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quarta-feira, 4 de julho de 2012

Chico Xavier e Roustaing



Chico Xavier e Roustaing
             
              


           Qual a opinião do Chico sobre o assunto? Irrelevante? Desimportante? Não é o que anota o Jornalista e escritor espírita que assina o verbete abaixo...


“FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER (Chico Xavier)

            Soneto intitulado "O Cristo de Deus", assinado pelo próprio Chico Xavier, no "Reformador" de 16.5.1930. Esses versos foram feitos depois que ele havia lido o livro de Manuel Quintão, do mesmo nome, onde o corpo fluídico de Jesus é brilhantemente defendido. Muitos anos após, o médium confessou, humildemente, que esse soneto era, na verdade, mediúnico, de autoria de Antero de Quental; mas, ao colocar na publicação original o próprio nome, é claro que Chico Xavier endossou o seu mote. As razões por que assinara o soneto estão expostas no "Reformador" de julho de 1967, págs. 145 a 147, e de setembro de 1967, págs. 193 a 196, bem como no livro de Elias Barbosa, "No Mundo de Chico Xavier", 1ª edição da Edição Calvário, São Paulo, 1968, capítulo 1, págs. 11 a 19.

            Diálogo ocorrido em São Paulo, em 1965, e registrado no "Reformador" de janeiro de 1970, pág. 10 (artigo "Um gosto e 4 vinténs", de Luciano dos Anjos, págs. 9 a 11, extraído do livro "A Posição Zero"). Ao ouvir contestação minha posição em favor de Roustaing, Chico Xavier ponderou: "- Ah ... isso não. Luciano está com a razão ... "

            Afirmativa peremptória estampada no "Reformador" de maio de 1970, pág. 107 (artigo "Dos alfarrábios", de Luciano dos Anjos, págs. 107 a 109):

            “Roustaing colocou Jesus no seu verdadeiro lugar ..."

            Vide a obra "Testemunhos de Chico Xavier", organizada e comentada por Suely Caldas Schubert, edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1986. Há, nesse livro, várias citações referentes a J.-B. Roustaing. A pág. 239, por exemplo, Chico Xavier escreve ao presidente da FEB, Wantuil de Freitas, falando do Apêndice feito por Zêus Wantuil para o livro "Elos Doutrinários", de Ismael Gomes Braga, A carta é datada de 18.11.1948:

            "Já li o trabalho dele, referente ao Docetismo, que comparecerá em "Elos Doutrinários". Estou encantado. São páginas de profundo valor educativo. Nelas vemos não só a beleza fulgurante do Cristo Divino, mas também tomamos conhecimento dos conflitos multisseculares da treva com a luz ... O trabalho de Zêus é profundo e luminoso."

            A pág. 307, outra carta para Wantuil de Freitas, com data de 23.10.1952:

            "Minhas felicitações pelo teu belo trabalho com a obra de Roustaing. Estás realizando um serviço de grande importância para o nosso ideal."

            E quando de São Paulo espalharam a notícia mentirosa de que a FEB é que fizera, na obra "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", de Humberto de Campos, a interpolação relativa a J.-B. Roustaing, o médium Chico Xavier enviou a Wantuil de Freitas, em 25.3.1947, carta em que dizia (pág.132):

            "Não te incomodes com a declaração havida de que o trecho alusivo a Roustaing, em "Brasil", foi colocado pela Federação. Quando descobrirem que a Casa de Ismael seria incapaz disso, dirão que fui eu. De qualquer modo, eles falarão. O adversário tem sempre um bom trabalho - o de estimular e melhorar tudo, quando estamos voltados para o bem." (Vide fac-símile da carta no "Reformador" nº 1847, de fevereiro de 1983, pág. 18.)

            Há, nesse livro, outras citações de aplauso a Roustaing, conforme já disse e pode ser conferido por quem duvide. Mais recentemente, Chico Xavier concedeu rápida entrevista, sobre Jesus, a Carlos A. Baccelli, que a publicou em "A Flama Espírita", de Uberaba, MG, edição de 23.9.1989, pág. 1:

            "Questionando o Chico, com referência ao desaparecimento do corpo de Jesus, ele afirmou, categórico:

            - O corpo de Jesus foi desintegrado por vontade Dele...

