dúvidas e equívocos de interpretação.
Certa feita, numa das sessões públicas da Federação
Espírita Brasileira, um espírita neófito se deixou confundir, admitindo
incongruência no que ele havia dito a respeito do livre arbítrio e do
determinismo. Enviou-lhe atenciosa carta, pertinente ao tema referido, na qual
divergia do que Guillon
Ribeiro dissera da tribuna da Casa de Ismael. Na semana seguinte -
pois era assíduo frequentador das reuniões públicas semanais de estudo,
presididas por Guillon Ribeiro e Manuel
Quintão, um, às terças, outro às sextas-feiras -, o espírita neófito lá
estava, aguardando, ansioso, a palavra do mestre erudito e despretensioso.
Imperturbável, mas firme, ressumando a dignidade inerente à sua alma evoluída,
começou ele por dizer que, pela primeira vez, iria infringir tradicional norma
da Casa de Ismael,
respondendo, daquela tribuna, a uma carta que recebera, a propósito do assunto
ali comentado, na semana anterior, carta essa sem assinatura, ou melhor,
subscrita por "Um sócio novo da Federação". Em virtude do arrazoado
de tal missiva (informava ele tempos depois) supôs provir ela de um sacerdote.
Em linguagem ática, escorreita, com a delicadeza beirando a indulgência,
demonstrou a procedência dos seus argumentos, reafirmando-os com eloquente base
lógica e convincente. Foi uma lição magnífica, de elevado nível, que terminou
por recomendar ao neófito a leitura do opúsculo de Luiz Gastin, intitulado "Livre
Arbítrio e Determinismo", publicado em dois números sucessivos da
"Revue Spirite", da qual o autor era, então, secretário,
trabalho este traduzido por Guillon e publicado pela FEB.
Noite memorável para quantos presenciaram o edificante episódio, porquanto o
prelúcido predicador da Doutrina e do Evangelho ratificara, de novo, integral
identificação com os preceitos verdadeiramente cristãos do Espiritismo.
Seu amor ao Evangelho tornou-o um exegeta consciencioso, além de
pertinaz, das verdades sagradas, muitas vezes ocultas sob o véu da letra. O
estudo levou-o a perquirições mais extensas e profundas e daí a "Os
Quatro Evangelhos", obra mediúnica extraordinária, publicada por Jean-Baptiste Roustaing, na
qual reconheceu estar, como realmente está, "a chave das dificuldades
escriturísticas, a verdadeira exegese, a interpretação simples e fácil de
textos até então tornados obscuros sem aquela revelação”.
Amando o egrégio Codificador, que legara à humanidade a Doutrina dos Espíritos,
Guillon verificou que a "Revelação
da Revelação", tal, como reconhecera o próprio Allan Kardec, na "Revue
Spirite" de junho de 1867, "não se afasta dos princípios exarados
no Livro dos Espíritos e no dos
Médiuns", e que "as revelações são sucessivas e
progressivas, o que demonstra quão errados são os que, espíritas ou não, se
supõem na posse do conhecimento integral da verdade"[1]. Tanto
mais quanto "os que se apegam à letra, sem examinar os textos em seu
conjunto e sem pesquisar o espírito que a este preside, para lhe apreenderem a
harmonia, a necessidade, o motivo e o fim, tendo em vista a sucessão e a
progressividade das revelações; para apreenderem a necessidade, o motivo e o
fim dessas revelações, como condição e meio da humanidade progredir, de
prosseguir na sua marcha gradativa e ascendente pela estrada da luz e da
verdade, esses não querem compreender que a inteligência, à proporção que, se
desenvolve, mais vastos horizontes vai divisando divisando"[2].
