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segunda-feira, 27 de junho de 2011

Vendilhões do Templo / Sua destruição


Jesus expulsa os Vendilhões /    
 Da Destruição do Templo de Jerusalém      
                             
         2,13 Estava próxima a Páscoa dos Judeus, e Jesus subiu para Jerusalém. 2,14 Encontrou, no templo, os negociantes de bois, ovelhas e pombos e mesas de trocadores de moedas. 2,15 fez  Ele um chicote de cordas, expulsou todos do templo, como também as ovelhas e os bois, espalhou pelo chão o dinheiro, e derrubou as mesas. 2,16  Disse  aos  que  vendiam  as  pombas:  -Tirai isso daqui e não façais da casa de Meu Pai uma casa de negociantes!” 2,17 Lembraram-se, então, os Seus discípulos do que está escrito: “O zelo da tua casa me consome ” (Salmo 68,10)  2,18 Perguntaram-Lhe os judeus: -Que sinal nos apresentas Tu, para proceder deste modo? 2,19 Respondeu-lhes Jesus: “ -Destruí  vós este templo. Eu o reerguerei em 3 dias.” 2,20  Os judeus replicaram: -Em quarenta e seis anos foi edificado este templo e Tu hás de levantá-lo em 3 dias? 2,21 mas Ele falava do templo do seu corpo. 2,22 Depois que ressurgiu dos mortos, os seus discípulos lembraram-se destas palavras e creram na escritura e na palavra de Jesus. 2,23 Enquanto Jesus celebrava em Jerusalém a festa da Páscoa, muitos creram no Seu nome, à vista das curas que fazia. 2,24 Mas Jesus, mesmo, não fiava neles, porque os conhecia a todos. 2,25 Ele não necessitava que alguém desse testemunho de nenhum homem, pois Ele bem sabia o que havia no homem.
                        
        Para - Ele bem sabia o que havia no homem... - Jo (2,25), tomemos “Fonte Viva”, de Emmanuel por Chico Xavier:
           
            “Sim,  Jesus não ignorava o que existia no homem, mas nunca se deixou impressionar negativamente. Sabia que a usura morava com Zaqueu, contudo, trouxe-o da sovinice para a benemerência. Não desconhecia que Madalena era possuída pelos gênios do mal, entretanto, renovou-a para o amor puro. Reconheceu a vaidade intelectual de Nicodemos, mas deu-lhe novas concepções da grandeza e da excelsitude da vida. Identificou a fraqueza de Simão Pedro, todavia, pouco a pouco instala no coração do discípulo a fortaleza espiritual que faria dele o sustentáculo do Cristianismo nascente. Vê as dúvidas de Tomé, sem desampará-lo. Conhece a sombra que habita em Judas, sem negar-lhe o culto da afeição.
            Jesus preocupou-se, acima de tudo, em proporcionar a cada alma uma visão mais ampla de vida e em quinhoar cada espírito com eficientes recursos de renovação para o bem.
            Não condenes, pois, o próximo porque nele observes a inferioridade e a imperfeição. A exemplo do Cristo, ajudas quanto possas.
            O Amigo Divino sabe o que existe em nós... Ele não desconhece a nossa pesada e escura bagagem do pretérito, nas dificuldades do nosso presente, recheado de hesitações e de erros, mas nem por isso deixa de estender-nos amorosamente as mãos.”


            Para Jo (2,13-25) -Os Vendilhões são expulsos / A Destruição do Templo-, façamos as palavras de Bittencourt Sampaio por Frederico Jr, em “Jesus perante a Cristandade” motivo de nossa reflexão e estudo...