            "Participando do nosso encontro naquela noite, alguns amigos deram-se pressa em levantar-se da mesa, sendo que um alegou a necessidade de tomar um copo d'água na cozinha.. . Foi, então, que o Chico, sorrindo, rematou, baixinho:

            “- Há pessoas cuja cabeça não suporta ouvir estes assuntos ... Logo, um se levanta para beber água, outro vai lá fora para respirar .."

            Como se todos esses depoimentos não bastassem, devo assinalar que possuo, em minha biblioteca particular, o 1º tomo de "Os Quatro Evangelhos" devidamente autografado para mim:

            "Ao nosso caro amigo Luciano dos Anjos, admiração e apreço do seu irmão e servidor, Chico Xavier. Rio, dez. 72."

            Como médium, Francisco Cândido Xavier foi o intérprete de vários trabalhos alusivos à revelação coordenada por J.-B. Roustaing:

            Prefácio de Emmanuel para o livro "Vida de Jesus baseada no Espiritismo", de Antônio Lima, edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de janeiro, 1951, págs. 7 a 11.

            Prefácio de Emmanuel para o livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho", do Espírito Humberto de Campos, 1ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1938. Também, o próprio texto de Humberto de Campos foi psicografado por Chico Xavier, ressaltando-se, no capítulo XXII, a expressa referência a J.-B. Roustaing.

            Introdução e capítulo XII ("A Vinda de Jesus") do livro de Emmanuel, "A Caminho da Luz", edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1972, págs. 13 a 16, e 105 e 106.

            "O Consolador", de Emmanuel, 6ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de janeiro, 1976, perguntas 243, 248, 249, 277, 283, 285, 287 e, também, a de nº 79.

            "Há 2000 Anos", de Emmanuel, 22ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1987, págs. 349 e 350.

            "Caminho, Verdade e Vida", de Emmanuel, 5ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1970, comentário nº 8 ("Jesus veio"), a págs. 26 e 27; comentário nº 13 ("Que é a carne"), a págs. 34 e 35; comentário nº 67 ("Os vivos do Além"), a pág. 122; comentário nº 105 ("Nem todos"), a págs. 188 e 189; e comentário nº 133 ("Hegemonia de Jesus"), a págs. 233 e 234. Sobre os comentários nº 67 e 105, o leitor deve ver as explicações inseridas no verbete Emmanuel

            "Antologia Mediúnica do Natal", 1ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1967, nº 76 ("Jesus e os Homens"), a págs. 208 a 210, mensagem do Irmão X.

            "Roteiro", de Emmanuel, 3ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1972, págs. 99 a 101, n!? 23, título "Na extensão do serviço".

            "Alvorada Cristã", de Neio Lúcio, 4ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de Janeiro, 1971, mensagem nº 1 ("Sigamos com Jesus") a págs. 15 a 17; e mensagem nº 49 ("O Divino Servidor"), a págs. 205 a 207. Esta última está transcrita em "Antologia Mediúnica do Natal", de Espíritos Diversos, Iª edição da FEB, Rio de Janeiro, 1967, nº 23, págs. 68 a 70.

            "Volta Bocage", de Bocage, 3ª edição da Federação Espírita Brasileira, Rio de janeiro, 1977, "Soneto I", datado de 25.11.1946, pág. 31.

            Mas, para completa e definitiva explicação sobre a posição de Francisco Cândido Xavier em face da obra de Roustaing, o leitor deve reportar-se ao capítulo III, "Desfazendo Dúvidas Imaginárias", subtítulo "Um gosto e quatro vinténs", deste livro "A Posição Zero". Os trechos das outras obras citadas neste verbete estão, respectivamente, em Emmanuel, Humberto de Campos, Irmão X e Néio Lúcio, nomes que devem ser consultados."

Fonte:   ‘Os adeptos de Roustaing’
1ª Ed. AEEV - 1993
de  Luciano dos Anjos



            E agora? Você excluiria o Chico como antena psíquica confiável para o recebimento de literatura espírita de qualidade, útil ao desdobramento da Doutrina codificada por Kardec? Difícil decisão, não lhe parece? do Blog.