Certificando-se da perfeita compatibilidade da Terceira Revelação (Allan
Kardec) com a "Revelação da Revelação" (J.-B. Roustaing), Guillon Ribeiro - a quem Pedro Richard, outro ilustre
missionário do Evangelho, chamou, com muita propriedade, "o Roustaing brasileiro - não se escusava de
exaltar a forte personalidade e a grande cultura de Allan Kardec, assim como o
gigantesco e fecundo trabalho da Codificação; mas teve também hombridade
de reconhecer e afirmar os méritos da obra que Roustaing, homem
indiscutivelmente erudito, obediente a instruções da Espiritualidade, lançara
com probidade e fé, convencido de que ela constitui de fato valioso e
imprescindível complemento ao estudo do Espiritismo cristão:
"Eis como os textos das
Escrituras, dos Evangelhos, das Epístolas, portanto as palavras dos profetas,
de Jesus e do apóstolo Paulo, compreendidos em espírito e verdade, o que só
pode ser feito à luz da Nova Revelação, da Revelação da Revelação, segundo a
denominaram os Evangelistas na obra mediúnica dada por intermédio de J.-B.
Roustaing, nos apresentam e mostram tais quais são, em suas verdadeiras
grandezas, nas suas posições relativas, nas suas funções próprias, as três
entidades a que chamamos - Deus, Jesus e Espírito Santo.
"Numa síntese admirável,
formando um tecido de verdades profundas, que precisam
ser convenientemente assimiladas, porque constituem, de um lado, o
clareamento e ampliação das que foram outrora proclamadas e, de outro lado, os
elementos básicos das que nos hão de ser daqui por diante gradativamente
ensinadas e reveladas, às páginas que acabam de ler-se, extraídas daquela obra
monumental e indestrutível, ditada pelos que já conhecem a verdade sem véu,
são, como de outras não sabemos, de molde a atrair todos os crentes
sinceros e de boa vontade para o estudo consciencioso dos Evangelhos, em
espírito e verdade.
"Dentro da Terceira
Revelação, que estéril se conservará para quantos a dissociarem dos mesmos
Evangelhos, nada encontramos, com o cunho de verdades emanadas do Além,
trazidas ao mundo pelos Espíritos do Senhor, que em valor exceda, como fonte de
luz, para a boa compreensão do que representa, em face da humanidade, o
Espiritismo, a essas páginas, que resumem os principais dos grandes
ensinamentos que encerra a Revelação da Revelação, obra que Roustaing teve por
missão transmitir ao mundo."[3] (6)
Kardec, no número já citado da
"Revue Spirite", não aprovou, nem desaprovou "Os
Quatro Evangelhos", porém considerou que, a par de algumas coisas que
"ainda não julgara oportuno abordar", "outras contém
incontestavelmente boas e verdadeiras", asseverando que a obra "será
consultada com proveito pelos espíritas conscienciosos". Tratava-se
de uma opinião pessoal de Kardec,
respeitável, sem qualquer sombra de dúvida, que de nenhum modo invalidava a
obra mediúnica apresentada por
J.-B. Roustaing, ainda que se reservasse para nova opinião no futuro, dando
tempo ao tempo, pois que será consultada (SERÁ e não - seria) pelos
espíritas conscienciosos.
Dentro do espírito de acatamento à liberdade de pensar e de opinar, Kardec foi de absoluta coerência e
imparcialidade, corroborando os deveres de compreensão e tolerância pregados
pela Doutrina. Nem por isso Guillon
Ribeiro, como tantos outros que, louvaram a sublimidade de "Os
Quatro Evangelhos", escapou à crítica azeda, aos apodos, aos
destemperos que tanto colidem com a linha doutrinária e com o
equilíbrio exemplar do insigne Codificador, perdendo-se nos desvãos da
intransigência e do desamor. Imperturbável em sua serenidade, Guillon aceitou resignadamente, sem queixas,
nem revolta, o escárnio e o insulto inspirados pela treva contra as luzes
imperecíveis do Evangelho explicado em espírito e verdade. Reagiu com o
exemplo de Jesus, que teve amor para antepor ao ódio, paz para contrapor à
ira, piedade para opor à loucura. "Per-doai-Ihes, Senhor, porque não sabem
o que fazem" - disse o Mestre.
Trazendo do passado a lembrança de amargas e rudes experiências, Guillon Ribeiro nada aceitava sem ponderação, sem
exame meticuloso. Não emitia opinião alguma sobre o que fosse, sem seguro
conhecimento de causa, depois de comparar razões, causas e efeitos admissíveis.
