Amor
pela Dor
Emmanuel
por Chico
Xavier
Reformador (FEB) Junho 1955
Em nome do amor, há quem abandone o
santuário doméstico, relegando os vínculos da sua redenção a temporário
esquecimento...
Em nome do amor, há quem se confie a
tragédias passionais, investindo contra o objeto da própria devoção afetiva,
através da delinquência e da morte...
Em nome do amor, há quem provoque
separação e desespero, portas a dentro do lar, convertendo-o em inferno de
lágrimas a quatro paredes.
Em nome do amor, há quem menospreze
o próprio corpo, arrojando-se a despenhadeiros de remorso e sofrimento, pelo
desvão do suicídio...
Em nome do amor, há crianças
desamparadas, velhinhos sem teto, doentes sitiados em rudes privações e almas
feridas, entre pesadelos e aflições irremediáveis...
Entretanto, semelhantes delitos, em
nome da luz que equilibra o Universo, são perpetrados pela violência e pelo
ciúme, pela cegueira e pela incompreensão do egoísmo - o apego desvairado a nós
mesmos -, em cuja concha de trevas habitualmente nos ocultamos, fugindo à excelsitude
do amor genuíno pelo temor de sofrer.
Aceitemos a luta por instrutora de
nossa existência, como quem sabe que nada existe sem
preço.
Adquiramos o tesouro do amor pelo
aproveitamento da dor.
Recebamos as lições da renúncia e o
próprio sacrifício por jorros de claridade celeste, nas sombras de nosso
"eu", e, aprendendo que mais vale dar que receber, o amor
transformará a face de nossos destinos, porque tomará nosso coração por trono
de sua glória e, ensinando-nos a entender e ajudar a todos, fará de nossa vida
o santuário resplendente e sublime da Vontade Justa e Misericordiosa de Deus.
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