8 comentários:

  1. Acho que foi estranho para mim iniciar minha leitura às obras traduzidas de Roustaing. foi um impacto violento desconstruir ideologias católicas, até mesmo a de Ramatis, mas um estalo clareou minhamente.
    Meu irmão carnal me chamou de maluca,mas acho que não sou a única, não é? "se existe mais de 2, é normal."
    Vou olhar as sitações acima com grande voracidade. a maior parte dos estudiosos qeu conheço tem medo de assinar sua apreciação pela ideologia de Roustaing.
    Gostei de saber qeu Chico - muito embora acreditada reencarnação de Kardec - levasse em consideração estas ótimas obras.
    Boa noite!

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  2. Permita-me sugerir que você siga visitando os artigos no marcador 'Roustaing'. Muitas serão as surpresas que se apresentarão. Todas elas bem fundamentadas e de substancial conteúdo. Além disso... cuide-se bem. Seja feliz!

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  3. Texto muito esclarecedor! Pena constatar a direção diametralmente oposta tomada pelo movimento espírita como um todo e, segundo o pouco que pude constatar(espero estar enganado), pela própria casa máter, haja vista os materiais que servem de base para os estudos aprofundados da doutrina... ainda sobre o tema Roustaing, conheces o livro "Alicerces da Fé", pscografia de Irene Machado, pelos espíritos Lázaro José, um espirito disciplinador, e João Batista, um advogado francês? (pertinente este detalhe, não? acaso nao seria o próprio emérito J.B, a nos conferir a prova de sua importancia ao coadjuvar os trabalhos delegados ao mestre lionês?) Um abraço, e parabens por este site tão esclarecedor, hercúleo trabalho em prol da causa espirita!

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  4. Sugiro que se conviva com as diferentes visões da Doutrina mas sempre em harmonia e paz e com muita humildade como foi colocado por você.. O Blog foca no Espiritismo no século XX. com base nos ensinamentos da FEB à época. Não conheço o livro mas tanto o Espírito Luiz Sérgio quanto sua mentora Thereza são declaradamente a favor da tese do corpo fluídico de Jesus. Fico no 'copy and paste' que é o meu limite de competência. Assim, juntos, apreciamos os textos dos grandes á época. Fique com Deus,

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  5. Estou consultando a obra de Irene Machado, mas não tive acesso ao livro Alicerces da Fé. Prezado Anônimo, pode me dizer porque acha que é João Batista, o espírito que se comunica? Quais são os comentários do livro sobre Espírito da Verdade, se fala sobre sua identidade e sobretudo mensagens do Cap. VI Obgdo tb ao Sr Gustavo

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  6. Pois é!!! Mais cego é aquele que não quer enxergar, é só observar o que se passa nas casas espiritas, com idolatrias até exageradas a mediuns e espiritos tidos como os donos das verdades, que os fieis seguidores obedecem de pés juntos sem a devida atenção, deixando de lado o caráter investigativo que caracteriza a doutrina...

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  7. Paciência com nossos irmãos que optaram por um atalho doutrinário. O que não significa abandonar nossas certezas. O importante é não perdermos a cortesia e o respeito por todas as visões espíritas sem que isso signifique um desvio - por menor que seja - de nossas convicções. A eternidade nos trará a tranquilidade de que todos nos encontraremos num determinado ponto de nossa evolução. Aí, seguiremos lado a lado compartindo as mesmas verdades.

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    1. Vossas palavras aliviou--me a alma, palavras ponderadas, mas, é que fui obrigado a sair da casa onde frequentava e por mais que questionasse algumas situações não correlatas com que diz a Doutrina Espirita, não encontrava sintonia nas minhas argumentações e aí percebi que ali existia realmente uma religião enrustida com idolatrias até exageradas a mediuns e "Espiritos" famosos. Hoje. entendo a diferença entre ciencia e religião; é que a ciencia, investiga, discuti, enquanto a religião não aceita questionamento, se impõe de cima para baixo, é isso e pronto. E o mais estranho é que no ME se diz que estão as mentes mais intelectualizadas, mas não conseguem entender o que está escrito, quando diz claramente que o Espiritismo é uma ciencia que estuda a origem e o destino dos Espiritos e suas relações...tão claro, que até eu que me arrasto na letra consigo entender. Grato, vou guardar vossas reconmendações. Valeu.

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