Quando externava seu ponto de vista, já estava absolutamente senhor das
questões. Foi sempre assim e assim foi, notadamente quando decidiu aderir ao Espiritismo. Portanto, não foi
um "espírita" intermitente, um "espírita" à "sua
moda", mas um espírita consciente das obrigações para com Deus e Jesus,
sempre vivas e esplendentes de luz nas páginas dos Evangelhos e da Doutrina.
Não foi também um simples teórico, um mero e piegas "papagueador" de
postulados. Não. Provava sua condição de espírita evangelizado pelo
comportamento cotidiano, em quaisquer circunstâncias. Seus testemunhos de fé
eram espontâneos, porque estava convicto de que a fé sem obras é estéril e
a caridade multiforme ele a exercia convictamente.
Entretanto, colheu não poucos espinhos no movimento espírita, por ver
deturpados os seus melhores sentimentos e mal considerados os esforços que
desenvolvia em favor da Doutrina e da humanidade. Contudo, não externava
sua tristeza, porque suas dores eram apenas suas, não as dividindo com
ninguém. Preferia transformá-Ias em prece para os que não queriam
compreendê-Io e para os que a ele recorriam, em busca de um conforto qualquer.
Por isso, humilde e bom, não abrigava ressentimentos e recebia sorridente
e fraterno aquele que, pouco antes, o invectivara imerecidamente. O perdão
era uma constante na sua vida diária, pois nunca se esqueceu de que,
mormente no Espiritismo, todos devemos unir e não dividir, juntar e não
separar. Foi, em suma, o "espírita consciencioso", o "espírita
cristão", de que nos falou Kardec.
O
OBREIRO INCANSÁVEL
Guillon Ribeiro trabalhou muito, deu tudo de si para o
Espiritismo. Ser-nos-ia impossível, agora, relacionar toda a grandeza da sua
intensa e ininterrupta atividade. Ainda quando enfermo, não deixava de
dar valiosa contribuição ao "Reformador", redigindo, corrigindo,
selecionando textos, etc., ou fazendo traduções, compilações e outros serviços.
Vernaculista de estirpe, dominava a língua francesa com franco desembaraço e se
sentia à vontade em face de alguns outros idiomas. Deixou numerosas traduções
de obras espíritas e teria sido um escritor primoroso, se a sua modéstia e
humildade não lhe houvessem circunscrito ao ambiente espírita a abundante e
meritória atividade a que se devotou. Senão, vejamos:
TRADUÇÕES
Allan Kardec - "O Livro
dos Espíritos", "O Livro dos Médiuns", "O Evangelho segundo
o Espiritismo", "A Gênese", "Obras Póstumas", "O
que é o Espiritismo", "O Principiante Espírita", "O
Espiritismo em sua Expressão mais Simples", "Doutrina Espírita".
J.-B. Roustaing - "Os
Quatro Evangelhos" ou "Revelação da Revelação" (4 volumes).
Léon Denis "Joana d'Arc,
Médium", "O Além e a Sobrevivência do Ser".
Ernesto Bozzano - "A Crise
da Morte", "Animismo ou Espiritismo ?", "Xenoglossia",
"Psicologia e Espiritismo".
Pietro Ubaldi - "A Grande
Síntese".
Gabriel Delanne - "O
Espiritismo perante a Ciência", "A Alma é Imortal".
J. E. Guillet - "Os Quatro
Evangelhos e o Livro dos Espíritos".
Arthur Findlay - "No
Limiar do Etéreo".
Arthur Conan Doyle - "A
Nova Revelação".
George Dejean - "A Nova
Luz".
C. Picone Chiodo - "A
Verdade Espiritualista", "Espiritismo e Criminalidade".
Luiz Gastin - "Livre
Arbítrio e Determinismo".
PREFÁCIOS
Obras em que se encontram:
"Sessões Práticas de
Espiritismo", de Spartaco Banal.
"A Margem do
Espiritismo", de Carlos Imbassahy.
"Religião", de Carlos
Imbassahy.
"A Grande Síntese",
de Pietro Ubaldi.
"Os Quatro
Evangelhos" ou "Revelação da Revelação", de J.-B. Roustaing.
