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segunda-feira, 2 de julho de 2012

Pior que Barrabás...



 Pior que Barrabás...   JUL 02

                                   
        
         Convocou Pilatos os príncipes dos sacerdotes, os membros do sinédrio e o povo, e disse-lhes: “Apresentastes-me este homem como sendo amotinador do povo.
         Ora, submeti-o a um interrogatório em vossa presença, e não achei fundada nenhuma das acusações que fazeis a este homem. Nem tão pouco Herodes, pois que no-lo remeteu. Vede que nada se apurou contra ele que merecesse a morte. Mandá-lo-ei, pois, castigar e pôr em liberdade.”
         Era obrigado a soltar-lhes um preso por ocasião da festa. A multidão em peso pôs-se a clamar: “Fora com este! Solta-nos Barrabás!” Estava esse tal preso por causa de um motim que houvera na cidade, e de um homicídio.                               
                                                              Lucas  23, 13  ss



         Não te admires, cristão, se um dia te couber a sorte do Cristo! Se o povo, ao qual foste amigo e redentor, te pospõe a monstros e assassinos. Se os cegos, os surdos, os mudos, os coxos, os leprosos que curaste exigirem que sejas crucificado, morto e sepultado... Se os jovens de Naim e os Lázaros redivivos assistirem impassíveis a teu horroroso suplício... Se todos te acusam e ninguém te defende... Se todos os Barrabás do mundo são postos em liberdade, e tu, inocente, condenado à morte...

            Não te admires, cristão, porque isto é profundamente humano, desde aquela desumana sexta-feira em Jerusalém...

            “Por todo o bem que tu fizeres, espera todo o mal que não farias...”

            Não chores, não protestes, não te queixes – prostra-te ao pé da cruz do Gólgota e confunde as lágrimas dos teus olhos e o sangue do teu coração com as torrentes rubras que jorram das fontes do Salvador...

            Não és pior porque Sinagogas e Pretórios te colocam abaixo de facínoras e bandidos – nem és melhor porque povos inteiros te aclamam com vivas e hosanas...

            Só és de fato o que és aos olhos de Deus e da tua consciência... O Reino de Deus está dentro de ti...

                  

Huberto Rohden
in “Em Espírito e Verdade”
Edição da Revista dos Tribunais, SP – 1941  


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