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domingo, 5 de junho de 2011

01/03 Pacto Áureo


Pacto Áureo


com base em artigo de Sylvio Brito Soares
Reformador (FEB)  Dezembro 1957

            Há quem insinue nos meios espiritistas que a Casa de Ismael, orientadora do movimento espírita em terras brasileiras desde 1884, foi forçada a aderir, em 1949, ao Pacto Áureo e  ...........................       ...............................
            A fim de que os historiadores futuros tomem conhecimento da verdade dos fatos, aqui deixamos registradas os principais fases dos sucessos de 1949, tais como se desenrolaram.
            - Em princípios de 1948, conforme se vê à página 30 de ‘Reformador’ de Fevereiro desse ano, o Dr. Lins de Vasconcelos e o Sr. Leopoldo Machado fizeram uma sugestão à Federação Espírita Brasileira para que convocasse um congresso nacional de mocidades e juventudes espíritas do País, o que não acolheu no intuito de evitar o separatismo entre as juventudes e, talvez mesmo, o separatismo entre ‘velhos’ e moços.
            Tempos depois, a Federação Espírita do Estado de São Paulo, que não era adesa à FEB, anunciou que iria convocar um congresso, em São Paulo. A União Federativa Espírita de São Paulo, que era adesa à FEB, não concordou com a realização do referido congresso, e esta última igualmente se recusou a nele tomar parte.
            A esse Congresso aderiu a Federação Espírita do Estado do Rio Grande do Sul, que, por isso mesmo, teve sustada a sua adesão à FEB.
            Assim, a Federação Paulista, apoiada pela Federação Gaúcha e por mais algumas poucas sociedades que não se achavam ligadas à FEB, realizou o Congresso projetado.
            Ao fim de seus trabalhos, esse Congresso delegou poderes aos representantes da Federação Gaúcha para um entendimento com a diretoria da Federação Espírita Brasileira, delegados esses (Cel. Michelena, Dr. Pompilio e Spinelli) que compareceram à sede da FEB com a gravação dos principais discursos que em São Paulo foram proferidos.
            Wantuil de Freitas, presidente da FEB, após ouvir os discursos gravados e a palavra dos delegados, argumenta, relembra os princípios da FEB e nega-se a apoiar a proposta por eles apresentada, ou seja, a da criação de uma Confederação ou de um Conselho Superior, ao qual a FEB ficaria subordinada.
            A Delegação, tentando ainda alcançar seu objetivo, pediu a intervenção do Dr. Lins de Vasconcelos, amigo pessoal e íntimo do presidente da FEB. Este, porém, se recusou a tratar do assunto.
            Em Outubro de 1949, realiza-se o segundo Congresso da Confederação Espírita Pan-Americana, no Rio de Janeiro, sem a participação da FEB, que nele não desejou tomar parte.
            Nessa ocasião, Lins de Vasconcelos volta a falar com o Presidente da FEB, pedindo-lhe novamente que recebesse a Delegação do Congresso paulista. O Presidente da FEB recusa-se; todavia, informou que teria muito prazer de ouvi-la, se com ela viessem todos os representantes de sociedades de âmbito estadual que então se encontrassem no Rio, para assistirem ao Congresso da CEPA.
            E no dia 5 de Outubro de 1949, com a presença de inúmeros confrades de S. Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Minas Gerais, além de outros do Distrito Federal, realiza-se na sede da FEB uma reunião, presidida por seu Presidente.
            O Cel. Roberto Michelena, chefe da Delegação do Congresso paulista, propôs então que se criasse um Conselho Superior do Espiritismo, formado por três membros.
            O Presidente da FEB, após argumentar contra a proposta, põe-na em discussão e votação. Foi a proposta unanimemente rejeitada.
            E como ninguém mais quisesse usar da palavra, o Presidente da FEB, após ligeira exposição sobre todos os acontecimentos, tirou do bolso uma folha de papel datilografada e apresentou uma proposta, em nome da diretoria da FEB.  Lida a proposta, todos os seus dezoito itens foram unanimemente aprovados e com eles foi lavrada a Ata de Unificação, posteriormente cognominada de Ata do Pacto Áureo, cujo inteiro teor pode ser lido à página 243 de ‘Reformador’ de 1949.
            Em 1º de Janeiro de 1950, o Presidente da FEB empossa os onze membros do Conselho Federativo Nacional, criado em virtude do Pacto Áureo, o qual lança a sua ‘Proclamação aos Espíritas’, em 8 de Março de 1950. (‘Reformador’ de 1950, página 73).
            Aí têm os nossos amigos a síntese histórica das ocorrências. A FEB não aderiu, ninguém a forçou a coisa nenhuma, e tais afirmativas só podem partir daqueles que não tem conhecimento dos fatos verídicos.
            E desde então a harmonia se estabeleceu em todo o meio espiritista brasileiro, malgrado as raras e inevitáveis vozes discordantes.
           
Congresso
da Juventude
Reformador (FEB)  pág. 30 Fevereiro 1948
           
            Em resposta à carta que nos dirigiu ilustre e culto confrade, pedindo-nos explicássemos pelo Reformador o motivo por que não aceitou a Federação a incumbência que lhe quiseram dar, de promover um Congresso de Juventudes Espíritas, vimos informar os nossos leitores de que a Federação deixou de aceitar o patrocínio do Congresso, porque a ‘União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal’, sociedade em cujo seio se encontram reunidos elementos jovens e de valor doutrinário e intelectual, não julgou oportuna a realização do referido Congresso.
            E como seria de lamentar que se realizasse um Congresso de Juventudes, no qual deixasse de estar presente a maior e mais perfeita organização juvenil do País, sediada exatamente na cidade e no prédio onde se reuniriam, não somente alguns jovens vindos do interior, mas igualmente os velhos que os pretendem orientar, acertadamente deliberou a Diretoria da Federação, por unanimidade, declinar do convite que lhe fora feito, aliás, não por elementos jovens, pertencentes em realidade à diretoria de alguma Juventude, mas por dois velhos amigos e companheiros.
            Assim, reconhecendo a Federação que seria contraproducente a realização de um Congresso de Juventudes sem a presença de ‘União das Juventudes Espíritas do Distrito Federal’, exatamente a que deveria presidir às reuniões dos jovens espíritas do Brasil, se à Federação coubesse organizar o Congresso, nenhuma atitude poderia tomar a Casa Máter, mais consentânea com a razão, qual a de declinar do convite e julgar inoportuna a convocação do referido Congresso.

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