"O Cristianismo do Cristo
e o dos seus Vigários", de Padre Alta.
"A Nova Luz", de
Georges Dejean.
"Animismo ou
Espiritismo?", de Ernesto Bozzano.
"A Crise da Morte",
de Ernesto Bozzano.
"Espiritismo e
Criminalidade", de C. Picone Chiodo.
"A Verdade
Espiritualista", de C. Picone Chiodo.
"Grandes e Pequenos
Problemas", de Angel Aguarod.
"A Personalidade de
Jesus", de Leopoldo Cirne.
"Elucidações
Evangélicas", Antônio Luiz Sayão.
Do Blog: Reduzi-lo à dimensão de 'tradutor' - apesar de honrosa - é muito pouco para alguém da extensão moral e intelectual de Guillon Ribeiro.
OBRAS
PUBLICADAS
"Jesus - nem Deus, nem
Homem".
"Espiritismo e
Política".
"A Mulher, sua Missão -
sua Felicidade".
"A Federação Espírita
Brasileira".
E várias outras, já esgotadas.
OBRAS
COMPILADAS
"Trabalhos do Grupo
Ismael". (integralmente disponível neste Blog!)
"Ensinamentos do Além e
Advertências do Aquém".
Em "Grandes Espíritas
do Brasil", o escritor espírita Zêus
Wantuil iniciou a biografia
de Guillon Ribeiro com estas muito expressivas palavras:
"Vamos revelar - este é o
verbo – quem foi Guillon
Ribeiro, e o que foi a sua vida, cheia de bons serviços à pátria, dedicada
à família, devotada ao Evangelho, transcorrida num esforço máximo de tornar
melhores os nossos semelhantes, mas tudo ocultamente, como que
clandestinamente, visto que a sua modéstia, levada às vezes até ao extremo, não
permitia que algo dissessem dele os seus melhores amigos. Mas
dessa sua existência se poderia declarar o que a respeito de Ruy Barbosa dissera Alcindo Guanabara - uma linha reta entre o dever e a
justiça."
E, adiante:
"Guillon Ribeiro foi Presidente da Federação Espírita Brasileira em 1920 e 1921, bem como de 1930 a
outubro de 1943, quando desencarnou. Por força do seu mandato, era igualmente o
diretor da revista "Reformador". "Durante vinte e seis
anos consecutivos foi diretor da FEB,
tendo exercido quase todos os cargos, inclusive o de diretor da Livraria."
"Em 1937, o então presidente da FEB, Doutor Guillon Ribeiro, demonstrou a
necessidade inadiável da instalação de oficinas tipográficas próprias. A ideia,
a princípio combatida, foi evoluindo com o tempo e firmou-se em fins de 1938.
Finalmente, a 4 de novembro de 1939, a pequena oficina gráfica da FEB entrava a funcionar, justamente na
sala hoje ocupada pela Biblioteca."
Socorrendo-nos ainda do livro supracitado, consideramos também oportuna esta
transcrição:
"Para termos ideia do que foi o imenso labor intelectual do eminente Dr. Guillon Ribeiro, basta citar um
exemplo, de entre muitos outros: Na tradução de "Os Quatro Evangelhos",
de Roustaing, Guillon Ribeiro gastou cinco longos anos de porfiado
trabalho, para dar ao movimento espírita uma tradução esmerada e brilhante sob
todos os pontos de vista. E qualquer que seja a opinião que se forme sobre esse
empreendimento, ao qual ele dedicou toda a sua alma, o que não podem olvidar os
espíritos de boa fé e sinceros é a lealdade com que pôs mãos à tradução da
obra, são os propósitos que o animavam de espalhar a boa semente, é a convicção
que tinha de estar esclarecendo os seus semelhantes e servindo a Jesus."
"Foi o mais sincero dos crentes, o mais convicto dos missionários."
