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terça-feira, 14 de junho de 2011

'100 Anos de Objeções'




Cem Anos de Objeções

Cristiano Agarido*
Reformador (FEB)   Julho 1957
* Ismael Gomes Braga

            As objeções que surgiram em um século contra o Espiritismo podem ser grupadas em: Pequenas, Pequeníssimas, Ridículas.
            Fraude Universal: Não há fenômenos espíritas. Tudo que aparece com esse nome é fraude mais ou menos habilidosa.
            É pequena esta objeção, porque foi levantada sem conveniente observação dos fatos e teve de cair por si mesma, quando os fenômenos foram mais bem observados e os opositores tiveram que dividir-se em dois grupos:
       a)         As Igrejas afirmaram que muitas vezes, nas manifestações espíritas, se revela uma intelectualidade incomparavelmente mais elevada do que a do médium e dos assistentes e demonstram a ação de grandes inteligências fora da Humanidade; mas que essas inteligências não são dos Espíritos dos mortos, são de seres diabólicos que tomam nomes de mortos para enganar os homens e perdê-los.
     b)         Os homens da ciência materialista afirmaram a realidade dos fenômenos e formularam as mais diversas hipóteses, por vezes contraditórias, para explicar os fenômenos sem a intervenção de seres espirituais, nos quais eles não crêem.     
            A hipótese eclesiástica caiu logo diante da moral, puramente evangélica e sublime, ensinada pelos Espíritos superiores: não seria possível que o Diabo viesse pregar o Evangelho, respeitosamente, ensinando-nos a viver religiosamente. As diversas hipóteses científicas caíram pela impossibilidade de serem aplicadas à série completa de fatos observados, e também porque o fenômeno mesmo se explicou, desmentindo-as todas e demonstrando serem efetivamente as almas dos supostos mortos que se manifestam.
            As igrejas deram outro passo, declarando que realmente poderiam ser as almas dos mortos e que neste caso o Espiritismo está proibido por Moisés, e o texto bíblico faz fé. Esta segunda objeção já não é pequena, é pequeníssima; porque a proibição de Moisés foi desrespeitada por Saul, que na cidade de Endor evocou o Espírito de Samuel (I Samuel 28;7 a 19), com ele conversou e as palavras do Espírito se cumpriram rigorosamente; e porque N.S. Jesus Cristo mesmo fez uma brilhante sessão de materializações, obteve a presença de Moisés e Elias bem materializados e com eles conversou diante de três testemunhas (Mat. 17:1 a 7; Marcos, 9:2 a 8). Portanto, se a Bíblia faz fé, é a favor do Espiritismo e é pequeníssima a objeção de que a Lei de Moisés proíbe as relações com os Espíritos dos ‘mortos’. Jesus Cristo revogou esse e muitos outros pontos da lei de Moisés.
            Igualmente pequeníssimas são as objeções de que o Espiritismo conduz à loucura e ao suicídio, porque ficou bem cedo demonstrado que o Espiritismo cura a loucura e impede o suicídio, pela demonstração dos sofrimentos horrorosos em que se precipitam os suicidas.
            Vejamos agora algumas hipóteses ridículas.
         Disseram eclesiásticos: ‘Nossa redenção foi obtida pelo derramamento do sangue do Justo e o Espiritismo afirma que nós mesmos temos que nos redimir, expiando nossos pecados em sucessivas encarnações’.
            De que nos redimiu o sangue do Justo? Do pecado de Adão e Eva, o pecado original, respondem. Mas estamos realmente redimidos desse suposto pecado dessas duas figuras mitológicas? Não é ridículo dizer que a Humanidade está redimida, quando ela continuou cometendo pecados e crimes, até hediondos, depois da crucificação de Jesus? A Igreja mesma não proclama que serão condenados às penas eternas os que morrem em pecado mortal? Não nascem por toda a parte homens com as mais detestáveis tendências para o pecado e o crime?
            Outra ainda mais nova: “O Espiritismo anula a grandeza de Nossa Senhora, porque nega que ela seja a Mãe de Deus”.
            Haverá coisa mais cômica do que admitir um deus que tenha pai e mãe, como os antigos deuses do paganismo? Atribuir, ao Eterno, ao Criador Incriado, uma paternidade ou uma maternidade não será grosseira blasfêmia? Talvez não chegue a ser blasfêmia, seja apenas de um tremendo ridículo.
            Em cem anos de fenômenos espíritas só apareceram essas objeções que poderíamos também classificar de fracas, fraquíssimas, cômicas.
            Graças a Deus, ninguém aceita, em pleno século vinte, tais provas que só provam não haver meios de impedir o cumprimento dos Altos Desígnios do Eterno. Todos os argumentos teológicos ou pseudo-científicos contra o Espiritismo não valem absolutamente nada. Tão impossível é embargar a marcha do Espiritismo como foi impossível impedir que a Terra girasse em torno do Sol.

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