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terça-feira, 21 de junho de 2011

45 Trabalhos do Grupo Ismael



45


SESSÃO DE 3 DE ABRIL DE 1940

Comunicação final, sonambúlica



            O que é o Evangelho, além de compêndio de sabedoria divina. - Encantadora poesia que se desprende das suas páginas maçudas, como alguns as qualificam. - As críticas aos que fazem do Evangelho a base de seus labores. - O de que mais precisa o homem, que é um enfermo.  - Em Espiritismo, a questão não é de quantidade, mas de qualidade. -  A participação dos Espíritos do Senhor no trabalho da propaganda. - Meios a que eles não podem adaptar–se. - A reforma da sociedade pela dos indivíduos. - Os dissídios nas fileiras espíritas. - O que se faz necessário, sobretudo, é pregoar os preceitos da doutrina entre os espíritas.


Médium: J. CELANI


            Meus amigos, Paz.
            O Evangelho, tão assinalado pela moderna escola Espírita, que surge para harmonizar os trabalhadores da seara, não é somente um compêndio de sabedoria divina; é também bordão para arrimo do peregrino, no seu jornadear terreno. Na aridez de suas páginas maçudas como dizem alguns, surpreende o crente sedento de paz e ávido de luz uma poesia encantadora, que enleva as almas enfaradas das lutas quotidianas, pelo pão da vida material. Vós mesmos, quantas vezes aqui aportais vergados ao peso das vossas provas dolorosas e daqui saís reconfortados e encorajados para o prosseguimento da vossa tarefa.
            Porque, então, hão de ser condenados aqueles que fazem do estudo do Evangelho a base de todo o seu labor?  Porque se lhes há de negar o direito da livre consciência, da livre escolha das suas diretrizes?
            Quantas críticas da parte dos que se dizem zelosos dos predicados que a Doutrina faculta aos filhos de Deus! Falta-lhes a experiência das coisas, falta-lhes o conhecimento dos ardis da treva, para inutilizar todo um trabalho que poderia ser profícuo em prol dos Lázaros da Fé. Não fora isso e esses críticos teriam presente o conselho do Filho de Deus aos Apóstolos, quando mandou que sacudissem o pó das sandálias, sempre que fossem impedidos na pregação da palavra de vida eterna.
            O homem é um enfermo, é um selvagem, levada em conta a gradação que deveria ter como criatura originária do Criador do universo. Precisa, sobretudo, de educação e equilíbrio moral e isso só se consegue por meio desse código de moral, que é o Evangelho de Jesus.
            Aqui mesmo já se tem repetido inúmeras vezes  que a questão não é de quantidade e sim de qualidade, porque o Espiritismo não se afirmará por entusiasmos descontrolados, mas, sim, por afirmações de fé nos ensinos e nas promessas do Cristo e na exemplificação de suas virtudes.
            O trabalho de propaganda é um trabalho conjugado entre os Espíritos e os homens e vós sabeis que os Espíritos do Senhor não se adaptam aos meios onde imperam a vaidade, a presunção, o orgulho. É preciso, pois, bater nesta tecla: a orientação explicativa às massas.
            Assim como o Cristianismo do Cristo veio em complemento da Lei Mosaica, o Consolador prometido vem aclarar os ensinos velados do Evangelho, para que possam ser compreendidos pelas gerações que evoluíram durante 20 séculos nos domínios do intelecto. E se afirmamos, se a própria Doutrina afirma que é mister a reforma do individuo para que se reformem as sociedades e tenha começo a formação de um único rebanho ao manejo de um só pastor, só podemos admitir os dissídios entre espíritas como consequências da natureza humana, de que eles participam.
            Se há divergências nas fileiras espíritas, se não reina nelas a fraternidade cristã, é porque verdadeiramente nem todos comungam no Espírito do Cristo, para execução da tarefa que aceitaram e a que procuram servir.
            Se assim é, meus companheiros, precisamos, primeiro que tudo, pregoar os preceitos da doutrina entre os espíritas, antes de os levarmos às turbas que vivem na ignorância destas verdades. Só assim haverá verdadeiro progresso, no sentido espiritual, entre os crentes da Nova Revelação. Quando assim falo, não me olvido de que sois homem e pecadores e que eu sou espírito, que aí vivi e senti os grilhões da carne, por entre os anseios de espiritualidade.
            Mas, perdoai-me, meus companheiros e amigos. Nas minhas palavras não vão censuras, apenas um incitamento às grandes conquistas que podeis realizar, se abrirdes inteiramente os vossos corações à penetração do amor do Cristo e as vossas inteligências  às inspirações dos seus mensageiros de Luz e Verdade. Perdoai-me e crede na minha súplica constante à Mãe das mães, Rainha dos Céus, ao Espírito meigo, protótipo do amor e da bondade, para que a todos vós estenda o manto de defesa dos servos de Jesus Cristo.
            São estes os desejos de todos nós, que do Infinito, ao serviço de Ismael, procuramos orientar a obra da evangelização nas Terras de Santa Cruz. O nosso desvelo no exercício desta tarefa nos faz muitas vezes empregar expressões ásperas, que podem ser interpretadas como desaprovação dos vossos trabalhos. Procurai acertar, tornando-vos humildes e buscando na inspiração do Alto a orientação para os vossos labores.
            Eis o segredo dos vossos sucessos, cumprindo o vosso dever. Agora só me cabe  desejar-vos a Paz do Manso Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.  Bittencourt.
           


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