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quinta-feira, 5 de julho de 2012

Cristo ou Cesar?



Cristo – ou Cesar!    JUL 05

                                
         Procurava Pilatos soltá-lo. Os judeus, porém, clamaram: “Se soltares a esse, não és amigo de Cesar; porque quem se faz rei é adversário de Cesar.”
         Quando Pilatos ouviu estas palavras, conduziu Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado Litostrotos – em hebraico: Gabata. Era o dia dos preparativos da páscoa, por volta das nove horas. Disse então aos judeus: “Eis o vosso rei!” Eles, porém, clamaram: “Fora, fora com ele! Crucifica-o!”
         Volveu-lhes Pilatos: “Pois, hei de crucificar o vosso rei?”
         Responderam os pontífices: “Não temos outro rei senão Cesar!”
         Ao que lhes entregou Jesus para ser crucificado. João  19, 12 ss



         “Eis o vosso rei!”  “Não temos outro rei senão a Cesar!”

            Jesus, proclamado rei pelo governador de Roma.

            Jesus, rejeitado pela sinagoga de Israel.

            É de estupenda dramaticidade e infinito alcance este momento histórico de Israel. Momento em que Israel apostata, pública e solenemente, das esperanças messiânicas que por quatro mil anos alimentara – e se entrega à jurisdição pagã do Império Romano...  “Não temos outro rei senão a Cesar...” Morreu, para Israel, a realeza nacional do Messias – e é proclamado pelo governador de Cesar à realeza mundial de Cristo... E este fato épico se deu – refere meticulosamente o historiador – na véspera da páscoa judaica, por volta das nove horas, no lugar chamado em grego Litostrotos, e em hebraico Gabata – foi aí que a herança milenar de Israel passou para os povos gentios...

            E Israel, que trocou o seu Messias pelo Cesar dos seus inimigos, não tardará a sentir o pavoroso epílogo dessa infame apostasia: os generais de Cesar cercarão a cidade santa, arrasarão o templo de Javé, trucidarão os filhos de Israel, e não deixarão pedra sobre pedra...

            “Crucifica o Cristo!... não temos outro rei senão a Cesar!”... O Cesar – que nos há de crucificar...
          

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  






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