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terça-feira, 14 de junho de 2011

'Nossa Senhora'


Nossa Senhora


Alberto de Alencar
Reformador (FEB) Julho 1957

            A mais nova das acusações que o clero vem lançando sobre os espiritistas, quer pelos seus jornais, quer por jornais outros, é que nós ‘os hereges, não respeitamos Nossa Senhora, a Mãe de Deus.’

            Raciocinando com o cérebro de qualquer beata de sacristia, a acusação é merecida. Realmente, não acreditamos, não damos mesmo valor algum a essas mil e muitas nossas-senhoras pescadas, achadas e anunciadas como aparecidas a crianças, e que, ultimamente, como a de Fátima (a mais moderna delas), se dão ao luxo de só andar de automóvel especialmente fabricado para elas. Nessas nossas-senhoras, que andam de sacola à mão, ao pé, ou anexada ao andor, cíbeles da atualidade, nessas não acreditamos, mas acreditamos que seus possuidores devem crer piamente nelas, pelo menos no grande valor que elas apresentam para encher sacolas e mais sacolas, iguais ou semelhantes à que sempre acompanhava o infeliz apóstolo do Hacéldama.

            Respeitamos e veneramos, porém, a única e legítima Nossa Senhora, aquela que mereceu a graça de acalentar em seus braços o Cristo de Deus. Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem o Criador dos mundos entregou a direção da Terra.

            Ela e seu amado Filho, porém, não foram achados ou pescados, jamais andaram vendendo graças e nunca foram vistos de sacola à mão. Ao invés de pedirem, davam, e davam em abundância.

            Essa história de Jesus ser Deus e de Maria ser Mãe de Deus foi inventada, ou, melhor, copiada das religiões anteriores à de Moisés, todas com a sua trindade e com as suas deusas. Os espíritas conhecem bem o assunto, e, por isso mesmo, são monoteístas, e o são de verdade, sem subterfúgios misteriosos.




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