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quarta-feira, 25 de julho de 2012

44. 'Doutrina e Prática do Espiritismo'

Saint Chapelle, Paris



  44  ***

            O caso da Sra. Trinchant, com que nos propomos encerrar as reproduções deste gênero colhidas no excelente livro do coronel de Rochas, é sumariamente por ele assim exposto:

            "A Sra. Trinchant é um médium de cerca de 40 anos, bem conhecido em Paris, atualmente.  Quando ai chegou, em 1907, me procurou, a fim de que eu a pusesse em contato com pessoas que se ocupavam de ciências psíquicas. Possuía a faculdade da  escrita automática; acredito, porém, que jamais fora magnetizada.

            "Adormeci-a com muita facilidade, mas não consegui exterioriza-la, nem aprofundar o sono.

            "Provoquei em tal caso, por sugestão, a regressão da memória: "tem 25 anos, 20 anos, 10 anos ... " E o êxito foi completo: ela assume a expressão e faz os gestos peculiares à idade correspondente. Dos 7 anos em diante, reflexo do pudor; dessa idade para trás, nada; com um ano, chucha-me o dedo. No seio de sua mãe, aplica os punhos fechados aos olhos. Antes do nascimento está numa semiobscuridade: não se recorda de ter vivido; depois, sob a ação de passes adormecidos, recorda-se de ter sido uma moça árabe. Torna a ver essa existência, que terminou aos 20 anos, em um assassinato: ela foi apunhalada por um facínora. - A mentalidade dessa moça árabe se concentra inteiramente nos cuidados de um vestido, que está bordando, e em seus cavalos, de que possui grande quantidade, porque é rica.

            “Afasta-se de mim (as mulheres árabes jamais se familiarizam com os homens) . Falamos de seu casamento; é a mãe do futuro marido, que vem examinar a futura nora. 

             "Antes dessa existência de jovem árabe, tinha vivido, há mais de mil anos, em Nápoles, com uma senhora que era muito sua amiga, que não tornou a se reencarnar e continua a protege-la. Foi essa amiga que a incitou a vir me procurar.

            "Impelindo-a para o futuro, ela se vê instalada no bairro da Estrela e dedicando-se a grafologia. Um americano a vem visitar tão assombrosas coisas lhe descreve ela que o americano lhe deixa, ao morrer, uma avultada fortuna. Pouco tempo depois, tambem ela morre.

            Não efetuei com a Sra. Trinchant mais que uma única sessão, e dela recebi, alguns meses depois, a seguinte carta:

            “...Está certamente lembrado das experiências de regressão da memória que comigo fez mediante o sono magnético. Suas perguntas me induziram a dizer-lhe que, numa existência anterior, eu vivera na Arábia e havia sido morta com uma punhalada. Referi a minha mãe, rindo-me um pouco nessa comunicação. Qual não foi minha surpresa, ao ouvi-la declarar-me que, em minha primeira infância, eu muitas vezes me queixava de experimentar a sensação brusca de uma punhalada, sensação inexata, evidentemente, no que se refere à minha vida atual, mas que poderia ter Uma certa relação com o assassinato de que eu teria sido vítima numa existência anterior!

            "Acrescentarei - coisa interessante - que um espírita amigo, engenheiro e homem dos mais positivos a quem tive a ideia de falar de minha vida precedente, ao mesmo tempo que do assassinato de que teria sido vítima e do país em que vivera me respondeu: "Um perito meu amigo Carlos Carbier me disse conhece-la perfeitamente e tê-la conhecido outrora, na Arábia. A declaração -foi feita de modo mais categórico e instantâneo.

            "Ignoro ao que se veio a dedicar a Sra. Trinchant, mas ouvi dizer  que ela havia recebido uma avultada herança, por motivo de suas faculdades psíquicas."






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