Auxílio
aos que partem
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Novembro 1956
Não observes a criatura, cuja
palavra a morte emudeceu, como alguém
que se aniquilou.
Corpo gasto é apenas veste rota.
Se ainda ontem oferecias devotamento
aos que atravessam as barreiras da sepultura, por que motivo transformarás,
agora, as flores do teu amor em espinhos de desespero?
Quem parte, quase, sempre transporta
consigo aflições e problemas que, não consegues imaginar...
Muitos daqueles que de ti receberam
entendimento e carinho abandonam a Terra, conduzindo consigo as paixões que lhes
devastavam o ser, os dissabores em que se cristalizaram; as angústias da
separação e as chagas do remorso que adquiriram...
Não lhes atires fogo à alma inquieta,
através do pranto inconsiderado.
Ajuda-os com a prece amiga e faze
algo que lhes garanta a libertação, fortalecendo lhes a esperança ou socorrendo
a viuvez e a orfandade que lhes recordam o nome, atenuando o sofrimento e a treva que deixaram
na retaguarda.
Comentando lhes a passagem no mundo,
destaca-lhes os anseios e as qualidades nobres, reportando-te aos elevados
desejos que não puderam realizar.
Não salientes o mal de que foram
vítimas, nem te refiras aos enganos a que se acolheram, porque teu pensamento e
teu verbo atingem o Mais Além com endereço infalível.
Não provoques o pranto de quem já
chorou em demasia, à frente da verdade, nem apagues a chama da fé viva que
brilha em favor daqueles que se tresmalham nos labirintos do ódio.
Auxilia-os como puderes e acende o lume da
oração junto deles para que se restaurem com segurança.
Não olvides que amanhã serás o
indeciso viajante das sombras, supostamente morto para os que ficam, e, somente
por teu incessante auxílio aos outros, é que dos outros receberás o auxílio de
amor, luz e paz.
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