            “Findo o banquete, diz-nos o evangelista, o Divino Mestre dirige-se para Cafarnaum, mas, aproximando-se as festas da Páscoa, pouco aí se demora, seguindo com toda a comitiva para a cidade de Jerusalém.
            Aí chegado, entrando no templo, encontra-o convertido em casa do mais vergonhoso tráfico; e então, devorado pelo zelo, toma de umas cordas e expulsa os mercadores, declarando que a casa de seu Pai é casa de orações e não covil de ladrões.
            Mas, perguntamos, será possível que Jesus, a mansidão personificada, o mais extraordinário amor baixado à Terra, Jesus, o compassivo, o piedoso, tomasse de um azorrague e, em ímpetos de cólera, castigasse fisicamente os seus irmãos, ainda que devorado pelo zelo da casa de seu Pai?
            Não, certamente.
            Colocai nas mãos do Divino Mestre um látego de luz; imaginai-o mostrando-se, em toda a sua grandeza, diante dos profanadores do templo; figurai a turba dos mercadores caindo por terra, atônita e confusa, perante a grande luz que se irradiava do Divino Nazareno, e assim tereis o azorrague de que se serviu Jesus!
            E, apesar desse castigo todo moral, e apesar de todos os seus ensinamentos, que vêm de séculos, a feira de Jerusalém arma as suas tendas dentro da Igreja, e da forma a mais ignominiosa e que mais dói aos espíritos verdadeiramente cristãos, porquanto, se outrora se vendiam as aves, os mansos cordeiros  destinados aos sacrifícios dos holocaustos, hoje faz-se a feira dos sacramentos!
            Oh! deixai que eu vos diga toda a verdade, pois se Jesus não desce de novo à Terra, para expulsar os mercadores do templo, ele, no entanto, permite que os seus operários, que o mais humilde dos seus discípulos, levantando a laje do túmulo, venha mostrar à cristandade a sua divina e sacrossanta imagem, que não é, certamente, a que apresentais nas vossas catedrais pomposas!
            E nem os ouropéis, as grandezas dos vossos templos poderão jamais abafar, nos vossos relicários, a voz da própria consciência, que vos brada, em nome de Jesus, em nome de Pedro, o fundador da Igreja, que isso que hoje praticais não é mais nem é menos do que o que faziam os vossos antepassados, os escravos da idolatria, dentro dos templos de Jerusalém!
            Pois quê?  Aquele de quem vos dizeis representantes na Terra e que, menos que as feras que habitam as recônditas grutas, não tinha onde reclinar a cabeça - Jesus, o peregrino do amor que buscava, por toda a parte, enxugar as lágrimas dos aflitos, derramando nos seus corações doridos os bálsamos do seu amor sem termo - será, porventura, esse o que hoje levais à cabeceira dos enfermos e moribundos, simbolicamente no viático, a troco de vil moeda?
            Jesus, que entrava na casa de Levi para participar do banquete do publicano e que, quando censurado por isso, dizia que para os enfermos é que tinha vindo ao mundo, ele, que sempre deu preferência aos desgraçados, nega-se hoje a subir, simbolicamente na forma de uma hóstia, em nuvens de incenso, às mãos do sacerdote, em súplicas por aqueles a quem faltou a coragem bastante para o lutar da vida?!
            Jesus, que recomendou a oração do arrependido longe da praça pública, para que se não parecesse com os escribas e fariseus que, em grandes brados, faziam ostentação de suas crenças, hoje penetra o confessionário para, ainda a troco de vil moeda, dirimir pecados da humanidade?!
            Ele, que sempre protestou contra  a vontade do povo judeu, que tentava proclamá-lo rei, poderá influenciar os sacerdotes para os domínios teocráticos?
            Não, certamente! Não é esse o Jesus que pretendemos apresentar à cristandade no nosso humílimo trabalho.
            E, apesar do látego das nossas palavras, lamentamos que vós, sacerdotes, tenhais sobre os ombros a mais tremenda das responsabilidades - a responsabilidade da consciência perante Deus, a responsabilidade do vosso ministério  que por vós mesmos foi pedido, não para o comércio de Jerusalém, não para o comércio dos sacramentos, mas para o levantamento da alma cristã, até se encontrar com o seu Divino Pastor, lá nos páramos da luz, onde habitam os eleitos, os verdadeiros cristãos!
            Perdoai-me, se assim vos falo; mas, sobre nós pesam também responsabilidades: temos grandes compromissos que ainda não foram solvidos. E, antes que chegue a hora da colheita, antes que o Espírito de Verdade venha separar o joio do trigo, dando a cada um segundo os as suas obras, deixai que os filhos do túmulo, deixai que os vivos venham falar aos mortos, acordando-os dessa letargia de paixões que tem obcecado os espíritos, ao ponto de raramente se encontrar, na superfície da Terra, esse caminho de luz que há tantos séculos foi trilhado pelo Divino Cordeiro, atraindo, qual sol de amor, as almas, que pelo Eterno lhe foram entregues, para a salvação e para a felicidade.
            Deixai que os vivos venham dos túmulos dizer a todos vós: cristãos em Cristo, tomai do Evangelho; meditai sobre essas verdades, fazei penitência, porque o Espiritismo é o precursor do Espírito de Verdade! 
            Ele é o consolador prometido por N.S. Jesus Cristo aos seus discípulos, como a toda a humanidade, para acalentar-lhe as dores, mitigar-lhe as mágoas, amenizar-lhe as aflições nas horas de tribulação e dos grandes sofrimentos!
            Ei-Lo aí entre vós, manifestando-se, dia a dia, por toda a superfície da Terra, qual a voz clamante de João, chamando o povo ao novo batismo do Espírito Santo - à penitência e ao arrependimento. E como outrora os escribas e fariseus, os doutores da lei, sofreando o despeito e o ódio, se acercavam do Amantíssimo Cordeiro, perguntando-lhe com que autoridade rompia ele com os costumes da época e com as leis, por eles mesmos, os chefes da Igreja, estabelecidas, assim vós hoje pedireis também prodígios, grandes milagres, para que possais conhecer da autoridade que nos assiste para perturbar a marcha dos vossos negócios eclesiásticos, interrompendo com a palavra do túmulo a serenidade aparente das vossas consciências.
            Aos escribas e fariseus, aos doutores da lei, respondeu Jesus: Desfazei este templo e Eu o levantarei em três dias - fazendo alusão, diz-nos claramente o evangelista, ao templo do seu corpo que, cobiçado pelo ódio, devia tombar mais tarde, para mais tarde ressurgir; aos modernos doutores da lei, aos novos escribas e fariseus, poderá responder o Consolador prometido, isto é, os Espíritos em missão, ao serviço da vinha do Amado Mestre:

            Destruí a verdade, se o puderes, e só assim o Espiritismo desaparecerá da superfície da Terra; convocai novos concílios e nele determinai o desaparecimento da verdade, e, da boca dos túmulos, quais pedras da estrada de Jerusalém, bradará a voz dos enviados do Senhor, clamando, por toda  parte, pela observância do verdadeiro Evangelho, pelo cumprimento da Doutrina do Crucificado, tão mal compreendida e tão barateada pelas vossas ambições!

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