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sexta-feira, 10 de junho de 2011

'Dogmas' Espíritas? Isso não!


Dogmas Espíritas

Reformador  (FEB) pág. 222  Ano 1947

            Escreve-nos um confrade, perguntando se no texto original de Kardec existem afirmações de que há dogmas espíritas, ou se teria havido erro de tradução, pois que é opinião corrente que em Espiritismo não há dogma.
            Respondemos: Não há dúvidas de que a palavra ‘dogma’ se acha nos originais de Kardec e não foram postas pelos tradutores. A questão, no entanto, merece explanação. Vejamos o que é ‘Dogma’. Laudelino Freire define assim a palavra:
            “Cada um dos pontos fundamentais e indiscutíveis de uma crença religiosa ou filosófica: 1.“O Dogma da Imaculada Conceição” 2. O conjunto das doutrinas fundamentais do Cristianismo. 3. Proposição apresentada como incontestável e indiscutível.”
            Logo, para todos os espíritas,  a sobrevivência da alma é um dogma; porque quem não creia na sobrevivência da alma não é espírita. A comunicação, conosco, dos Espíritos desencarnados por meio dos médiuns, é outro dogma fundamental do Espiritismo. Para todos nós da Escola Espírita Kardeciana a reencarnação é um dogma.
            Portanto, Kardec disse muito bem que o Espiritismo tem alguns dogmas.
            A dificuldade que o nosso missivista encontra provém de incompleta interpretação da palavra; dogma vem do grego dogma, que procede do verbo dokein, pensar. Na Igreja Católica, um Concílio, isto é, uma reunião de Bispos estuda certo ponto de fé, decide por votação qual deve ser o pensamento da Igreja e chama a essa decisão “dogma”. Neste sentido limitado o Espiritismo não teria dogmas, porque não tem autoridades para decretarem o que é ou não é verdade; mas desde que um princípio é aceito por todos os espíritas, como, inevitavelmente, o princípio da sobrevivência da alma humana, tal princípio é um dogma filosófico, proclamado, não pela maioria dos bispos, mas pela totalidade dos espíritas, pois que absolutamente todos os espíritas sabem que a alma sobrevive ao corpo, e, sem este conhecimento ser aceito, o estudioso não é espírita.
            Os poucos dogmas espíritas são proclamados e aceitos pela totalidade dos espíritas e não por uma autoridade especial como nas Igrejas. Só nisso há grande diferença.
            Podemos dizer que ainda não é dogma a reencarnação, porque os espíritas ingleses ainda tem dúvidas; mas ninguém pode contestar que a comunicação inteligente dos desencarnados com os encarnados, por intermédio de médiuns, é um dogma, pois que sem este princípio não pode existir o Espiritismo.
            Não tenhamos medo da palavra, porque ela em si é bem inocente: dokein pensar; dogma, pensamento, convicção, doutrina de todos os espíritas que os Espíritos se comunicam; logo, aí temos um “dogma”.

2 comentários:

  1. O Espiritismo é tão equivocado quanto qualquer outra religião. O pensamento religioso é o maior motivo de atraso da humanidade. Um dia, espero, estaremos livres desta balela toda.

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  2. Antonio,
    Você não é o primeiro a enfrentar dificuldades em dissociar o vero Cristianismo do que a história nos relata sobre fatos ligados à igreja de Roma. Se a religiosidade da doutrina o confunde ou mesmo o aborrece, busque seus aspectos filosóficos e científicos. Seria um belo começo.. Fique com Deus!

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