Estudando
a Infância
Emmanuel
por Chico Xavier
Reformador (FEB) Outubro 1955
O Espírito - viajante da Eternidade
- adormece no berço para acordar na sementeira, tanto
quanto adormece no túmulo para acordar na colheita.
E o homem que amadurece na
experiência terrena suspira por encontrar, além da morte, braços amigos que o
sustentem e ajudem, na grande romagem para a Divina Luz.
Todavia, cada criatura desperta,
depois da morte, na região para a qual dirigiu os próprios passos.
Há quem reabra os olhos na paisagem
reconfortante do amor e da alegria, consoante a
alegria e o amor que plantou na leira humana, mas também há quem se reconquiste
em pleno espinheiro de aflição e sofrimento, segundo a aflição e o sofrimento
que espalhou em sua estrada.
Por isso mesmo, é possível observar,
na própria Terra, a lei de correspondência que a cada
um responde por suas obras.
Cada Espírito renasce na posição que
merece, de acordo com as dívidas ou aquisições a que se ajusta.
Há quem nasça no ódio com que
intoxicou o próprio destino, como há quem retoma o corpo com as mesmas feridas
que, ontem, estampou na própria alma.
Daí o impositivo de entendermos na
infância, não a estação de irresponsabilidade festiva, mas a hora favorável de
abençoada preparação do futuro.
Receberemos, amanhã, na alma
confiada às nossas mãos, aquilo que hoje lhe oferecemos.
Nossos filhos no mundo são
consciências que gravitam em torno de nossa vida, refletindo, agora ou mais
tarde, o nosso devotamento ou a nossa deserção.
Não vale, pois, iludir a criança com
a fantasia do dinheiro ou do privilégio, anestesiando-a na leviandade ruinosa
ou inútil.
O lar é, antes de tudo, a escola do
caráter, e somente quando os responsáveis por ele se entregarem, felizes, ao
sacrifício próprio, para a vitória do amor, é que a vida na Terra será
realmente de paz e trabalho, crescimento e progresso, porque o homem encontrará
na criança as bases justas do divino programa da redenção.
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