CONCLUSÃO
Principalmente em homenagem à memória de Guillon
Ribeiro, o Abrigo dos Filhos do Calvário, de Vitória da Conquista, Bahia,
publicou uma brochura de 190 páginas, a respeito do corpo de Jesus,
encerrando-a desta maneira:
"Em substância, e
psicologicamente, a vida de um apóstolo só pode ser vislumbrada, em síntese e
paralela a outras vidas sublimadas no fogo santo do amor evangélico, e
depuradas no cadinho dos sacrifícios redentores. Eis o que, em último linde,
podemos evocar, "in memoriam", como pálida homenagem prestada a Guillon Ribeiro, vigilante e
obediente servo do Senhor.
"O vencedor será assim vestido de vestes brancas, e não apagarei o seu
nome do livro da vida, e confessarei o seu nome diante de meu Pai e diante dos
seus anjos. Apo. 3:5.
"Deus acompanhe o peregrino
audaz."
Entre inúmeras manifestações procedentes do estrangeiro, exaltando a figura
humana, altamente evangelizada de Guillon
Ribeiro, a revista "La Idea", órgão da Confederación Espiritista Argentina,
resumiu nesta frase eloquente a personalidade moral desse extraordinário
espírita:
"Un hombre de estudio y de trabajo, cuya vida fué y será ejemplo de
sacrificio y amor al Espiritismo."
São de Camilo Silva, no "Reformador" de novembro de 1943, estes
trechos de um artigo intitulado "O Pioneiro":
"Homem de grande cultura e
vastos conhecimentos, ele semeou até o fim da terrenal existência as partículas
maravilhosas que se desprendem da Doutrina Espírita, tanto pelo seu verbo convincente,
que não se afastava do assunto em apreço, como pela imprensa, onde, quer como
escritor, quer como tradutor, deixou vasta profusão de trabalhos preciosos e de
grande benefício para a humanidade. Alma sensível a todas as dores alheias,
coração que se compadecia de todos os sofredores, ele deixou um sulco profundo
de saudade em toda a família espírita e de quantos dele se acercavam."
Rememorando, como vimos de fazer, aspectos da vida fecunda e modelar de Luiz Olímpio Guillon Ribeiro,
para fixar nestas páginas o registro
do centenário do seu nascimento, tivemos em mira salientar o grandioso
exemplo que ele nos deixou, como leal seguidor de Jesus e fiel à orientação de
Ismael, para que o Espiritismo, que é o vero Cristianismo redivivo, possa
contar sempre com vultos de tamanha grandeza moral e não menor inteireza
evangélica.
O mundo terreno não poderá sair das dificuldades e angústias que o assoberbam,
enquanto não se libertar das mazelas do materialismo hedonístico, que traz consigo
a lepra do egoísmo e da egolatria. Devemos aprender a linguagem da paz, da
compreensão, e da fraternidade, enfim, o procedimento evangélico, que nos
ensina que "a liberdade é limitada pelo amor" e só o amor - que
inclui a tolerância esclarecida e a paciência iluminada pela justiça - poderá
libertar a humanidade, das torturas e maldades que marcam esta época. O
homem está cada vez mais escravo de si mesmo, de suas imperfeições, das suas
taras, da sua cegueira, porque, sem Deus e sem o Cristo de Deus ninguém poderá
encontrar o caminho da paz e da redenção, quebrando as cadeias do ódio e da
violência forjados por ideologias aparentemente inofensivas.
‘Sirva-nos, entre tantos outros exemplos magníficos, o que nos oferece a vida
pura e benemérita de Guillon
Ribeiro, que, compreendendo o Evangelho,
em espírito e verdade, seguiu a recomendação de Paulo:
"Levai as cargas uns dos
outros, e assim cumprireis a lei do Cristo. Pois, se alguém pensa ser alguma
coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Mas cada um prove a sua obra, e
então terá o seu motivo de glória em si mesmo somente e não em outrem; pois cada
um levará o seu próprio fardo.[4]"
Deus seja louvado!
[1] Guillon Ribeiro – “Jesus – nem Deus, nem Homem”, ed. 1941, págs. 7 e 8.
[2] Idem, idem, ibidem, págs. 9 e 10.
[3] Idem, Idem, ibidem, págs. 99 e 100.
[4] Paulo, o Apóstolo – Epístola aos Gálatas – 6:2-5.
Nota:
Todo os destaques em negrito são do Blog..
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